quinta-feira, 22 de julho de 2010

Editorial redecastorphoto de 22 de julho de 2010

Há dias que nos dá vontade de desistir.

Sinceramente.

Hoje, o que nos dá vontade de desistir é ter lido o artigo da Maria Inês Nassif (O uso do cachimbo pode entortar a boca), em Valor Econômico, cantado em prosa e verso TAMBÉM em alguns grupos de discussão e por muitos correspondentes. (recebemos o tal artigo de pelo menos cinco fontes diferentes).

É verdade que não vieram comentários pessoais, mas dado que algumas fontes enviaram o indigitado artigo acompanhado dos corporativistas/ideológicos(?) além de festivos e elogiosos comentários do PHA, suponho que todos estejam concordando com o que lá se lê.

Mas... O quê, me digam, por favor, haveria de progressista e democrático em algum jornalista escrever que a democracia brasileira "deve(ria) agradecer comovida a pessoas como o deputado José Aníbal"?

O QUÊ? O QUÊ? O QUE, diabos, nós deveríamos agradecer a algum José Aníbal?

Pois isso, precisamente, essa descomunal bobagem, recebemos, como leitura recomendável, de vários pressupostos blogueiros democráticos. Este aqui, Castor Filho, postou no blog redecastorphoto. E logo pela manhã, na leitura do “clipping” do Planejamento.

Devemos concluir que TODOS nós, pressupostos democratas, concordemos com a ideia de que nós mesmos e o resto do Brasil devamos comovidos agradecimentos ao deputado José Aníbal.

Beberam? Piraram?

Aviso aos navegantes: é NUNCA, mas nunca mesmo que alguém nos ouvirá agradecendo ao Zé Aníbal, pela democracia que temos hoje.

Mais fácil nos encontrar jogando PEDRAS no cara, pela democracia que ainda NÃO temos.

Manolete merece respeito, façam o favor. Língua frouxa metida a democrática tem limite!

O que, diabos, haveria de "mestria" de grande toureiro em aquela jornalista declarar que "a imprensa terá plena liberdade para cobrir o pleito. Os candidatos poderão fazer comícios, ocupar as ruas e falar o que pensam nos palanques, no rádio e na TV"... O que comprovaria que o Brasil vive tempos de jornalismo democrático e democratizando pácas. Mas... O QUE É ISSO?! Onde? Onde? Será que a Maria Inês Nassif anda acompanhando a Dora Kramer em suas, dela Kramer, libações...?

Onde, caras pálidas, ONDE acontecerá tal fenômeno?! Provavelmente, em algum reino da Barataria, por aí, lá mesmo onde a população leria MUITOS jornais tipo "Valor Econômico", p’ra aprender a agradecer MUITO ao deputado José Aníbal! Avisa lá!

No Brasil 2010, os nossos candidatos estarão tentando ocupar as ruas e dizer o que queiram nos palanques, mas sempre contra o que estarão dizendo, no mesmo instante, TODOS os jornais, rádios e TVs.!

Não temos tempo nem vontade de responder muito, dentre outros motivos porque NÃO nos lembramos de ter visto maior quantidade de pregação UDENISTA, metida a democrática, do que neste artigo hoje endeusado e biblificado pelos jornalistas e blogueiros de esquerda. Sem mencionar os nossos inefáveis correspondentes.

Lembramos, só pra não deixar sem registro, que NINGUÉM deve porra nenhuma a NENHUM deputado José Aníbal -- E ficamos nesse, porque esse é o mais espantoso exemplo de nada a ver, que se lê nesse artigo. Tampouco a democracia brasileira deve porra alguma a algum Gabeira.

Tudo o que temos hoje é PRECARÍSSIMA democracia; ainda SEM jornalismo democrático; ainda na mó luta p’ra abrir espaço democrático para os negros e mais pobres na universidade que, aqui, sempre foi de brancos e ricos; ainda sem universidade democrática e de democratização; ainda no rescaldo do ENORMÍSSIMO mal que a privataria e os MILICANALHAS fizeram por aqui. O Brasil deve aos muitos que elegemos Lula, e CONTRA -- atenção, atenção! -- Nós elegemos LULA contra TODOS os gabeiras e zeníbais e coisa e tal; e, finalmente, APESAR dos muitos jornalistas que escrevem/incensam joseaníbals et gabeiras como a Maria Inês Nassif fez hoje.

Só aos MUITOS alguém deve algum “agradecimento”.

Podemos MORRER, mas ninguém JAMAIS nos verá agradecendo porra nenhuma a nenhum zeaníbal e ou algum gabeira.

Dilma, Marina e Serra NÃO SÃO IGUAIS NEM EQUIVALENTES. São TOTALMENTE DIFERENTES.

Essa ESSENCIAL DIFERENÇA é, exatamente, o que esse indigitado artigo tenta ocultar, apagar, diluir, fazer sumir...

Até quando continuaremos engambelados na arapuca jornalística das nassifs da nossa imprensa?