13/12/2012, Land Destroyer
Repport
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Ver também: 10/12/2012, Al Jazeera, Hassan N. Gardezi, redecastorphoto em: “EUA
e al-Qaeda: estranhos companheiros de cama?”, em português. [NTs]
Entreouvido
na Vila Vudu:
Se se sabe que as coisas são como aqui se leem... então... a imprensa-empresa no
Brasil só existe, mesmo, para REPRODUZIR, para REPETIR incansavelmente,
exclusivamente, a parte das notícias das agências internacionais que REPRODUZEM,
que REPETEM, as mentiras do Departamento de Estado dos EUA, em guerra em todo o
planeta?!
Então...
então... os consumidores pagantes da imprensa-empresa no Brasil (e no Brasil, necessariamente, os
consumidores pagantes dos produtos da imprensa-empresa somos todos
eleitores!) PAGAMOS para sermos malhados, dia e noite, por esse amontoado de mentiras
de propaganda das guerras dos EUA?!
Como
assim?! Por quê?! Até quando?! Quem precisa da imprensa-empresa?!
Hollande e al-Khatib |
Como parte do golpe norte-americano, de declarar
apoio e reconhecimento [1] à chamada oposição “síria”, os EUA tentaram acrescentar
um dos grupos extremistas que integram o conjunto de milícias armadas que operam
dentro da Síria, a uma lista
de organizações terroristas “do
mal” [2].
A
ideia era ter um bode expiatório ao qual atribuir as atrocidades, enquanto os
EUA continuam a garantir apoio armado, financiado e militarmente organizado pelo
ocidente, aos demais grupos extremistas que estão destruindo a Síria.
O golpe não funcionou. O próprio novo
líder da oposição “síria” nomeado pelos EUA, Moaz al-Khatib,
[3] protestou! A agência Reuteurs
registrou as palavras de al-Khatib: [4]
A
decisão de considerar um dos grupos que luta contra o regime como grupo
terrorista tem de ser revista. Podemos discordar de alguns grupos nossos
aliados, de suas ideias e de sua visão política e ideológica. Mas afirmamos que
todas as armas dos rebeldes visam igualmente a derrubar aquele
regi
e
criminoso e tirânico.
Moaz al-Khatib |
O próprio Al-Khatib declara abertamente que seu projeto
é estabelecer
um “Estado Islâmico”, [5] sobre as cinzas
da atual Síria secular; já disse também, sem fazer segredo, que tem laços com a
Fraternidade Muçulmana. É representante, também, dos interesses das grandes
petroleiras ocidentais, especificamente da Royal Dutch Shell.
Segundo a
BBC, [6] Al-Khatib trabalhou por seis anos
para a al-Furat Petroleum Company, subsidiária da Shell Oil.
[7] Também é conhecido por sua
atividade no lobby a favor da Shell na Síria, entre 2003-2004, e deu
aulas na Europa e nos EUA, como se lê na biografia publicada em sua
própria página na Internet. [8]
Os EUA apoiarem e armarem essa “coalizão de oposição” na
Síria implica colaboração e apoio dos EUA também aos terroristas da Frente
Jabhat al-Nusra; em outras palavras, os EUA estão fornecendo apoio material e
recursos a uma Organização Estrangeira Terrorista (OET), o que é crime, nos
termos do [Code of Laws of the
United States of America]
USC § 2339B, onde se lê: [9]
Quem
deliberadamente forneça apoio material ou recursos a organização estrangeira
terrorista, ou tente conspirar para fazer isso, deve ser multada nos termos
dessa lei ou sofrerá pena de prisão não superior a 15 anos, ou ambas as penas,
e, se da ação resultar morte de alguém, será condenado a prisão perpétua. Para
que se dê a violação desse parágrafo, a pessoa tem de saber que a organização
foi classificada como organização terrorista (nos termos da subseção g-6; que a
organização pratica ou praticou atividade terrorista (nos termos da seção
212(a)(3)(B) da lei Immigration and Nationality Act); ou que a organização
praticou ou pratica terrorismo (nos termos da seção 140(d)(2) da lei
Foreign
Relations Authorization Act, Anos Fiscais
1988 e 1989). Tradução de trabalho apenas deste
excerto, para ajudar a ler, sem qualquer valor de “lei” [NTs].
É
perfeitamente claro que, no mínimo, os EUA estão impedidos, por lei, de
“reconhecer” esse grupo como “representante” do povo sírio; e que tampouco podem
apoiá-los, seja pelo meio que for, financeiro, militar ou político.
O
apoio que os EUA estão dando àqueles grupos é prova de que o governo dos EUA
viola suas próprias leis antiterror.
Logo da al-Qaeda |
A chamada oposição “síria” tem sido problema cada dia
maior para os próprios interesses ocidentais que arregimentaram aqueles grupos,
contra o desejo do povo sírio, processo
que se iniciou nos idos de 2007. [10]
Assim, agora, ao mesmo tempo em que a OTAN serve-se
ilimitadamente das redes regionais da Al-Qaeda
para infiltrar milhares de terroristas na Síria, [11]
o grupo
ocidental já vê os próprios líderes da oposição que o próprio ocidente impôs na
Síria... a exigir, abertamente que o ocidente apoie e financie a Al Qaeda.
Afinal
a opinião pública mundial começa a conseguir ver em profundidade a ilegitimidade
da dita “mudança de regime” que o ocidente tenta forçar na
Síria.
Notas
(comentário enviado por e-mail e postado por Castor)
ResponderExcluirA humanidade se assemelha: quando a corda aperta, os caras fazem qualquer negócio...parece até com nossos patrícios, ao perderem mais de três sufrágios eleitorais. Vele lembrar que, nos anos-50, tão logo da vitória de JK, em meio a todo o fuzuê armado na "República do Galeão", um oficial da Aeronáutica, muito ligado ao futuro brigadeiro e ministro Delio Jardim de Mattos, exclamou: "uma é ruim (referia-se a 1945), duas é péssima (1950), três é corrupção deslavada (1955), logo, a quarta (eleição) é pura ilegalidade (1960-61)!".
Aí vieram Jacareacanga (1956) e Aragarças (1959), ambas falhando fragorosamene, até à Grande Traição (1964), que não sou derrubou um Presidente da República, como desmantelou um governo e, mais grave ainda, deixando-nos marcas que nem o neocapitalismo globalizante, homologado pelo mundo afora, conseguirá tão cedo apagar. A "Solução Síria", portanto, não é motivo de surpresa para nós. Aliás, não esqueçamos de que os EUA promoveram vigorosamente o golpe de 1964: o Brasil "estava ilegal demais", com tatás derrotas udeno-burguesas e neofascistoides-classes médias-altas.
Abraços do ArnaC