sábado, 14 de setembro de 2013

Resumo da ópera 470: submeter-se ou não à imprensa-empresa?

14/9/2013, Blog O que será que me dá
Editado e comentado pelo pessoal da Vila Vudu


Entreouvido no quiosque Ôco-do-Mundo na Vila Vudu: Decidimos editar esse excelente postado que recebemos por e-mail, para excluir dele o que ali havia de defesa do PT.
Essa defesa, que cabe perfeitamente no caso de disputas entre partidos, é absolutamente desnecessária para defender o caso do ministro José Dirceu, contra o imbecilismo fascistizante dos juízes que hoje julgam no STF.
Petistas e não petistas (como a Vila Vudu e a redecastorphoto) estamos unidos hoje na luta pelos direitos democráticos do ministro José Dirceu e de outros petistas acusados sem provas, num tribunal e num julgamento de exceção.
Mudamos também o ataque focado na “Globo”. Entendemos que se a “Globo” tivesse todo o poder que alguns supõem que ela tenha, não estaria na situação em que está, obrigada a lavar a fachada com creolina, dia sim, dia também, porque recebe pacotes de cocô lançados diretamente por cidadãos (consumidores) indignados.


Na sessão desta última quinta-feira, disse o ministro Barroso que “vota com sua consciência e não se pauta pelo que vai sair no jornal do dia seguinte”. É o resumo da ópera 470 – que a imprensa-empresa no Brasil chama de “Mensalão do PT”: submeter-se ou não à imprensa-empresa brasileira?

A estratégia preparada por Joaquim Barbosa foi a de isolar o derradeiro voto (que desempatará em 6 x 5 para um dos lados) para a próxima sessão, quarta-feira que vem, contando com jogar o ministro Celso de Mello à sanha dos jornalistas da imprensa-empresa durante os próximos 7 dias.

Se resistir à pressão vulcânica que o aguarda nesta semana, pela imprensa-empresa no Brasil, e acabar por aceitar os tais embargos infringentes – adiando ou apagando para sempre as capas que a imprensa-empresa sonha conseguir publicar há 8 anos – Celso de Mello salvará o STF (e talvez, com sorte, talvez salve alguma coisa, até, da reputação dos outros cinco ministros que tentam executar no garrote vil a primeira tentativa de governo progressista que o Brasil jamais conseguiu conceber e começa a construir).

Por outro lado, se o ministro dobrar-se à vontade da imprensa-empresa e consentir que se algemem em praça pública(da) réus acusados sem provas, terá realizado o sonho de curto prazo de Globo, Abril, FSP e Estadão, o Grupo GAFE. Mas nem assim, ao contrário do que muita gente pensa e ansiosamente deseja, a novela estará terminada.

Além de expor o STF como a casa da mãe Joana do Grupo GAFE e abrir precedentes para outros linchamentos nos mesmos moldes da 470 em qualquer tribunal do Brasil, a prisão de Dirceu, Genoíono, J. P. Cunha e Delúbio levará o caso à Corte da OEA – que tem o poder de anular o julgamento ou partes dele. Significará mais desmoralização, já aí internacional, para o STF e seus feios atores. Pode ser desenvolvimento muitíssimo importante, muitíssimo útil para ajudar a desmascarar o que alguns no Brasil ainda veem como uma alta corte e seus juízes.

Os ministros que votaram pela degola imediata dos réus parecem não se importar em serem achincalhados por quem entende de direito penal. Parece que o que mais aterroriza Barbosa e os demais que votam com ele é a opinião publicada na imprensa. Desde o início do julgamento ficou evidente, além dos maus bofes e falta de compostura, também a postura político-partidária de Joaquim Barbosa. Como se sabe, há fascistas sinceros, fascistas de fé, por convencimento pessoal profundo da “legalidade” do próprio poder fascista e fascistizante. Sempre houve. Vários deles estiveram sentados no Tribunal de Nuremberg. No banco dos réus, é claro.

Quem seriam?

Ao Grupo GAFE só interessa uma coisa: algemar e fotografar. Se mais tarde o julgamento for anulado, pouco importa.

Fato é que, até aqui, o STF dá sinais de que aceitou a “tese” parida nas fétidas redações do “jornalismo” brasileiro.

E Barbosa conduziu o caso costurando “indícios” que qualquer estudante de primeiro ano de direito sabe que são inadmissíveis. A omissão de provas a favor do chamado “núcleo político da quadrilha” já foi exaustivamente criticada por toda a comunidade jurídica do país. Argumentos como o “domínio do fato” só foram aceitos por jornalistas do Grupo GAFE e seus leitores coxinhas. E hoje, como já se vê, o Grupo GAFE já abandonou, acuado, o tal "domínio do fato" -- depois que até o jurista criador da teoria mandou calar-o-bico, às “sumidades” do STF.

Henrique Pizzolato é mais inocente que uma criancinha, mas fato é que, se aliviarem para um único réu, todo o julgamento desmoronará como castelo de areia. Por isso Barbosa optou por julgar e condenar todos ao mesmo tempo, apostando que conseguiria safar-se.

Os jornalistas e seguidores da empresa-imprensa no Brasil tentam dividir o mundo entre petistas e antipetistas.

Mas saber que o Mensalão nunca existiu, que nunca passou de fantasia “jornalística” cerebrada por um criminoso já condenado (Roberto Jefferson) e executada por uma “jornalista” incompetente, no campo técnico-jornalístico, e portadora de necessidades especiais no campo moral (Renata LoPrete), a serviço de uma empresa de imprensa bem conhecida por sua atividade a favor da ditadura e do golpe desde 1964 e até hoje, já no século 21, não significa ser petista. Significa saber ler jornais brasileiros, usando um mínimo de bom senso.

A maioria do povo brasileiro jamais foi às ruas para protestar contra os governos petistas. Ao contrário; a maioria do povo brasileiro elegeu e reelegeu esses governos que começam a aprender a ser progressistas no Brasil – e já reelegeu este governo por três vezes seguidas e com larga folga. E vamos reeleger Dilma, mais uma vez.

Fato é que o Golpe do “Mensalão” atentado pela imprensa-empresa brasileira é expediente desgastado. Foi utilizado sem o sucesso eleitoral esperado das urnas de 2006, 2008, 2010 e 2012. Para 2014, está sendo tentado, já como a raspa do tacho, mais uma vez. E depois do mensalão?

A oposição voltará a fazer política? Conseguirá construir um projeto alternativo e consistente para oferecer ao país? E o mais difícil de tudo: onde a oposição “educada” pelo opinionismo vicioso de “especialistas” uspeanos e pelas velhacarias do Grupo GAFE e de seus jornalistas incompetentes e de seu jornalismo insuficiente, encontrará candidato viável, que tenha coisa melhor a oferecer aos seus eleitores, além de mentiras “midiaticamente” construídas e velharias já forçadas a se conservar em formol e fardões. Velharia velhaca, que oculta a própria cara por trás da máscara do fardão da ABL.


De qualquer maneira, cedo ou tarde, a novela do chamado “Mensalão do PT” ficará para trás. Então, as “excelências” do STF terão vários pratos cheios aos quais dedicar seus sempre autoproclamados altos talentos jurídicos: o Mensalão do PSDB (e esse existiu! E há muitas provas, já reunidas e organizadas e conhecidas da opinião pública!), a sonegação da Globo, o cartel das licitações de Covas, Serra & Alckmin, o destravamento da Satiagraha de Daniel Dantas, a Privataria de FHC…

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