sábado, 25 de setembro de 2010

O Editorial do Estadão de hoje (25 de setembro de 2010) visto pelo pessoal da Vila Vudu

Escrito e enviado pelo Coletivo Vila Vudu


BOM. Aqui na Vila Vudu, ninguém JAMAIS “exigiu” que o Estadão (talvez por algum tipo de autoiluminação repentina? Por súbita conversão “ética'?!), deixasse de ser o que foi fundado para ser e sempre foi, é e continuará a ser até o dia em que falir por falta de assinantes, leitores e anunciantes -- dia que está bem próximo de acontecer, para felicidade do mundo.

Em 1955, por exemplo, o Estadão publicou editorial EXATAMENTE idêntico ao que publicou hoje.

Quem procurar encontrará o editorial em que o Estadão escreve coisa bem semelhante a "Valendo-nos da nossa tradição de absoluta isenção jornalística, estamos em posição de recomendar que nossos eleitores votem no Brigadeiro Eduardo Gomes".

É a tal "isenção jornalística" do Estadão que nunca existiu. A coisa está dissecada, brilhantemente, no livro CAPELATO, Maria Helena e PRADO, Maria Ligia. "O bravo matutino: imprensa e ideologia - o jornal O Estado de São Paulo", São Paulo: Alfa Omega, 1979 (que reencontrei agora, citado em  , onde todo mundo pode ler o que todo mundo já deveria saber de cor e salteado, no Brasil, há 30 anos (a partir do livro) ou há 55 anos (a partir do editorial de 1955). E, de fato, desde antes.

Em 1947, o Estadão publicou comentário do então diretor do jornal, Plínio Barretto, sobre a eleição de Adhemar de Barros [cujo nome completo o Estadão não publicava; quando era indispensável identificar o cara, o Estadão escrevia "Sr. A. de Barros", mesmo recurso que, depois usaram contra Brizola, cujo nome o Estadão não publicava totalmente], para governador de São Paulo, naquele ano. Inconformado com o resultado das urnas, Barretto espinafra OS ELEITORES.

Diz lá o “isento” e “ético” de plantão no Estadão de então (há 64 anos!): “... como aquela personagem de Machado de Assis (as massas eleitorais) tem uma irresistível atração pelo pulha ... A eleição seria, assim, uma espécie de jogo do bicho (...) O ideal seria a abolição completa da gramática e da esterilidade absoluta das idéias. Procuro apenas glosar os ditos populares e as frases em voga. Tudo isto no estilo dos cafés, dos bilhares e do futebol (...) O candidato que não consiga disfarçar sua distinção estará perdido. A vulgaridade deve ser completa: nas idéias, na linguagem, no vestuário, nas maneiras e até na cara” (no documento citado acima).

Em abril de 1964, o Estadão, em editorial de apoio ao golpe, escreveu que "... a marcha convergente das tropas de São Paulo e Minas (foi) contra os desmandos do homem de São Borja” e representou “o esmagamento completo, e desta vez definitivo, do Estado Novo”.

O Estadão não é "conservador". O Estadão é e sempre foi um jornal de fascistização ativa da opinião pública da elite paulista reacionária (como se a elite paulista reacionária precisasse de jornal pra ser reacionária e fascista!).

A gente aqui na Vila Vudu sempre se surpreende muito quando, em diagnóstico que deveria diagnosticar a TOTAL fascistização de TODO o jornalismo de jornalão no Brasil, o pessoal aí se empenha em argumentar que haveria alguma “ética” ou algum “bom caráter” em um jornal fascista declarar-se fascista. Como assim?!

EVIDENTEMENTE, o problema do Estadão NÃO É ele vender assinaturas para o governo Serra. Até aí, é, só, azar do governo Serra-erra-erra e azar do Estadão!

Se NÓS nos interessássemos pelo Estadão, o Estadão venderia assinaturas para nós. E daí? Qual seria o problema “ético” se o Estadão fosse jornal aproveitável e NÓS comprássemos assinaturas para distribuir nas NOSSAS escolas?! E se NÓS comprássemos jornais do MST pra ajudar o MST e para distribuir os jornais do MST nas escolas, desde o jardim de infância?! Que problema haveria?! (Essa doença “ética” ainda vai ACABÁ coesses “éticos” petistas! Mêo! Mas... até quando?!)

BOM.

O QUE REALMENTE INTERESSA VER E DIZER DO ESTADÃO HOJE É O SEGUINTE: A situação do Estadão é, hoje, cômica. Nunca houve, na história do mundo, golpe cômico: se o golpe provoca mais risadas que medo... acabô-se o golpe. E o caso do Estadão, hoje, é de ROLÁ DE RIR!

A verdade é que, depois de 200 anos de tanto trabalho para fascistizar o Brasil... Hoje, depois de oito anos de governo popular democrático com o presidente Lula, o Estadão não teve poder, sequer, para construir um candidato -- UNZINHO, QUE FOSSE! QUALQUER UM! E mesmo que concorresse sabendo que perderia! NEM ISSO o Estadão teve poder para fazer, em 2010! 

O que pode ser mais engraçado do que isso, se se pensa da “seriedade” da D. Kora Dramer?! Do Augusto Nunes?! Do William Waack?!

NÃO HÁ EVIDÊNCIA MAIS CLARA DA EXTENSÃO ACACHAPANTE DA VITÓRIA DAS FORÇAS DE DEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL, hoje, com o presidente Lula e Dilma, depois de quase 60 anos de luta contra a ditadura no Brasil, do que isso: o Estadão NÃO CONSEGUIU CONSTRUIR NEM UM CANDIDATO, porque até o tal de Serra-erra-erra é democrático DEMAIS pro gosto do Estadão!

É de morrê de rir, sô! O Estadão ACABÔÔÔÔ. É simples assim. O Brasil DERROTÔ os efedapês! Nóis acaaaamo coa raça deles! Tá acabada.  ACORDEM! ACOOOORDEM, sô!

Chega de falar sobre o Estadão! CHEGA! CHEGA! CHEGA! DEU! O Estadão NÃO TEM IMPORTÂNCIA ALGUMA! CHEGA!