sexta-feira, 24 de setembro de 2010

WikiLeaks vai publicar registros militares do Iraque

22/09/2010
(Chico Villela) Começam a circular notícias de próxima liberação de registros militares da guerra do Iraque pelo coletivo WikiLeaks.

Os meios militares dos EUA e alguns aliados, como Reino Unido, Austrália, Canadá e França, além de manter suas campanhas de difamação e ataques contra o coletivo WikiLeaks e seu coordenador Julian Assange, começam a temer as conseqüências do que se anuncia, ainda timidamente, como a próxima publicação de registros da guerra do Iraque,  a ocorrer em algumas semanas.

As notícias citam volumes da ordem de três vezes os celebrados registros da guerra afegã, ou seja, mais de 200 mil. Assassinatos de civis e torturas da parte das tropas aliadas e  aberrações criminosas da parte dos aliados iraquianos devem compor campo relevante desses registros.

Segundo as notícias do site da revista Wired, que fala em 500 mil, os registros a serem publicados constituem a maior liberação de Inteligência militar já ocorrida. Quem revela é Iain Overton, editor do Birô de Jornalismo Investigativo britânico, que trabalha nos documentos junto com as equipes do WikiLeaks.

Ainda se acham pendentes para publicação futura cerca de 15 mil registros da guerra afegã, reservados pelo coletivo WikiLeaks para análise mais aprofundada.

A questão toca fundo na estrutura de poder dos EUA. A liberdade de circulação de informação vem sendo comprometida pela falsa posição cheney-bushista, encampada por BHObama, da fictícia “guerra ao terror”. A citada Primeira Emenda à Constituição, garantia dessa liberdade, vem sendo contestada na prática por juristas, ministros e ministras da Suprema Corte e variados neocons e intelectuais de corte de direita e extrema-direita como ameaça à “segurança nacional”.

Overton revela que desta vez o trabalho envolve redes de TV e mídias independentes em vários países, e prevê-se também a produção de material em imagem.

De forma previsível, o site tem recebido ameaças de ataques políticos e cyber. Um dos mais destacados ataques partiu do suspeito e esquivo grupo com base na França “Repórteres sem Fronteiras”, denunciado repetidas vezes por colaboração com forças de Inteligência como a CIA e governos repressivos.

Para se prevenir, WikiLeaks inseriu no site um arquivo criptografado, que pode ser, e tem sido, arquivado por milhares de leitores. Caso ocorra algo com o site ou com seus coordenadores, seria liberada uma senha para abertura do arquivo. Consta que são cerca de vinte vezes maiores que o já liberado arquivo afegão, além de conter 260 mil registros de correspondências, análises e despachos do Departamento de Estado e de diplomatas mundo afora. Como não se conhece o seu conteúdo, a medida preventiva vem funcionando e infundindo medo aos inimigos do WikiLeaks.


Extraído da NovaE