sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Velha mídia, nova derrota

By admin23/09/2010 - Outras Palavras

Uma vez mais a mídia tradicional brasileira será derrotada numa eleição presidencial. Ela assumiu nas ultimas eleições de Lula, e agora com Dilma, a candidata de Lula, o principal papel de opositor. A chamada grande imprensa brasileira, que de grande não tem nada, tendo em vista sua parcialidade, sempre detestou o cidadão Lula e o presidente Lula. Não se conhece na historia republicana mundial um presidente que tenha sido tão desrespeitado quanto Lula.

Nunca se viu tanto racismo, tanto discriminação tanto ódio na boca de certos políticos e jornalistas. Tentaram por todos os meios impedir que chegasse ao poder. Como Lula persistiu, foi eleito e reeleito para o desespero deles, passaram a praticar uma oposição permanente ao governo, sem nenhuma visão critica. Foram incapazes de reconhecer que o governo conseguiu desenvolver um bom trabalho de inclusão social, diminuindo consideravelmente as desigualdades no território brasileiro. Foram também incapazes de reconhecer que hoje o Brasil é exemplo internacional na luta contra a fome, que tem credibilidade internacional.

Tentam agora, a todo custo, criar sensacionalismo por meio de um clima permanente de denúncias sem provas. Esta passou a ser a única estratégia para desacreditar o governo Lula e sua candidata. Nesses últimos anos o debate político no Brasil perdeu o brilho da racionalidade que exige a boa análise. Aquela que contextualiza, que coloca a nu certas contradições e cujo conteúdo leva o leitor a refletir sobre sua realidade.

A TV Globo, certas revistas e jornais alimentaram e provocaram sempre o baixo nível do debate político no Brasil e nada ajudaram na construção de uma cidadania política. O pior, para essa mídia reacionária, é que o presidente Lula, que tanto lutou pela democratização do Brasil, nunca utilizou da censura. A imprensa sempre teve total liberdade. No fundo eles gostariam de provocar o acirramento para serem censurados, assim poderiam acusar o Lula de ditador!

Também para o desespero desse tipo de mídia, acostumada a manipular a opinião publica brasileira, um parte da população passou a ter acesso a outro tipo de informação política via internet, que vai proporcionar outro tipo de debate político, com efeito multiplicador nos centros de formação de opinião, fora do “padrão globo” habitual. Houve também um amadurecimento político no exercício da cidadania. Os brasileiros, mesmo sendo críticos a certos projetos do governo Lula, reconhecem que o Brasil mudou para melhor e querem a continuidade com Dilma.

O Brasil é hoje uma grande nação e merece que o jornalismo seja praticado dentro do rigor intelectual necessário. Nada de bajulação, apenas neutralidade necessária para analisar os fatos tais como eles se apresentam. Um jornalismo independente do poder político enaltecerá sem duvida a democracia dessa jovem nação. Felizmente nos restam alguns jornais e poucas revistas politicamente corretos.

O que fazer, seu Zé?

Lamentavelmente, José Serra perdeu a capacidade política de participar num debate digno de uma eleição presidencial. Trata-se de um momento propício para a confrontação de idéias, programas sobre o que cada um tem a propor para o povo brasileiro. Quando a política perde seu “P” maiúsculo, a politicagem assume o picadeiro do circo. Aí vira esse triste espetáculo que só enfraquece a jovem democracia brasileira.

O governador Serra, que viveu exilado no Chile, poderia pelo menos ter uma visão mais digna de um homem político que lutou pela democracia. Ou ele é cego ou vê mal a realidade brasileira, daí não aceita comparar os resultados do governo FHC (de que participou) com o governo Lula. Daí o desespero e despreparo político de Serra para enfrentar uma conjuntura econômica e política mais propícia ao governo de Lula. Seu comportamento de vampiro que quer sugar sua adversária, gorgolejando palavras ferinas em nada enaltece o modo de exercer um cargo político.

Ele esquece, junto com seus aliados da mídia reacionária, que o povo hoje está vacinado contra o efeito nefasto do padrão Globo. Espera dos políticos outro tipo de comportamento. Quer propostas concretas para assegurar o futuro de um Brasil para todos, sem exclusão.

*Marilza de Melo Foucher é doutora em economia e especializada em desenvolvimento territorial integrado e solidário