quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Gaza: Escalada israelense mata dois palestinos e fere seis, em 24 horas.

15/09/2010, Al-Manar, Beirute,
Traduzido por Vila Vudu


Pelo menos dois palestinos foram mortos e seis foram feridos em 24 horas, em ataques do exército de Israel na Faixa de Gaza.


Na 5ª-feira, mais um palestino foi morto e dois foram feridos em ataques aéreos israelenses aos túneis próximos à fronteira do Egito – informam médicos e funcionários de segurança do governo do Hamás.


A polícia israelense confirmou um ataque por foguete próximo a Ashkelon. “O foguete caiu em campo aberto e não causou danos”, disse à AFP o porta-voz da polícia de Israel.


Os ataques aéreos israelenses são resposta a fogo de morteiro e um foguete disparados contra os territórios ocupados, e são vistos como reação às conversações de paz que se realizam na Jerusalém ocupada, às quais se opõe a resistência palestina.


Na 4ª-feira à tarde, fontes em Gaza informaram a morte de um militante palestino e ferimentos em outros quatro, em confronto com a artilharia israelense junto ao muro do apartheid, a leste de Zeitoun ao norte da cidade de Gaza.


Militares israelenses disseram que uma milícia da resistência disparou um míssil antitanque contra soldados da ocupação próximo ao “muro de segurança” na área norte de Gaza. “Não houve feridos” disse o porta-voz do exército de Israel.


“O exército de Israel respondeu com fogo de granadas e armas leves e sabe-se que um dos terroristas foi morto” – diz a nota do exército israelense.


A nota cita o brigadeiro-general israelense Eyal Eisenberg: “A Faixa de Gaza é controlada pelo Hamás, que é organização terrorista. O Hamás é responsável por tudo que aconteça na Faixa de Gaza”.


No domingo, três palestinos foram mortos, quando soldados da ocupação entraram em confronto com combatentes da resistência no norte de Gaza. Entre os mortos, estão um velho pastor palestino, Ibrahim Abu Said, 91 anos, e seu neto Abu Odeh, 21. Segundo os palestinos, a artilharia israelense abriu fogo contra militantes da resistência que se movimentavam junto ao muro do apartheid, e uma granada atingiu uma casa de palestinos, onde ocorreram as mortes.


Ativistas pacifistas relatam que forças israelenses também abriram fogo contra uma manifestação pacífica organizada para protestar contra a criação de uma zona proibida ao longo da fronteira próxima da passagem de Erez, no norte.


IMAGEM: Erez, 14/9/2010:
Pacifistas fogem dos tiros disparados pelo exército de Israel, em manifestação de protesto contra a criação de uma zona proibida, próxima da passagem de Erez


Inquérito militar israelense concluiu que a manifestação não reunia exclusivamente “terroristas”, como noticiado inicialmente.


O exército israelense diz que inquéritos sobre esses incidentes revelaram que os três mortos “não tinham qualquer envolvimento em atos terroristas” – conforme resposta do comandante da Divisão Regional de Gaza do exército, a pergunta do jornal Maan.


Para o brigadeiro-general Eisenberg, enquanto os inquéritos sobre os incidentes não forem concluídos “assumimos, a partir de uma reconstituição dos incidentes, que “os três mortos não tinham qualquer envolvimento em atos terroristas”.


No início da semana, o diretor do Shin Bet alertou que grupos da resistência palestina preparavam-se para entrar em ação contra Israel “enquanto durarem as atuais conversações de paz”.


O Hamas continuará a luta de resistência

Também na 4ª-feira, um alto comandante do braço armado do Hamás, as Brigadas Al-Qassam, disse que “a resistência continua contra a ocupação israelense, até a vitória.”


“Armados com fé, fuzis e mísseis, com nossos túneis e nossos combatentes, poremos fim à ocupação também em Gaza”, disse Ahmed Al-Jabari.


Denunciando a recente rodada de negociações diretas que se realiza no Egito, Al-Jabari disse, em declaração publicada na página das Brigadas Al-Qassam na internet, que Israel “só entende a linguagem da força, das armas e da guerra”.


Também na página das Brigadas Al-Qassam na internet, há notícias de judeus fundamentalistas que rasgaram cópias do Corão em Jerusalém:


Extremist Jews tear Quran copies in Jerusalem

“Um grupo de judeus extremistas rasgou cópias do Corão na rua Jaffa, em Jerusalém leste e sapatearam sobre os livros rasgados.

Agências palestinas de notícias divulgaram que Mohammad Monir, aluno da Universidade de Belém, de Wadi Al Joz, encontrou páginas rasgadas de livros do Corão na rua Jaffa, e viu terroristas sionistas pisando sobre elas.

“À primeira vista, pareciam folhas de papel velho. Mas quando examinei melhor, vi que eram páginas do Corão”, disse Monir. “Mandei que saíssem dali e recolhi as páginas”.

Monir contou também que, quando recolhia as páginas, um grupo de sionistas terroristas gritavam-lhe insultos, e um deles deu-lhe um pontapé”.


O artigo original, em inglês, pode ser lido em: Escalation in Gaza: Israel Kills 2 Palestinians, Injures 6 Others in 24 Hrs.