terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Primeiro foram os EUA, a querer civilizar (à bala) os africanos...


14/1/2013, As’ad Abu Khalil - The Angry Arab News Service
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

As'ad Abu Khalil
Por anos e anos os EUA tentaram conter o crescimento dos grupos de militância islamista na Região, implementando aqui o mais ambicioso programa de contraterrorismo jamais visto nessas longas, turbulentas trilhas do Saara.

Mas com os militantes avançando sempre mais pelo deserto, ano passado alguns comandantes militares das unidades de elite do Mali – que receberam anos e anos de treinamento atento por militares também de elite dos EUA – desertaram no calor da batalha, precisamente quando mais se precisava deles – e levaram com eles armas, soldados, caminhões, blindados e as novas competências militares recém-adquiridas, para usar contra o inimigo, segundo informaram altos oficiais militares (não desertores) do Mali.

Mapa político do Mali mostrando a região em poder dos islamistas
(hachurada em vermelho claro)

“Foi completo desastre” – disse um dos vários altos oficiais do Mali que confirmaram as deserções.

Em seguida, um dos oficiais que foram treinados pelos norte-americanos derrubou o governo eleito do Mali. Assim se criou o cenário perfeito para que mais de metade do território nacional caísse em mãos dos extremistas islamistas.

Aviões-espiões e aviões-robôs-de-vigilância dos EUA, os drones, bem que tentaram pôr ordem na confusão generalizada, mas os oficiais norte-americanos e seus aliados ainda não têm, sequer, ideia clara de contra quem ou o quê lutam.

... e agora, chegaram os franceses

Agora, apesar dos repetidos avisos emitidos pelos EUA, de que assalto direto contra aquela fortaleza islamista poderia gerar uma onda de terrorismo por todo o mundo, com alvos até na Europa... os franceses decidiram entrar (também) em guerra no Mali. [1]



Nota dos tradutores
[1] 13/1/2013, New York Times, Adam Nossiter, Eric Schimitt e Mark Mazzetti em: French Strikes in Mali Supplant Caution of U.S.

Soldados britânicos num cargueiro do exército inglês carregado com material francês, 
para entrega em Bamako, Mali (ex colônia francesa)

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