quarta-feira, 21 de julho de 2010

EDITORIAL da redecastorphoto de 21 de julho de 2010

Sobre o artigo de Oscar Niemeyer (Quando não devemos calar )


MUITO BOM! Muito bom mesmo este artigo do Niemeyer que a Sonia Montenegro enviou para a redecastorphoto e ensejou este EDITORIAL.


Lembramos, pra ajudar, que Hobsbawm também fala sobre as FARC no livro "Bandidos" (ed. Paz e Terra, tradução de Donaldson M. Garschagen, de 1969, revisto/reeditado alguns anos depois).


Nesse livro, Hobsbawm fala sobre o “banditismo social”, investiga a atuação de indivíduos ou grupos que, apesar de violar leis locais, não são rejeitados por suas comunidades, pois são vistos como forças sociais positivas.


Proscritos pelas autoridades, os “bandidos sociais” têm seus feitos eternizados em lendas populares, canções e poemas (há algo sobre isso na Internet).


Entre os casos mais famosos de “banditismo social”, Hobsbawm destaca (além de Robin Hood e de exemplos em Itália, México, Rússia e China) os cangaceiros liderados por Lampião, cujas façanhas “se espalharam do Nordeste para o resto do Brasil e eventualmente se tornaram parte do mito nacional da identidade brasileira”, segundo Hobsbawm em entrevista ao O Globo (mas não achamos na Internet). Perdão, mas o Urariano achou e a entrevista pode ser lida em: Heróis marginais - Eric Hobsbawm, em O Globo


O simples fato de os tucanos-pefelês estarem voltando a esses motes antigos indica que estão fazendo campanha IGUALZINHA a que já fizeram em 2006.


De qualquer modo, lembramos também, que a presença desse vice inventado é a CARA do marketismo do Cesar Maia -- sempre MUITO SUJO -- de jogar baixo; mas sempre MUITO eficaz, não no sentido de ganhar votos, mas no sentido de forçar a campanha adversária a responder em terreno complexo e, principalmente, vil.


Esse caso das FARC é exemplar: não há coisa mais difícil do que os petistas, sempre metidos a muito “éticos”, fazerem discussão política profunda de temas complexos.


O banditismo social é caso típico: quem, no mundo, supõe que as vestais udenistas do PT serão capazes de defender bandidos sociais? No caso das FARC, a defesa do banditismo social só aflorou depois que se encontraram DOIS GRANDES NOMES -- Hobsbawm e Niemeyer.


Tudo bem, melhor que nada. Mas o público petista “ético” e da Ana Maria Braga jamais ouviu falar em Hobsbawm. E só alguns sabem quem é Niemeyer.


Nossa sugestão é que não entremos na provocação do Cesar Maia. Esse tipo de campanha já foi MUITO mais eficaz do que é hoje.


Por outro lado, ainda é muito difícil, pros petistas, DEFENDER a bandidagem social. Em zilhões de casos, a bandidagem social são aqueles que os MILICANALHAS (militares canalhas/golpistas de 1964 e, ainda hoje, milicanalhando por aí...) chamam de “terroristas”, mas que são, na verdade, os resistentes às ditaduras, às invasões e vilipêndios de seus países. E resistente é gente que sabe resistir, mas ainda não aprendeu a escrever jornais.


Pelo sim, pelo não, quem ataque os jornais SEMPRE, tem boa chance de trabalhar a favor da resistência, sem ser obrigado a defender a resistência pelos jornais, o que é quase impossível. Não sei se fomos claros, mas a luta continua.