Entrevista concedida a Irene León,
Fedaeps**, junho/2012
“Estrategias
imperialistas y luchas políticas”
(Parte III)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Samir Amin |
Nessa
terceira parte da entrevista feita por Irene León, o pensador egípcio Samir Amin
analisa diversos elementos relacionados com suas teses sobre a desconexão e
implosão do capitalismo, a partir de uma contextualização crucialmente atual:
Egito, Síria, América Latina e China.
ENTREVISTADORA
– O
senhor identificou o controle militar planetário, por EUA e OTAN, como o último
recurso dos monopólios imperialistas para manter seu poder no Sul e em todo o
mundo. Como isso se manifesta nas tensões e conflitos no Oriente Médio e na
África do Norte?
SAMIR
AMIN –
O mundo árabe aparece na primeira linha na propagação de conflitos políticos e
na multiplicação de intervenções militares, que são parte da tentativa de os
monopolistas imperialistas da “troika” assegurarem o domínio. Porque o Oriente
Médio foi escolhido pelos EUA como região prioritária, como alvo dos primeiros
golpes; e não por Bush, mas por Clinton, e antes dele por Reagan. Afinal,
Clinton, Bush, Obama são todos a mesma coisa.
Mas...
O que buscam nessa região? Libertar a região de seus ditadores? Não. Visam a
destruir os países. Exemplo é o que fizeram no Iraque, onde a ditadura de Saddam
Hussein foi trocada por três ditaduras violentas, policiais, assassinas, ainda
mais horrorosas que a de Saddam, duas em nome da religião, outra sunita e a
terceira xiita, e a terceira em nome da etnicidade dos curdos.
O
que os EUA fizeram aí? Um massacre. Não se fala só do milhão de iraquianos que
foram assassinados – nos bombardeios “errados”; fala-se do assassinato
sistemático de dezenas de milhares, de todos os cientistas, todos os
engenheiros, todos os professores universitários e outros. O que fizeram, o
plano dos EUA, era destruir o país. E agora aplicarão o mesmo plano na Síria.
Então... Por que o êxito aparente
dessa estratégia? O êxito só se explica por nossas debilidades. Quero dizer: se
se considera o caso do regime Baath-ista sírio, que há 30 anos é regime
autoritário, mas nacional popular – e uso o exemplo para ilustrar fenômeno bem
conhecido na América Latina. O regime sírio pode ser considerado semelhante ao
regime de Vargas [1] – quero dizer, um governo que
desenvolve um programa substancioso no plano social, econômico, em nível
nacional e internacional, mas que é conduzido diretamente a partir do poder, e
não dá consistência nem firmeza às esferas da participação popular.
Esse
regime sufocou-se ele mesmo e, quando isso aconteceu, para conservar-se no
poder, teve de capitular e aceitar o neoliberalismo. Quando fez isso, abriu as
portar para uma monumental degradação social, que criou as condições para as
revoltas que agora se manifestam. Então, o que se vê é o neoliberalismo, posto
em marcha pelos mesmo que, na origem, se haviam oposto a ele, mas que logo se
renderam. Esse é o quadro que temos hoje.
Mas,
nessa situação, em que se apoiam os imperialistas? Diz-se que o chamado
“exército livre da Síria” é formado de desertores, mas é mentira. Talvez haja
dois, três desertores, mas, na realidade, é formado de mercenários, a grande
maioria dos quais não são sírios, mas turcos, da região de Antioquia,
mercenários da al- Qaeda, vêm do Afeganistão, sabe-se lá de onde mais, apoiados
pela Fraternidade Muçulmana síria.
Que
programa têm? Já declararam: usaram o verbo “moer” os cristãos, os alawitas, os
xiitas, os drusos, quer dizer, mais da metade da população da Síria. Essa é a
democracia que o ocidente apoia? Claro que não. Estão operando ali para o único
objetivo de destruir a Síria.
Mas,
sim, felizmente, essas forças estão isoladas, porque o verdadeiro movimento de
oposição na Síria, quero dizer, o movimento popular espontaneamente democrático
e progressista, do povo sírio, esse nunca se solidarizou com eles. E, seja como
for, continua lá.
Irene León |
ENTREVISTADORA
– Nesse
contexto, como vemos as forças de resistência locais, por um lado. Qual é o
papel da institucionalidade local, por exemplo, a Liga Árabe? E, por outro lado,
como se expressam ali as forças de esquerda? Observadas de fora, não parecem
muito fortes.
SAMIR
AMIN –
A Liga Árabe já não existe – como a ONU já não existe. Já tomaram conta da Liga
Árabe. A Liga Árabe é o Emir do Qatar. Não tem presença na região. E, além
disso, os outros países mostram-se tão fracos, os seus próprios movimentos
locais, que já não querem envolver-se, sequer, em alguma política regional. E
não se vê presença forte da esquerda. Não aparece. É muito difícil.
Veja-se
o caso do Egito. Pode-se dizer que há dois blocos ou, melhor dizendo, um
movimento e um bloco.
O
movimento está composto de seguidores muito diversificados: há jovens
politizados, que têm uma simpatia espontânea pela esquerda, porque se rebelam
contra o sistema social, fundamentalmente, e contra o sistema policial, mas não
só contra o sistema policial não democrático e, sim, contra o sistema,
indefinido, indiferenciado.
Há
também a esquerda radical tradicional local, de linha comunista – no Egito não
há outra – sempre atacada durante 40 anos de repressão, mas que manteve uma
autoridade moral forte, além de grande capacidade intelectual, e, isso sem poder
contar nem com a mais mínima organização e sem capacidade de influir em termos
de mobilização política.
O
novo Sindicato Operário Independente, que é muito forte na tradição sindical
egípcia, sempre foi, por seu lado, sindicato que chamamos de pró-comunista, se
se pode usar a palavra comunista, como se usa hoje, já sem qualquer definição...
mas quero dizer: tendendo à esquerda.
Com
a aceleração das expropriações de terra dos pequenos agricultores, que se
tornaram mais agudas com o neoliberalismo, emergiu também um Movimento de
Resistência dos Pequenos Agricultores, movimento pouco político, no sentido de
que são locais, resistem localmente, mas sua proposta limita-se a propor uma lei
que proíba as expropriações.
Há
também uma série de movimentos sociais articulados em torno de reivindicar
direitos, das mulheres, de democracia, etc. Esses movimentos não questionam
necessariamente o capitalismo, sequer as ações no Egito. A análise que fazem da
natureza do sistema contra o qual se manifestam é muito superficial. Opõem-se ao
sistema porque, para eles, é sistema socialmente ignóbil, politicamente
antidemocrático. Mas, de fato, estão apenas começando a questioná-lo.
Contra
isso, há o bloco reacionário, formado, principalmente, do alto comando do
Exército e dos Irmãos da Fraternidade Muçulmana, que contam com o apoio dos EUA.
E quando digo EUA digo também a Europa e aqueles “grandes democratas do Golfo”,
quer dizer, o emir do Qatar e o rei da Arábia Saudita. Para eles, a estratégia é
convocar eleições o mais rapidamente possível, para obter logo uma maioria
islâmica no Parlamento e preservar a mesma aliança fundamental que já existe, do
alto comando do Exército com os Irmãos Muçulmanos. Já eram aliados desde o tempo
de Sadat e de Mubarak.
Mas
no Egito há duas legitimidades: a legitimidade das urnas, das eleições, que não
é muito forte na consciência política, e a legitimidade da “rua”. O povo egípcio
diz que o parlamento eleito é o parlamento do dinheiro e que o parlamento do
povo é o parlamento da rua, quer dizer, são os movimentos e as lutas.
Dizem
também que, se vivemos 60 anos sem parlamento, podem sobreviver mais cinco anos
sem parlamento. O importante não é o parlamento, mas a luta social e política.
Portanto, há duas legitimidades: uma pequena legitimidade do parlamento e a
legitimidade do movimento. No Egito, isso é muito visível e será cada vez mais
visível, no sentido de que o conflito vai se agravar. Agrava-se já, todos os
dias.
Na
Síria, é verdade que a esquerda é menos visível. É menos visível porque o
sistema não pode continuar a deter o controle aparente da rua. Então, o
movimento popular não quer que o associem nem à intervenção estrangeira nem aos
Irmãos da Fraternidade Muçulmana, mas, menos ainda, quer ficar refém do regime.
É muito difícil, muito confuso e complexo. Infelizmente, a iniciativa está com
Bashar al-Assad e o regime. Quer dizer... Em algum momento Bashar e o
regime compreenderão que não podem resistir às agressões imperialistas se não
contarem com apoio popular. Por outro lado, jamais obterão o apoio do povo se
continuarem a usar força policiar. Terão de sair – terão de se desconectar – se
não do capitalismo, pelo menos do neoliberalismo, para conseguir redistribuir
riqueza, gerar empregos etc..
ENTREVISTADORA
– Nesse
contexto, com esse monumental aparelho de controle instaurado no sistema
mundial... Há possibilidades de se desconectarem?
SAMIR
AMIN –
A China, sutilmente, está se desconectando. No caso da China, a desconexão está
marcada por uma queda nas exportações. Ao contrário, está associada a um
crescimento da parte chinesa nas exportações em escala mundial. Vê-se a
aparência, não de desconexão, mas de conexão profunda. Mas, de fato, por trás de
uma aparente “integração” – o que se vê, a venda de brinquedos de má qualidade,
etc. etc. – há uma desconexão no âmbito tecnológico, quer dizer: os chineses
copiam dos outros e aprendem, mas rapidamente desenvolvem-se por caminhos
próprios.
Mesmo
assim, quais são as relações da China com o capital monopolista? Vão à China
buscando lucros rápidos e sabem que é a curto prazo, porque os chineses impõem
três condições ao capital monopolista:
-
tem de se associar ao capital privado chinês, o qual, mesmo privado, é controlado pelo Estado;
-
não usar só a mão de obra, mas também técnicos chineses, que aprender, não no âmbito gerencial, mas tecnológico; e
-
quando os conceitos tecnológicos estão incorporados, aprendidos, os “investidores” recebem o reembolso do capital, são despedidos, têm de ir-se da China.
E
a iniciativa passa a ser chinesa e eles mesmos desenvolvem seus projetos. Isso é
desconexão, mas uma forma nova de desconexão. E é essa nova forma de desconexão
à chinesa que desnorteia o setor monopolista.
ENTREVISTADORA
– Na
América Latina, fala-se de desneoliberalização. Há processos de
mudança em andamento, alguns governos já manifestam crítica sólida ao
capitalismo, fala-se de Socialismo no Século 21, o Sumak Kawsay [2]
e outros. Fala-se também de desconexão. Como o senhor vê essa possibilidade
real?
SAMIR
AMIN –
Não conheço suficientemente essa experiência latino-americana, mas tudo que
esteja encaminhado nessa direção, como você acaba de dizer, tem de ser examinado
de perto, se modo sério e otimista. Acredito que a desconexão é processo no qual
é preciso conjugar iniciativas de bases diferentes, que se manifestam a partir
de diferentes condições objetivas.
A
desconexão não brota de um ditador iluminado que imponha a iniciativa e a ponha
em marcha. É uma mudança estratégica, que envolve o Estado num processo de ir-se
distanciando dos interesses dos monopólios imperialistas, e reorientando-se na
direção de um tipo de desenvolvimento com autodeterminação.
É
preciso analisar de perto os processos latino-americanos, com máxima simpatia,
mas, simultaneamente, com máximo rigor. É preciso reconhecer a importância de
coisas como as trocas sul-sul, a Aliança Bolivariana dos Povos da América
(ALBA), a nova moeda comum, o sucre,
mas, ao mesmo tempo, entendo que temos de ser rigorosos: estamos andando com a
mesma velocidade que o desafio?
Um
exemplo é a dolarização no Equador, onde o fracasso da gestão da moeda nacional
foi tal, na época do neoliberalismo, que o povo foi a principal vítima e agora
prefere o dólar que dá certa estabilidade aos preços e aos salários – e não quer
voltar a ter moeda nacional. Compreende muito bem esse argumento, mas é
argumento sem futuro. Sem moeda nacional, a margem de gestão das opções
econômicas fica muito reduzida. É indispensável contar com estratégia de mais
longo prazo. Por sua vez, o sucre, a
moeda comum e conjunta, não poderá chegar a ser eficaz se não houver gestão
aceitável de cada uma das moedas nacionais.
ENTREVISTADORA
– Na
América Latina, por sua vez, está-se desenhando uma proposta de nova arquitetura
financeira, a Bolívia, que é estado plurinacional e o Equador definem-se como
estados de “diversidade econômica e produtiva”... É viável pensar em economias
alternativas, considerando-se, por exemplo, que poderia haver ou há formas de
intercâmbio que não estejam articuladas ao mercado ou ao setor
financeiro?
SAMIR
AMIN –
Acredito que perspectiva econômica desse tipo, com economias locais, diversas,
cimentadas, em diferentes níveis, sobre os princípios da coletividade e da
solidariedade – mais que sobre a concorrência e competição – fundamentam-se em
princípios muito sábios. Desejo que isso prospere.
Mas
poderão prescindir de uma gestão nacional macroeconômica e, portanto, de uma
moeda? Não acredito que seja possível. Não acredito tampouco que a economia seja
uma “linha de montagem”, porque, se fosse, poderia ser recuperada mediante a
conversa em torno da “gestão” – que costumo chamar de “gestão da pauperização”,
redução da pobreza mediante o desenvolvimento da sociedade civil, etc., etc., o
conhecido discurso dos EUA sobre a questão.
Não
podemos atropelar, como se não tivessem importância alguma os escalões
nacionais, os níveis do Estado. São necessárias políticas nacionais, e que diz
“política nacional” diz, dentre outras coisas, não só, mas, também, a gestão dos
instrumentos monetários. O Estado tem de dar crédito para a infraestrutura,
apoiar as economias locais, repensar muitas das repostas que tem dado aos
problemas sociais: educação, saúde, direitos, moradia, etc.. Mesmo assim,
procuro ver com o máximo de simpatia essas iniciativas, porque partem de visões
e intenções progressistas, e sabe-se, além do mais, que essas iniciativas
enfrentam sérias oposições e resistências internas e externas, como se vê no
caso do Banco do Sul, que enfrenta dificuldades porque o Brasil não está
suficientemente comprometido com a ideia.
ENTREVISTADORA
– Ao
lado de reivindicações de soberania, estão aparecendo na América Latina
propostas de descolonização. Viu-se claramente, por exemplo, na inauguração da
Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos – CELAC. São iniciativas de
desconexão? Veem-se tendências semelhantes na África?
SAMIR
AMIN –
A América Latina é continente colonizado por populações vindas da costa ibérica
e de outras partes da Europa. Houve um massacre dos povos indígenas, mas
felizmente sobreviveram, porque o genocídio não foi ‘'consumado'’, como aconteceu
nos EUA. Depois, na história da América Latina houve uma espécie de
recolonização interna e os movimentos independentistas no continente, mesmo que
sejam glorificados sob a liderança de Bolívar, foram, fundamentalmente,
movimentos de criollos, não de autóctones.
O
primeiro país onde houve mudança qualitativa foi o México, com a revolução de
1910. Foi uma vitória da massa camponesa indígena, que obrigou o país a
assimilar fortemente a existência dos povos indígenas. Houve projeto análogo no
Peru nos anos 1920s, e depois outros. Agora se reconhece que tudo isso é, e
creio que é, importante e positivo. A América andina e o Brasil à sua maneira,
convenceram-se de que não estão na América Latina. O nome deveria ser América
Índia, Africana e Latina. É nome longo, mas reflete a diversidade real dos
componentes. Mas, atenção: a diversidade também poderia ser usada para um
“esquartejamento” sem fim.
Na
África, a história é diferente. Na África não usamos o termo “indígena”, porque
era o termo que o inimigo usava para nos designar. Mas na África, por diferentes
que sejamos, todos hoje somos ainda indígenas.
Os
Estados são o que são. Não sou fanático por fronteiras. Os Estados, como foram
fundados, são produto da história, mas estão aí. Em alguns casos fala-se de
nações, mesmo que sejam nações plurinacionais, como Bolívia e Equador, mas
existem, é fato. Insistamos então nas cercanias e, sobretudo, nos interesses
comuns, nas semelhanças, mais que nas especificidades.
Enfatizemos,
sobretudo, as convergências e os interesses comuns, mais que a diversidade em
si. Porque o adversário usa a diversidade e a transforma em divisão. Nós temos
de construir uma frente comum, de elementos. Enfatizando, em primeiro lugar, um
futuro comum.
ENTREVISTADORA
– Na
América Latina, a diversidade está no centro das atuai redefinições. O Sumak
Kawsay, o Bem Viver, por exemplo, posiciona um horizonte de alcance amplo,
que parte de concepções de diversidade, mais ainda, de “diversidades”, de uma
perspectiva que é muito diferente da concepção libera, que a vê numa perspectiva
mercantil…
SAMIR
AMIN –
O capitalismo liberal, o capitalismo em geral, socializa através do mercado.
Significa que tanto o indígena orgulhoso e pobre, como o pequeno burguês de
origem espanhola, assistem ao mesmo programa imbecilizante de televisão, desejam
ter os mesmos produtos, etc..
Aqui
falamos de outra socialização, de uma socialização democrática. Este tipo de
socialização se enriquece com o que a diversidade oferece. Mas a socialização do
mercado se autoempobrece, e se converte a socialização em folclore sem
importância, a reduz a nada: tudo gira a favor de uma falsa individualidade.
“Socialização
democrática” é expressão simpática e linda, mas difícil de aplicar, porque
implica a necessidade de articulá-la a objetivos comuns. A grande oportunidade
histórica, hoje, nesse momento, espera resposta de audácia, com radicalização
das propostas, para que os povos consigam, mais do que se defender, também
passar à ofensiva, e também construir um futuro.
Notas dos
tradutores
*Parte
I: O mundo visto do Sul, Irene León
entrevista Samir Amin (parte I), (mar. 2012) e Parte
II: A implosão do capitalismo, Irene León entrevista Samir Amin (II)
(jun. 2012).
As duas partes iniciais da
entrevista estão em tradução.
**Fedaeps – Fundación de Estudios,
Acción e Participación Social (Av. La Coruña N 28-26 e Bello Horizonte,
Quito, Ecuador. Fone (593 2) 290 4242. Fax: (593 2) 252 4481. info@fedaeps.org
__________________
Notas
da entrevistadora
Irene León:
[1]
Getulio Vargas (1882-1954), quatro vezes presidente do Brasil, encabeçou nos
anos 30 a
chamada “Revolução Constitucionalista”, processo de modernização do Estado,
marcado pela industrialização do país, com perspectiva de nacionalismo
econômico. Criou ampla e nova institucionalidade que compreendeu, dentre outras
instituições, o Ministério de Trabalho, a Petrobrás, a Eletrobrás. Em seu
governo reconheceram-se direitos trabalhistas e das mulheres. Mas foi governo
marcado, ao mesmo tempo, pela grande distância que separava as propostas de
mudança estrutural, que emanavam do poder, e os atores
sociais.
[2] Sumak Kawsay é
expressão originária da língua quéchua (Sumak, plenitude; Kawsay,
viver). Designa o modelo de desenvolvimento que se busca no Equador; implica um
conjunto organizado, sustentável e dinâmico dos sistemas econômicos, políticos,
socioculturais e ecológicos que assegurem a realização do “bem viver”. A
expressão em quéchua aparece na Constituição do Equador, de 2008, que consagra
“o direito de a população viver em ambiente são e ecologicamente equilibrado,
que assegure a sustentabilidade e o bom viver, sumak
kawsay”.
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