De: OccupyWallSt e 3 anonymousOWSOccupiers (em
Chicago)
Data: 20/5/2012, COMMUNIQUÉ #246 “An
Open Letter to Our Comrades”
Traduzido
pelo pessoal da Vila
Vudu
Polícia de Chicago ataca manifestantes contra 2012 NATO Summit |
Na
véspera do início desse festim dos hipócritas cabais, também citado como “2012
NATO Summit” [Conferência OTAN 2012], o povo de Chicago sofreu grave injustiça
nas mãos da polícia do estado.
Dia
19/5, as forças da Polícia de Chicago atacaram com violência, com brutalidade,
nossos corpos e nossos direitos. Uma força policial absurdamente gigantesca foi
empregada para intimidar e provocar uma assembleia pacífica, em ataque militar
descabido, contra ativistas que se manifestavam contra a OTAN, do qual
resultaram vários feridos graves – narizes quebrados, olhos feridos, e um
incidente particularmente inadmissível e nauseante, no qual um camarada e
militante dedicado foi violentamente atropelado por um dos carros de guerra da
polícia.
Condenamos
indignados esses ataques covardes inaceitáveis. Sabemos que as pessoas começam a
acordar do sonho de liberdade falsificada, numa nação que se mostra hoje nas
ruas, encarnada num novo estado policial que esmaga qualquer voz discordante e
defende as máquinas de guerra da violência internacional e do capitlaismo
global, em vez dos seres humanos que finge representar e defender.
Mas
já não é tão fácil enganar. Cada dia, menos norte-americanos deixam-se ludibriar
por essas táticas.
As
ações do Departamento de Polícia de Chicago, ontem à noite, foram executadas
segundo um plano deliberado de provocação, para gerar medo entre os
manifestantes do nosso coletivo, nos intimidando para nos fazer recuar. É tática
policial usada para nos afastar no nosso foco e nos prender numa espiral de
violência, recuo e negativismo.
Temos
de resistir a essas emoções, porque perdemos nossa autonomia se agirmos por
reação à ação deles, seguindo o roteiro que eles conceberam para nós, fazendo o
que o braço armado da repressão do estado nos empurre a fazer.
É
importante nos mantermos sérios e organizados, para não cairmos na armadilha
deles. O que eles querem é nos forçar a responder à violência deles.
Todos
sabemos que o ataque militar contra a população de Chicago nada é além de
tentativa alucinada para que, depois, tenham o que dizer, tentando justificar a
quantia astronômica de dinheiro público que foi desperdiçada para por nas ruas
esse número exorbitante de policiais, todo o aparato de supervigilância e a
invasão ilegal e imoral das nossas casas e casas de nossos familiares; para isso
serve também o medo orwelliano que a mídia-empresa-fantoche trabalha para
disseminar.
Não
nos deixaremos arrastar para um estado de fúria desorganizada, porque já
entendemos que isso, exatamente, é o que mais interessa à polícia que ocupa as
ruas, e que deseja nos manipular. Nada temos a ganhar – e temos muito a perder –
se cairmos na arapuca barata e previsível que armaram para nós. Se não mais
obedecemos, subjugados, às ordens da autoridade, não conseguirão nos fazer agir
como eles agem.
Essa
convergência nacional é oportunidade muito, muito rara, para unir todos os
ativistas de todos os grupos, numa grande frente unificada de resistência,
diferente de tudo que esse país já viu, há mais de uma década.
Amanhã,
voltamos às ruas com o coração altivo, engrandecidos como sobreviventes da
terrível violência e da injustiça que sofremos, nós e nossos camaradas, nas ruas
dessa cidade que é nossa. Não nos deixaremos tomar por emoções que toldam nossa
capacidade de pensar e de nos organizar.
Reconhecemos
a tentativa de coerção como mais uma manifestação de uma violência sistêmica, e
nos manteremos autônomos, como indivíduos que não obedecem ordens do poder
violento, explícitas ou implícitas. Sabemos canalizar nossa ira, nossa dor,
nossa compaixão, nosso desespero, nossa paixão, na luta por um mundo melhor, em
que possamos falar e agir sem sermos oprimidos.
Camaradas,
é
hora de respirar juntos, bem fundo. Cuidar dos feridos e das feridas e, depois,
voltar aos nossos postos, para tomar decisões táticas que resultem de escolhas
livres e autônomas, não ditadas pela Polícia.
Cuidem
todos cada um da própria segurança e da segurança dos próximos, organizem grupos
pequenos, todos em contatos entre si, por afinidade ou por grupos de conhecidos.
Mantenham
a calma. Lembrem todos de por que decidimos viajar a Chicago – para resistir
contra uma máquina de guerra que age nas sombras, sem transparência, sem prestar
contas a ninguém, como se o povo que dizem defender e representar não existisse.
E para dizer aos canhões que queremos um mundo sem guerra, sem opressão e sem
desigualdade.
Solidarity forever.
Anonymous
#OCCUPYWALLSTREET
#NONATO
#NATOSOLIDARITY
#NATO3
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