Michel Chossudovsky |
Enquanto o presidente
e supremo comandante dos Estados Unidos da América, Barack Hussein Obama
“celebra” o primeiro aniversário da alegada morte de bin Laden, mantém-se
inalterada a questão de fundo de QUEM FOI OSAMA BIN LADEN. (Remarks by
President Obama in Address to the Nation from Bagram Air Base,
Afghanistan, ver vídeo no
fim do artigo).
Cheio de mentiras e invenções, o
discurso cuidadosamente elaborado do presidente Obama encerra um mundo de total
fantasia, em que os “maus do filme” estão à espreita e “conspiram atos de
terrorismo”. Entretanto, diz-se que os “jihadistas” estão ameaçando a
civilização ocidental.
Cada uma de todas as afirmações do
discurso de 1º de Maio de Obama na base da Força Aérea de Bagram, relativas ao
papel da Al Qaeda, é uma invenção: (abaixo damos excertos das Notas de Obama
em itálico, os comentários do autor estão indicados entre colchetes [ ]):
Foi aqui, no
Afeganistão, que Osama bin Laden instalou um porto seguro para a sua organização
terrorista. [Osama foi recrutado pela CIA, a al Qaeda foi montada com o
apoio da CIA. O porto seguro de Osama foi protegido pelos serviços secretos dos
EUA].
Foi para aqui, no
Afeganistão, que a al Qaeda trouxe novos recrutas, os treinou e planejou atos de
terrorismo. [Os Mujahideen foram
recrutados e treinados pela CIA. A Arábia Saudita, aliada dos EUA, financiou as
escolas corânicas Wahabbi, Ronald Reagan elogiou os mujahideen como “Combatentes
pela Liberdade”. Sem o público americano saber, os EUA divulgaram os ensinamentos da jihad islâmica em manuais “Made
in America”, elaborados na Universidade de Nebraska ].
Foi aqui, a partir
destas fronteiras, que a Al Qaeda lançou os ataques que mataram aproximadamente
3000 homens, mulheres e crianças inocentes. [Obama refere-se aos ataques do 11/Set. Até hoje
não há provas de que a al Qaeda tenha estado envolvida nisso. Além disso, como confirmado pela CBS News, a 10 de Setembro de 2001, Osama bin
Laden deu entrada num hospital militar paquistanês em Rawalpindi por especial
favor do Paquistão, aliado da América . Terá coordenado os ataques de
11/Set a partir da sua cama no hospital?]
E assim faz agora
10 anos, os Estados Unidos e os nossos aliados entraram em guerra para garantir
que a al Qaeda nunca mais poderia usar este país para lançar os seus ataques
contra nós. [Os ataques do 11/Set
foram a justificação para a guerra no Afeganistão, com base na “auto defesa”.
Dizia-se que o Afeganistão abrigava al Qaeda e portanto era cúmplice num
descarado ato de guerra contra os EUA.
A verdade é que o governo dos
Talibãs por duas vezes nas semanas que se seguiram ao 11/Ser ofereceram-se
(através dos canais diplomáticos) para entregar Osama bin Laden ao sistema
judicial dos EUA. O presidente George W. Bush recusou a oferta do governo
Talibã, alegando que a América “não negocia com terroristas”.
A OTAN entrou em guerra invocando
o Artigo Cinco do Tratado de Washington: um ato de guerra contra um membro da
OTAN é considerado um ato de guerra contra todos os membros da OTAN ao abrigo da
doutrina da segurança coletiva].
Apesar do êxito
inicial, por uma série de razões, esta guerra demorou mais do que o inicialmente
previsto. Em 2002, bin Laden e os seus lugares-tenentes escaparam pela fronteira
e estabeleceram um porto seguro no Paquistão. A América passou quase oito anos a
travar uma outra guerra no Iraque. E os aliados extremistas da al Qaeda no seio
dos Talibãs travaram uma brutal insurreição. [O paradeiro de Osama bin Laden foi sempre bem
conhecido dos serviços secretos dos EUA. O presidente Obama transmite a ilusão
de que as forças dos EUA-OTAN e os seus funcionários de informações não
conseguiam encontrar bin Laden. Nas palavras do antigo secretário da Defesa,
Donald Rumsfeld (2002), “é como procurar uma agulha num palheiro”.
O presidente Obama também sugere
que os operacionais da al Qaeda, equipados com mísseis Stinger e Kalashnikovs,
tinham conseguido superar a máquina militar de muitos milhões de milhões de
dólares dos EUA-OTAN].
Mas nos últimos
três anos, a maré mudou. Quebramos a dinâmica dos Talibãs. Montamos fortes
forças de segurança afegãs. Destruímos a liderança da al Qaeda, eliminando 20
dos seus 30 líderes de topo. E há um ano, a partir duma base aqui no
Afeganistão, as nossas tropas lançaram a operação que matou Osama bin Laden.
[Muito se tem escrito sobre esta
questão. Não há provas quanto à identidade da pessoa que foi alegadamente morta
pelas Forças Especiais SEAL. Nas palavras de Paul Craig Roberts, “A história do governo dos EUA sobre bin
Laden foi tão mal cozinhada que não demorou 48 horas a ser alterada
profundamente…”]
A meta que
estabeleci – derrotar a al Qaeda e impedir qualquer hipótese de ela se
reconstituir – está agora ao nosso alcance. [Há muitos indícios de que a al Qaeda, enquanto
“trunfo secreto” patrocinado pelos EUA está “viva e se mexendo”. Desde 11/Set, a
al Qaeda evoluiu para uma entidade multinacional com “filiais” em diversos
lugares quentes geopolíticos por todo o mundo.
Na Líbia e na
Síria, brigadas da al Qaeda são os soldados de infantaria da aliança militar
EUA-OTAN.
Onde quer que
o aparelho militar e de informações dos EUA esteja instalado, a al Qaeda está
presente:
A al Qaeda no
Iraque, a al Qaeda na Península Arábica (AQAP), o Grupo de Combate Islâmico da Líbia (GCIL), o Al
Shaabab (Somália), a al Qaeda no Magreb Islâmico, o
Jaish-e-Mohammed (JEM) (Exército de Maomé) (Paquistão), a organização Jemaah
Islamiya (JI) (Indonésia), o Movimento Islâmico do Uzbequistão, etc. (Ver; Organizações Terroristas Estrangeiras do Departamento de
Estado dos EUA, Conselho de Segurança das Nações Unidas, Lista de indivíduos,
grupos, empresas e outras entidades associadas com a Lista de
Sanções Al-Qaeda).
Ironicamente, em todos estes
países, os serviços de informações dos EUA coordenam abertamente as atividades
dos grupos filiados da al Qaeda. Oficialmente, o contraterrorismo consiste em
combater a jihad islâmica. Não oficialmente, por meio de operações secretas, os
serviços secretos ocidentais apoiam os seus “trunfos” incluindo entidades
terroristas da lista do
Departamento de Estado dos EUA.
Além disso, estas diversas
organizações terroristas estão hoje sendo usadas em operações militares secretas
EUA-OTAN contra países soberanos (por ex: Líbia e Síria). Segundo fontes dos
serviços de informações israelenses:
“Entretanto,
na sede da OTAN em Bruxelas e no supremo comando turco estão a ser traçados
planos para o seu primeiro passo militar na Síria, que é armar os rebeldes com
armas para combater os tanques e os helicópteros com a intenção de dissolver o
contestado regime de Assad. Em vez de repetir o modelo líbio de ataques aéreos,
os estrategas da OTAN estão a pensar mais em termos de injectar grandes
quantidades de foguetões anti-tanques e anti-aéreos e metralhadoras pesadas nos
centros de protesto para vencer as forças blindadas do governo”. (DEBKAfile, OTAN vai fornecer aos rebeldes armas anti-tanque, 14/Agosto/2011)]
Ronald Reagan conversa com combatentes “mujahideen” pela Liberdade |
Quem é ou era Osama?
Um “trunfo
dos serviços secretos”, nomeadamente um instrumento da CIA para justificar a
“Guerra Global contra o Terrorismo”.
Vale a pena
recordar que a 14 de Setembro de 2001, tanto a Câmara como o Senado adotaram a
resolução histórica que autorizou o presidente a “perseguir” países que
“ajudaram os ataques terroristas [de 11/Set]”.
O presidente
está autorizado a usar toda a força necessária e adequada contra as nações,
organizações, ou pessoas que considerar que planearam, autorizaram, praticaram,
ou ajudaram os ataques terroristas que ocorreram a 11 de Setembro de 2011, ou
albergaram essas organizações ou pessoas, a fim de impedir quaisquer atos
futuros de terrorismo internacional contra os Estados Unidos por essas nações,
organizações ou pessoas.
Atualmente,
em 2012, há amplos indícios de que:
1) A al
Qaeda não esteve por detrás dos ataques do 11/Set ao World Trade Center e ao Pentágono.
2)
Também há indícios pormenorizados de que organismos do governo dos EUA e da OTAN
continuam a apoiar e a "albergar essas organizações" [a al Qaeda e suas
organizações afiliadas]. Na Líbia, os rebeldes “pró-democracia” foram liderados
por brigadas paramilitares da al Qaeda sob a supervisão das Forças Especiais da
OTAN. A “Libertação” de Trípoli foi levada a efeito por “antigos” membros do
Grupo de Combate Islâmico da Líbia (GCIL). Os jihadistas e a OTAN trabalharam de
mãos dadas. Essas “antigas” brigadas afiliadas da Al Qaeda constituem a espinha
dorsal da rebelião "pró-democracia”.
3) Há
indícios crescentes de que as torres do WTC foram postas abaixo através de
demolição controlada, levantando a hipótese de cumplicidade e encobrimento no
seio do governo dos EUA, dos serviços secretos e militares. (Ver os
escritos de Richard Gage, Undisputed Facts
Point to the Controlled Demolition of WTC 7 , Global
Research, Março 2008. Ver também o vídeo, Richard Gage Controlled Demolitions
Caused the Collapse of the World Trade Center (WTC) buildings on September 11,
2001, Global Research).
Quem é Obama?
Um mentiroso
político e um criminoso de guerra.
Os discursos
escritos de Obama são distorções descaradas. As realidades são viradas de pernas
para o ar. Os atos de guerra são apregoados como operações de paz…
Ironicamente,
o texto da resolução do Congresso de 14 de Setembro de 2001 (ver acima) não
exclui ação judicial e investigação criminal dirigida contra patrocinadores dos
EUA-OTAN de terrorismo internacional, incluindo o presidente Obama, que
utilizaram os trágicos acontecimentos do 11/Set como pretexto para travar uma
“guerra sem fronteiras” ao abrigo da bandeira humanitária da “Guerra Global
contra o Terrorismo”.
O artigo original, em
inglês, pode ser lido em: “WHO WAS
OSAMA? WHO IS
OBAMA?”
Tradução de Margarida Ferreira e adaptação ao
português do Brasil pela redecastorphoto
Este artigo foi extraído de Resistir
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.