terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O galo americano prepara-se para cocoricar de cima do lixão asiático

23/2/2014, [*] Peter Lee, Blog China Matters
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Este artigo é variante encurtada de um artigo publicado em 25/2/2014, pelo mesmo autor,  no Asia Times Online sob o título: Asia pivot comes back to bite the US


Em outras palavras: é hora de os EUA cacarejarem a plenos pulmões, na celebração do pivô para a Ásia. Isso, acho eu, é o que farão no tour “Fodam-se vocês” que o presidente Obama realizará pelas democracias asiáticas em abril de 2014.

A viagem exige mais que apenas rápido trabalho preliminar, dada a complicada situação na Ásia.

Não é só que a República Popular da China e o Japão estejam engalfinhados em furioso arranca-rabo, e que as Filipinas tenham declarado que o Mar do Sul da China é o novo Sudetenland [1], e que a República Popular da China enfrentará confrontação, não negociação. O caso é que os EUA estão menos que perfeitamente felizes com os pontiagudos cotovelos do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe e as fraturas que causou na frente unida da pivotagem.

Houve fascinante eclosão de colunas publicadas nos veículos de prestígio dos EUA (Bloomberg, NY Times, Washington Post e Business Week), todas fortemente críticas contra Abe e a provocativa visita ao Santuário de Yasukuni...

Santuário Yasukuni
Mas a tal visita aconteceu em dezembro de 2013. E o soco no queixo, de “resposta”, só está aparecendo em fevereiro de 2014. Meio (muito) atrasado.

Ah! E deve-se considerar que o detalhe altamente insultante, de que o primeiro-ministro Abe ouviu as tolices de Joe Biden por uma hora, deu-lhe as costas e saiu para visitar o santuário, só vazou no final de janeiro.

Assim sendo, por que, sem mais nem menos, os EUA põem-se hoje a sapatear de fúria por causa da manifestação bem clara das inclinações históricas revisionistas de Abe... no ano passado?

Bem. Depois de examinar as vísceras divinatórias exclusivas para leitores (pagantes! Brincadeirinha!) de China Matters, acredito que aquele furor tem muito a ver com a anunciada viagem do presidente Obama à Ásia.

Até agora, a República Popular da China não está no itinerário. Mas Japão e Filipinas, sim. E também a Coreia do Sul (incluída, pelo que se sabe depois de muito lobbying).

A viagem está parecendo celebração da pivotagem para a Ásia – a tal estratégia para conter a China que não ousa dizer o próprio nome, mas tem o objetivo de garantir a posição de liderança dos EUA no Leste da Ásia, mediante o movimento de empurrar as relações da China com seus vizinhos para posição mais polarizada e confrontacional, o que combina melhor com a superioridade militar dos EUA.

Mais que isso, a viagem mascarará o terreno perdido no lamentável cancelamento de viagem anterior do presidente Obama à Ásia (por causa da farsa do teto da dívida dos EUA) e fará-crer, a um mundo em dúvida, que a verdade é o contrário do que parece: que os EUA estão no comando, plenos de decisão e coragem, senhores dos eventos, país-líder da coalizão das democracias asiáticas, de fato, sim, o universalmente saudado hegemon, amo e senhor, da Ásia.

Vejo a viagem do presidente Obama como uma daqueles tours imperiais que imperadores romanos e chineses empreendiam, para mostrar que o poder do império ainda era vigente até as regiões das fronteiras mais distantes.

O problema é, porém, que há uma democracia asiática que está visivelmente elevando as apostas, contra o dia em que os EUA mudem de ideia e decidam que seus reais interesses estão muito mais para o lado do temido eixo G2 (cooperação entre EUA e China para organizar os negócios, não necessariamente na direção que interesse a outras nações do Pacífico).

Shizo Abe
Essa nação, é claro, é o Japão.

O primeiro-ministro Abe, por sua linhagem e experiência pessoal, está em boa posição para recordar as muitas vezes que os EUA decidiram que interesses norte-americanos e japoneses não são necessariamente coincidentes.

Essas vezes vão desde o Tratado de Portsmouth (quando Teddy Roosevelt decidiu que o Japão era membro ainda não suficientemente maduro do clube imperial, para colher todos os frutos de sua vitória sobre a Rússia czarista); até a desagradável IIª Guerra Mundial (que o grupo revisionista de Abe considera ser culpa integral dos EUA), passando pelo inesperado reconhecimento da República Popular da China, o torpedeamento da economia japonesa pelo Acordo Plaza imposto pelos EUA e pela conversa enervante, sempre dissimulada, sobre o tal G2, que volta e meia reaparece na diplomacia dos EUA.

Num plano pessoal, o primeiro-ministro Abe com certeza recorda o quanto ele, pessoalmente, apoiou George W. Bush na sua política confrontacional contra a República Popular Democrática da Coreia (RPDC, “Coreia do Norte”) em 2005, para, na sequência, ver o Japão – e a questão da assinatura de Abe, dos sequestrados – apagados e deixados de lado, na pressa de Chris Hill & Condoleezza Rice para concluírem um acordo transitório com a RPDC.

Em clave mais feliz, o primeiro-ministro Abe provavelmente também recorda que a secretária Clinton sempre fez empenhada oposição ao G2 e sempre apoiou avidamente o “pivô para a Ásia”, com a estratégia subjacente de empregar a aliança com o Japão como principal pedra de toque de toda a política dos EUA na Ásia. Para contar toda essa história seria preciso escrever um livro inteiro, mas vale a pena recordar que se sabe que o presidente Obama estava pronto para declarar que as Senkakus não estão incluídas no tratado de segurança EUA-Japão – presumivelmente em resposta a algum gesto chinês de apaziguamento –, quando a secretária Clinton e o ministro Maehara passaram a explorar (ou, pela minha avaliação, inventaram tudo) o imbróglio das terras raras/capitão Zhan em 2010, o que levou a resultado diametralmente oposto: Obama declarou que as Senkakus estavam incluídas, sim, no tratado.

Ilhas  Diaoyu e Senkaku
Subsequentemente, se tornou claro que a secretária Clinton havia decidido impedir qualquer engajamento, e que tratava as questões marítimas com a República Popular da China como pretexto para fazer avançar uma política de confrontação contra a China, sempre se servindo da política como base para o pivô militarizado na direção da Ásia.

Mas a secretária Clinton foi-se, pelo menos por hora; e o decididamente muito menos confrontacional Kerry parece que tem tido capacidade para assumir as rédeas da diplomacia norte-americana.

O foco de Kerry dirigido para o Oriente Médio tem ocasionado resmungos nervosos/ressentidos de apoiadores do relacionamento com o Japão em Washington, pela razão declarada de que o foco de Kerry no Extremo Oriente é insuficiente, e o “pivô” estaria sendo deixando de lado. Uma razão não declarada talvez seja que a China, porque em vários sentidos seu papel é importante no Irã e na Síria, parece estar andando polegada a polegada na direção de um relacionamento quase-G2 com Kerry, o que pode ser resultado de alguns favores feitos à China, à custa das democracias do “pivô”.

Um desses favores, como especulei nesse blog, pode ter sido os EUA exigirem que o Japão fizesse prova de sua sinceridade contra a proliferação nuclear, devolvendo certa quantidade de plutônio baixo-enriquecido que recebeu dos EUA, há muito tempo.

John Kerry
Seja como for, sinto que era necessário para Kerry firmar as próprias credenciais de “durão contra a China”; e creio que foi o que ele fez, ao mandar Evan Madeiros fazer o maior barulho a respeito de os EUA absolutamente não admitirem uma ZAID (Zona Aérea de Identificação da Defesa) no Mar do Sul da China. E a China, a qual, creio, já desmentira que tivesse qualquer interesse em  ZAIDs no Mar do Sul da China, rapidamente respondeu que não estava considerando esse movimento; assim, permitiu que Kerry se mudasse, da desprezível casa-do-cachorro do apaziguamento à Chamberlain, para o prestigiado alto reino da força bruta à Churchill.

Agora, o presidente Obama pode ir à Ásia, amparado na ideia de que a credencial dos EUA, de ter metido “o dedo no olho da China”, seja relativamente segura.

Nesse contexto, afinal, o que concluir da campanha organizada para fazer chover sobre o primeiro-ministro Abe, justamente quando ele desfilava em Yasukuni?

Acho que é porque o presidente Obama deseja usar a viagem de abril para afirmar o pivô e, mais importante, para afirmar a indispensável liderança dos EUA no tal pivô.

Isso significa descer o chicote no Japão e demonstrar que os EUA não se deixarão prender nas esperanças e sonhos do governo Abe (de um governo que explora a aliança com os EUA como ferramenta dele para restaurar a soberania e o comando militar e diplomático do Japão em toda a Ásia).

Seria preciso uma modalidade especial de negação para ignorar o fato de que o primeiro-ministro Abe borbulha de planos para expandir a marca diplomática e de segurança do Japão em toda a Ásia, dos Kuriles a Myanmar e à Índia... Ou para não considerar o fato de que essas ambições absolutamente não se encaixam na estrutura hierárquica no topo da qual há o pivô dos EUA, com a aliança de segurança EUA-Japão na camada logo abaixo, e o relacionamento do Japão com outras democracias asiáticas guiadas pelo pivô, pela aliança de segurança, pelo poder e pela glória da visão estratégica... dos EUA!

Esse desagradável estado de coisas pode ser constatado no enigma que parece subjazer aos maus-tratos às canelas de Abe: a distância que não para de aumentar entre a Coreia do Sul e o Japão.

Um dos problemas mais renitentes do pivô sempre foi o rancor entre os governos de Abe e de Park; e, também a predileção marcadamente antipivotal da Coreia do Sul, sempre interessada em deslizar na direção do campo econômico e político da República Popular da China.

Abe, contrário à doutrina ostensiva da solidariedade pivotal, parece feliz por exacerbar sistematicamente e com determinação as rixas entre Japão e Coreia do Sul, não só com visitas ao santuário Yasukuni mas, também com comentários depreciativos, feitos por seus aliados, sobre as lições da IIª Guerra Mundial e as comfort women. E, contrário à ideia de que os EUA coordenem o pivô, Abe também não se cansa de falar em tom depreciativo contra os esforços dos EUA para se autoinserirem na disputa.

Segundo Peter Ennis do Japan Dispatch, os tumultos em torno da visita de Abe ao santuário Yasukuni tiveram um papel nos esforços dos EUA para mediar uma reaproximação entre Japão e Coreia do Sul.

Para Ennis, o vice-presidente Biden achava que Abe não visitaria Yasukuni; e comunicou esse seu palpite ao presidente Park. Quando transpirou que Abe, sim, visitaria Yasukuni, Biden fez aquele infeliz telefonema, para tentar persuadir Abe a não ir. Em termos essenciais, Abe mandou-o catar coquinhos.

Não satisfeito com mandar Biden catar coquinhos, Abe, ao que parece pessoalmente, “vazou” detalhes do telefonema para um de seus jornais favoritos, segundo Ennis:

Peter Ennis
Dia 12 de dezembro, Biden pessoalmente telefonou a Abe, e, em conversa tensa e demorada, pressionou o primeiro-ministro a não visitar Yasukuni. Sankei Shimbun do dia 30 de janeiro, citando “fontes não identificadas do governo”, publicou relato detalhado da conversa, relato que o gabinete do vice-presidente não desmentiu.

(Gente bem informada em Tóquio, citando os bem conhecidos laços que ligam o jornal Sankei e Abe, acredita que o relato da conversa partiu diretamente de Abe – avaliação com a qual concordam altos funcionários dos EUA).

Durante a conversa, Biden disse a Abe: “Eu disse ao presidente Park que ‘não creio que o presidente Abe visite o Santuário Yasukuni. Se o senhor der algum sinal de que não visitará o santuário, creio que o presidente Park concordará em reunir-se com o senhor.’”

Abe há muito tempo resiste contra o que considera arrogância e insolência dos norte-americanos que não respeitam suas convicções nacionalistas; e respondeu a Biden que tinha, sim, planos para visitar Yasukuni.

Imediatamente depois que Abe maliciosamente vazou a informação de que ignorara o apelo do vice-presidente Biden, o qual estaria dando satisfações ao presidente Park na questão do santuário, sobreveio uma onda de “colunistas” e “comentaristas” e “especialistas”, com o poder do fogo concentrado de Richard Armitage, Victor Cha e Michael Green no Washington Post, todos a exigir que o presidente Obama visitasse Seul...

... e pouco depois se anunciou que a Coreia do Sul fora acrescentada no roteiro da viagem, e que o Japão não seria o único anfitrião no norte da Ásia a ser honrado com uma visita de Obama.

Que coisa!

Agora, além do desejo de Abe se sapatear sobre os sentimentos de Biden e Park, para ostentar bem alta a bandeira do seu revisionismo nacionalista, creio que há também outras forças à vista.

Primeiro de tudo, como já escrevi noutro artigo, Abe não tem relação confortável com o governo Obama. Seu avatar sempre foi Dick Cheney, com quem Abe tentou coordenar uma política de contenção da China durante seu primeiro mandato; e seus aliados naturais são os Republicanos da direita norte-americana e falcões pró-Japão/contra-China nos establishments de segurança e defesa dos EUA.

Dick Cheney e Shinzo Abe na Casa Branca
Acho que a humilhação pública e direta de Biden foi sinal dado por Abe de que não está sob o tacão da Casa Branca, e que seus aliados nos EUA podem extrair vantagem do embaraço no governo Obama, para questionar a eficácia e a execução da política do governo para o Japão (e seus esforços para cavar uma rota intermediária entre a República Popular da China e o Japão); e para fazer lobby que empurre a política dos EUA na Ásia na direção da doutrina japão-cêntrica de contenção da, e confrontação contra, a República Popular da China.

Em segundo lugar, a República da Coreia (Coreia do Sul) e o Japão são concorrentes diretos na Ásia. Durante o governo do presidente Lee Myung-bak da Coreia do Sul, ele tentou abertamente roubar do Japão o trono da liderança na Ásia (e o lugar de aliado “n°1” dos EUA). Abe, com suas inclinações nacionalistas, é claramente hostil às pretensões da Coreia.

Se alguém quiser jogar o jogo profundo, é preciso saber que o Japão teme, tanto quanto a Coreia também as teme, a reunificação da Coreia e a emergência de uma democracia asiática que superará em muito o Japão no vigor nacional e econômico. Uma das histórias menos comentadas de Abe, é seu flerte com a Coreia do Norte, com encontros clandestinos entre diplomatas japoneses e da República Popular Democrática da Coreia e, além disso, o oferecimento que lhes fez a Suíça (e, desconfio, também a Índia), que pôs seus bons serviços de mediadora à disposição do Japão.

O contexto ostensivo desse ir-e-vir é ganhar blindagem na miserável questão dos reféns japoneses [orig. Japanese abductees]; mas suspeito que o real objetivo é obter algum tipo de aproximação direta com a Coreia do Norte, que dará ao Japão acesso direto ao país; passará a perna no regime das conversações dos Cinco Partidos lideradas pela China; desequilibrará EUA, China e Coreia do Sul no movimento em que estão empenhados para se aproximarem dos recursos humanos e minerais sempre subexplorados da Coreia do Norte; e ainda conseguirá manter viva a Coreia do Norte, e a península como está, confortavelmente dividida.

Em outras palavras, a Coreia do Sul é bem-vinda para testar suas opções como potência continental dentro da esfera de influência da República Popular da China, usando Shandong como fornecedor de trabalho barato, em vez da Coreia do Norte. O Japão muito apreciará comer o almoço sul-coreano numa Ásia marítima democrática, muito obrigado.

Joe Biden
Em terceiro, enquanto Abe trabalha para recuperar a plena soberania militar, de defesa e de segurança do Japão, ele não tem interesse algum em que os EUA se arroguem o privilégio de determinar a agenda diplomática regional do Japão. No mínimo, parece que Abe deseja engajamento extensivo com os EUA, mas no contexto de relações bilaterais entre pares, negociadas mediante mecanismos explícitos, como a aliança de segurança e o Tratado da Parceria Trans-Pacífico. Essa visão do relacionamento EUA-Japão com certeza não inclui ouvir, nem Joe Biden, nem os “especialistas” do governo Obama a pontificarem sobre a Ásia, sobretudo quando visem a demonstrar o credo dos EUA como parceiro confiável (enquanto tentam mostrar à Coreia do Sul que China e EUA podem, sim, muito significativamente, modelar o comportamento do Japão). (...)

Creio que, como previ no ano passado, as galinhas do movimento do “pivô na direção da Ásia” estão tendo inevitavelmente de voltar para os respectivos poleiros. A decisão de confrontar a ameaça marítima da República Popular da China encorajou as democracias asiáticas, especialmente o Japão, a tal ponto que a liderança norte-americana está a um passo de ser abertamente desafiada.

O Japão, a Coreia do Sul e a República Popular da China podem saber bem das intenções dos EUA, mas estão menos convencidos de que os EUA cumpram a promessa de uma estratégia de pivô modulada, unificada e cuidadosamente administrada que dê poder aos EUA mediante uma estratégia militarizada de contenção contra a República Popular da China, sem que os EUA comprometam a imagem de parceiro honesto e confiável... enquanto sufocam qualquer iniciativa independente de seus aliados da vanguarda do pivô.

Em vez disso, parece é que, especialmente o Japão, vai-se distanciando silenciosamente e fará o melhor para explorar o pivô para perseguir suas próprias agendas regionais, ao mesmo tempo em que recorre aos EUA em busca de apoio nos momentos difíceis, apoio o qual, como reza a teoria do pivô, os EUA são obrigados a dar.

Assim sendo, em vez de uma frente implacavelmente unida contra a República Popular da China – razão de ser do pivô! – tem-se agora uma aliança em fluxo, contenção equívoca e a ponto de ser testada pela China, e cada vez mais próxima de tensos encontros na zona marítima.

Aí está, em outras palavras, uma receita para...?  Não se vê muito bem o que seja, mas com certeza não é a paz, a estabilidade e a prosperidade partilhadas de que Hillary Clinton falava e que prometeu entregar graças ao “pivô”.

O Japão está suficientemente investido no relacionamento com os EUA e a aliança para suportar até o governo Obama, o qual em breve iniciará a longa mas inevitável decadência rumo ao status de pato manco.

Mas anúncios, iniciativas e viagens à Ásia podem obter tanto quanto o Japão; e os aliados asiáticos cada vez mais olham na direção do Japão como liderança regional, veem o que veem e descobrem a necessidade e a importância de continuar a andar cada um pela sua própria trilha.

Diz-se que o sol não nasce por que o galo cocorica. Mas nesse caso, sim, nasceu. Acho que o presidente Obama está aprendendo que o sol nasceu exatamente porque o galo cocoricou, vale dizer: a assertividade dos japoneses é consequência do empoderamento do establishment japonês mais linha dura, um dos efeitos da doutrina norte-americana do pivô.

Problema é que, agora que o sol nasceu e está subindo, parece que continuará subindo por conta própria. E quanto a isso não há o que o galo possa fazer.




Nota dos tradutores
[1] Sudetenland - Região histórica do norte da República Tcheca, ao longo da fronteira com a Polônia. Habitada por séculos por alemães étnicos, foi tomada pelos nazistas em setembro de 1938 e devolvida à Tchecoslováquia em 1945, depois de a população alemã ter sido expulsa. O nome faz referência às montanhas Sudetes
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[*] Peter Lee é jornalista norte americano de origem chinesa que escreve sobre assuntos dos países do sul e leste da Ásia e a intersecção de negócios entre essa região e os EUA. Além de articulista de várias publicações anima o blog China Matters.

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