É uma história infinita.
Tristemente infinita.
Afinal o poço não está fechado. E se estiver, então algo não bate certo.
Petrolio, da jornalista Debora Billi, anuncia a existência duma nova fuga de "ouro negro", sempre no Golfo do México, sempre do mesmo poço...
Vamos ler:
Há semanas, se não desde o começo da história, suspeita-se que as coisas não estejam bem como foram contadas. Agora, torna-se cada vez mais difícil esconder a verdade por trás duma tampa [a tampa posicionada pela BP em cima do poço, NDT]. Ainda não sabemos se a nova falha de seja apenas uma fuga da nova tampa ou se for um temido vazamento do fundo do mar: o facto é que temos as provas de que Matthew Simmons [ver nota abaixo, NDT] não sucumbiu ao Alzheimer, como alegado pelos seus detractores, como também desta vez viu muito bem. Neste ponto, não faltará muito para a BP admitir a perda.Também porque o bluff da BP foi "desvendado" pelo Almirante Allen em pessoa (o chefe das operações no Golfo), através desta carta na qual pergunta acerca da existência dum buraco longe do poço. A carta foi uma bomba, o que obrigou a empresa, depois de algumas horas, a confessar a existência da perda, embora com informações ainda confusas. Na verdade, presume-se que o governo tenha sido plenamente ciente do segundo vazamento, mas por motivos que podemos imaginar preferiu partilhar o silêncio da BP. Mas agora a empresa tem exagerado: a comunicação urbi et orbi com a qual anunciava a selagem do poço foi bem sucedida na intenção de fazer subir o valor das ações.É claro que o governo dos EUA, que até agora apresentou um certo grau de cumplicidade com a empresa (para Obama esta catástrofe representou uma enorme perda de apoio popular) não pode continuar a ficar parado enquanto a BP destruir o Golfo do México na tentativa de salvar o poço. Porque vamos ser claros: é isso que estão a fazer. Macondo está agora reduzido a um coador e a única maneira de parar a catástrofe é fechar o poço para sempre com uma boa injecção de cimento. Mas isso significa dizer adeus a uma exploração que tem custado um rio de dinheiro e que prometia muito bem. Isso também significa abdicar e enviar ao público a mensagem de que o petróleo em águas profundas é perigoso e que não estamos tecnologicamente capazes de geri-lo.A BP tenta ganhar tempo já há meses. Mesmo muito antes do famoso 20 de Abril, data em que a notícia espalhou-se no mundo inteiro, e isso é demonstrado os negócios técnicos e financeiros que têm despertado muitas suspeitas e que ocorreram nas semanas anteriores. Continua a ganhar tempo ao pôr e ao tirar o cap, perfurando e enviando anúncios triunfantes de fechos nunca acontecidos para influenciar Wall Street. Ganha tempo e não se preocupa com a única coisa que daria jeito: parar a maldita fuga de petróleo.mas a perda mínima.
Esclarecimento: Matthew Simmons tem causado surpresa ao declarar recentemente que há um outro grande vazamento no Golfo do México, que sopra enormes quantidades de petróleo no Golfo do México. Esta nova fuga estaria localizada a 7 milhas de distância do poço Macondo.
No programa Fast Money da CNBC, acrescentou que ficaria surpreso se a BP sobrevivesse a este verão, pois o desastre é inteiramente culpa da companhia.
Quanto à carta do Almirante Allen, nela o responsável das operações afirma o seguinte:
"Peço um procedimento escrito para abrir a válvula, logo que possível, se a perda de hidrocarbonetos viesse a ser confirmada"
e fala de "anomalias inexplicáveis na boca do poço".
Mas já ontem tinha exprimido algumas perplexidades:
"Temos de entender porque os valores de pressão são mais baixos do que o esperado tinha dito o almirante numa conferência de imprensa na qual sugeriu também duas hipóteses: ou o poço está a esvaziar-se, como alegado pela BP (!!!), ou não há uma perda ainda não identificada."
Segundo as últimas notícias, a BP admite a existência duma nova fuga mas, avança com a ideia de que não esteja relacionada com o "próprio" poço (!!!!!).
Fonte: Petrolio
Copiado do Informação Incorrecta