sexta-feira, 16 de julho de 2010

Editorial da redecastorphoto. A propósito do artigo - EUA: Ponto final nas políticas “com hífen”.

Mais um artigo TOTALMENTE SENSACIONAL, de MK Bhadrakumar, (traduzido e publicado aqui mesmo na redecastorphoto) cuja principal utilidade, em nossa opinião, é oferecer um exemplo do que poderia ser -- mas não é, não, de modo algum, nunca é -- o jornalismo brasileiro de análise da conjuntura mundial.

É absolutamente importante, p’ra quem queira sentir-se mais ou menos bem informado sobre o mundo, saber que o Partido Comunista Chinês recebeu ontem, como chefe de Estado, esse Maulana Fazalur Rehman, de quem o Merval Pereira ou o Clóvis Rossi JAMAIS ouviram falar. ‘Taí. Para saber que o PCC recebeu com honras de chefe de Estado o tal Maulana conhecido como "o pai dos Talibãs", bastaria que essas bestas “jornalísticas” da Rede Globo, do Estadão, do Jornal do Brasil ou da Folha de S. Paulo lessem alguma coisa -- qualquer coisa! -- que não fossem despachos da Associated Press e "El País" de Madrid. E, claro, também seria TOTALMENTE NECESSÁRIO que parassem, os jornalistas brasileiros, de acreditar, uns, no que os outros inventam ou “acham” sobre o mundo!

O que nos ocorre é que ninguém precisa conhecer mil anos de história e toda a diplomacia universal, para produzir análises melhores do panorama mundial.

Pensamos, por exemplo, em algumas pequeníssimas coisas, que se pode aprender -- qualquer pessoa pode aprender! -- se houvesse melhor jornalismo no Brasil. Por exemplo: não é totalmente importante, para produzir boa análise, saber que Obama, um sábado, meteu-se num avião e voou sem escalas, em vôo que exigiu dois reabastecimentos no ar, 36 horas de vôo, para ir pessoalmente a Cabul falar 15 minutos com Karzai? Foi informação que só se leu no artigo do Bhadrakumar, no Asia Times Online. (E nos ZILHÕES de blogs que reproduzem nossas traduções.)

Ou, então, o IMPRESSIONANTE telefonema do Erdogan, da Turquia, ao Nazrallah do Hizbollah, de pêsames, quando morreu o aiatolá Flahdullah. Foi notícia que nós encontramos na PressTV, do Iraque. E, sim, é totalmente importante saber que o Erdogan da Turquia mantém relações de telefone pessoal com o Hizbollah.

Todo o mundo está arrumando jeito de conversar com os "grupos terroristas" da lista do Conselho de Segurança da ONU. Chega a dar pena, ver o papel que fazem os EUA-2010 no mundo real. Chega a dar pena, se se entende, ver o que Obama está tentando fazer. Dá pena!

E a revista (NÃO)Veja fez o quê? Deu página inteira a uma besta colunista sionista... p’ra ela ESCULHAMBÁÁÁ o tal aiatolá, que ela nem conhecia, e chamar de idiota a jornalista que a CNN demitiu. Quem duvidar veja lá, na revista que tem o dragão “radical” petista [Só rindo do "petista radical"! Quando? Onde?], na capa.

O jornalismo que há no Brasil existe para INVENTAR um mundo, totalmente diferente do mundo que EXISTE.

O jornalismo que há no Brasil existe para DES-informar. Não é im-pres-si-o-nan-te?!

O Clóvis Rossi nem sabe quem são Nasrallah ou Fladallah e só soube que existe Turquia por causa do acordo Brasil-Turquia... E, isso, esse nada de informação, o Clóvis Rossi se estende a TOOODOS os “analistas” de jornalão, no Brasil, só usaram pra esculhambar a diplomacia brasileira.

Quem precisa do jornalismo brasileiro que há (além dos jornalistas brasileiros, é claro)?!

Os jornalões e a televisão comerciais no Brasil existem EXCLUSIVAMENTE pra manter os eleitores brasileiros FORA DO PLANETA TERRA.

Engraçado é que, isso -- a coisa mais dramaticamente importante que há p’ra ver no jornalismo brasileiro -- NENHUM JORNALISTA BRASILEIRO VÊ.

Para os jornalistas brasileiros, é como se houvesse jornalismo no Brasil e se tratasse, agora, apenas, de “democratizar” o jornalismo brasileiro.

Atenção, acordem: NÃO HÁ JORNALISMO NO BRASIL.

O jornalismo, no Brasil, tem de ser INVENTADO, não “reformado” ou “democratizado”. Tem de ser INVENTADO. Dá prá entender ou temos de explicar por mímica, sinais de fumaça ou mesmo código Morse?!

É. Essa luta é longa. E está só começando.