terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Não está descartado o uso de força ocidental contra a Síria

14/1/2014, People's Daily Online, China
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Bashar al-Assad discursando em 20/11/2013
Quando o conflito irrompeu na Síria em 2011, EUA e seus aliados intervieram imediatamente. O objetivo era apoiar a oposição para derrubar o governo do presidente Assad e, assim, quebrar a aliança estratégica Irã-Síria.

Em agosto de 2013, o governo Assad viu-se em situação crítica, quando o governo dos EUA acusou-o pela morte de centenas de civis num ataque com armas químicas. Prontos para empregar força militar contra a Síria, EUA e França prepararam-se para enviar tropas. No momento crítico, uma proposta dos russos, de “trocar armas químicas por paz” foi aceita pelos dois lados, pelo governo do presidente Assad e pelos EUA. EUA e Rússia chegaram a um consenso, para realizar uma segunda reunião em Genebra, para conseguir a transição política na Síria.

Desenvolvimentos na crise síria deram ao mundo esperanças de que a questão seria resolvida mediante acordo político. Mas há condições: o governo do presidente Assad deve renunciar – e essa cláusula é o núcleo da “transição política” almejada por EUA e pela União Europeia.

Resultado do ataque químico realizado pelos "rebeldes" armados pelos aliados EUA-Europa que tentou-se atribuir às forças legalistas de Bashar al-Assad
A destruição dos arsenais químicos sírios não impedirá os EUA de usarem força militar contra o país. O que houve foi simples adiamento. Por quê?

Primeiro: a entrega das armas químicas sírias conta como “vitória moral” para os EUA e também elimina a preocupação quando ao uso, pela Síria, daquelas armas.

Segundo: o exército sírio está combatendo contra forças religiosas extremistas e grupos da al-Qaeda; e interessa aos EUA que essa luta seja situação de perde-perde.

Terceiro: não há “bons” líderes nas hostes dos “rebeldes” sírios.

O que se vê é que, se o presidente Assad for re-eleito, sua re-eleição será o grande impulso para que os EUA usem força militar.



Pretextos não faltarão: dizer que a Síria escondeu armas químicas; pressionar a Corte Criminal Internacional para que acuse o presidente Assad de ter usado armas químicas contra civis; impor algum prazo limite inaceitável para que Assad deixe o governo. E, claro: os EUA podem simplesmente apoiar os rebeldes organizados para derrubar o governo do presidente Assad.

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