domingo, 9 de fevereiro de 2014

Fazendo Sochi em pedaços... no bom sentido


\o/\o/\o/ Jornalismo “indispensável” \o/\o/\o/ 
(para de-to-nar Putin, o “perigo vermelho”) 

7/2/2014, Da Russophile (Moscou)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
(clique nas imagens para aumentar)

Entreouvido no Quiosque da Buzanfa na Vila Vudu: Leiam aí e me digam: não é tudo IGUALZINHO ao que faz no Brasil o “jornalismo” canalha da imprensa-empresa privada do Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão), e também contra a Copa do Mundo no Brasil?! (Mas... ATENÇÃO: O PT não ter ainda, depois de DEZ ANOS no poder federal, NENHUM PENSAMENTO-AÇÃO APROVEITÁVEL CONTRA A IMPRENSA-EMPRESA PRIVADA NO BRASIL e que não tenhamos construído veículos e discursos CONTRA essa canalha “jornalística” ativa no Brasil há séculos ... isso... isso... ISSO, SIM, É PROBLEMA! Pêqêmêpê! Até quando?!)

Iceberg Skating Palace
Bolshoy Ice Dome
Adler Arena
Quase todos os jornalistas ocidentais estão empenhadíssimos em desqualificar os feitos dos russos e em ampliar os fracassos dos russos, desde o dia em que Putin foi eleito e pôs o ‘jornalismo’ ocidental em modo-síndrome de piração coletiva. Putin os aterroriza!\o/\o/\o/ Putin os atormenta até em seus pesadelos, como confessou recentemente Shaun Walter, do The Guardian. \o/\o/\o/ Assim sendo, não surpreende a detonação preventiva dirigida contra os Jogos Olímpicos de Sochi.

Mas, dessa vez, o que mais chama a atenção é a baixa qualidade do trabalho: é horrível, o trabalho do pessoal “jornalístico” que os russos chamam, com sarcasmo, de “jornalistas democráticos” que trabalham na Rússia [“horrível”, só porque os russos nunca viram o servicinho que fazem por aqui, no Brasil, os tais “jornalistas democráticos”! E os “jornalistas éticos”, entaum?! Tesconjuro!].

O primeiro ataque tinha a ver com uma suposta corrupção em tudo que tivesse a ver com os Jogos Olímpicos de Sochi. Em 2010, a edição russa da revista Esquire estimava que os  48 km de estradas em torno de Sochi teriam consumido nada menos que $8 bilhões de dinheiro dos contribuintes, soma suficiente para pavimentar todas as estradas com caviar beluga de primeira! [A jornalista] Julia Ioffe encarregou-se de transmitir esses cálculos ginasianos para toda a anglosfera [de onde o Grupo GAFE – Globo-Abril-FSP-Estadão – COPIA TUUUDO]. Problema? Esses doidos “de jornal & televisão” cuidadosamente omitiram que a tal estrada incluía 50 pontes e 27 km de túneis em terreno de montanha… o que converte o custo, de estratosférico, para perfeitamente razoável. Mas... o que foi planejado para ser metáfora da corrupção de Sochi acabou por aparecer como metáfora do mais desatinado e infundado ataque contra Sochi.

Adler Railway Station
(parte dos infames US $8 bilhões da"estrada")
Foguete Soyuz (comunicações)
Gorki Gorod parte do Krasnaya Polyana (hotéis e comércio)
Os jornais e televisões de todo o mundo não se cansam de comparações com os $8 bilhões gastos durante os Jogos Olímpicos de 2010 no Canadá. Convenientemente, ninguém “noticia” que Whistler já era resort de ski de fama mundial, enquanto, em Sochi, toda a infraestrutura teve de ser construída do zero e em prazo relativamente curto.

Os custos reais relacionados aos Jogos Olímpicos de Sochi chegam a US$ 7 bilhões, dos quais a metade saiu do orçamento do estado. Não implica que ninguém tenha roubado – claro que houve roubo, porque a corrupção é problema real na Rússia, e é especialmente endêmico na indústria da construção [como em todo o planeta e também nos EUA e particularmante no Estado de São Paulo, Brasil].

Navalny criou um website inteiro sobre isso e coordenou campanha contra Sochi com Buzzfeed e o New York Times que o jornal O Estado de S.Paulo, Brasil, COPIOU integral e imediatamente.

Mas o que mais chama a atenção é que, diferente dos níveis faraônicos de assalto aos cofres públicos que se deveriam esperar pelo tom apocalíptico-moralista das matérias “jornalísticas”, na maioria dos casos os gastos equivalem a algo entre 50%-100% dos custos “comparáveis” de projetos ocidentais (e selecionados só os casos mais notáveis já conhecidos).

Não que seja “bom”, é claro. Mas absolutamente não é caso jamais visto na experiência ocidental. Em todos os casos, houve alguns casos criminosos que se converteram em processos judiciais, o que implica que a impunidade não é garantida. (A “vítima” mais famosa, Akhmed Bilalov, fugiu do país reclamando que havia sido envenenado – exatamente o que se poderia esperar dos barões-ladrões do fim da ex-União Soviética).

Hospedarias
Rampa para salto de esqui
Paisagem
A maior parte dos $50 bilhões investidos em  Sochi – cerca de 80%, aproximadamente – foram aplicados em projetos de infraestrutura para fazer de Sochi uma estação de ski padrão mundial que garantirá empregos para as agitadas populações do norte do Cáucaso, e como início de uma cultura de esportes de inverno na Rússia, que tente, pelo menos, fixar por aqui uma parte das patrióticas elites russas que passam o inverno em Courchevel.  

O segundo principal alvo de ataques é a “perseguição”, na Rússia, aos gays. Tem a ver, presumivelmente, com as novas leis russas que proíbem, para crianças, propaganda de práticas homossexuais – e nem faz qualquer diferença que até 2003 tenha havido leis semelhantes, por exemplo, na Grã-Bretanha (“Section 28”) e que a sodomia ainda fosse considerada crime em vários estados dos EUA, com certeza, até o mesmo ano.

Lembro essas coisas menos porque sejam importantes em si, mas para mostrar que os padrões morais que o “ocidente” considera tão essencial e fundamentalmente importantes só foram alcançados (ou abandonados?) na última década. Além do mais, grande parte do mundo rejeita muito mais furiosamente muitas dessas posições, que a Rússia. Por tudo isso, a campanha nessa direção acaba ganhando ares de tão absurda, arrogante presunção, que não há quem não suspeite de que, sim, há motivo bem sórdido, por trás dela. E quem pressuponha a “correção” e a “moralidade” ocidentais como parâmetro a seguir, que se informe, para começar, sobre Snowden e sobre a Síria.

Em terceiro lugar, e de longe a mais repulsiva, há a trolagem ocidental sobre “o terrorismo” em Sochi. Depois de vários ataques terroristas muito bem-sucedidos na Rússia, não faltaram “especialistas” para proclamar que ali estariam exemplos de que “a autocracia de Putin não está funcionando para os russos comuns” (Kathryn Stoner-Weiss); que os russos “não podem confiar na proteção de seu governo (David Satter), etc.. Por extensão, o Comitê Olímpico Internacional é selvagemente irresponsável por “por em perigo a segurança do público e dos atletas”, admitindo que se realizem jogos olímpicos na Rússia (Sally Jenkins).

Aleksei A. Navalny, o Detrator
(No Brasil há muitos, além da imprensa-empresa, é claro,
vide Black Bloc, naovaitercopa e Banco Itaú p. ex.)
De fato, segundo o maior banco de dados sobre terrorismo no mundo, o número de mortos em ataques terroristas na Rússia caiu vertiginosamente na última década, e o movimento jihadista foi reduzido a uma sombra do que foi; hoje, explodir um ônibus num subúrbio de Volvogrado já é considerado grande façanha entre os jihadistas. Não quero desafiar a sorte e descartar completamente o risco, mas com o “anel de aço” instalado, monitoramento de todas as telecomunicações e cooperação com agências de inteligência de todo o mundo, como se vê na segurança montada para Sochi, é baixa a probabilidade de qualquer ataque terrorista.

Uma vez que os fatos não ajudaram, a “crítica” foi assumindo ares cada vez mais alucinados, distantes cada vez mais da realidade, mais ou menos como o supercomputador HAL, que se põe a balbuciar tolices infantilóides quando é desligado. Milhares de pessoas evacuadas, as casas delas destruídas e suas terras roubadas... e todos cuidam de não noticiar que cada família deslocada recebeu US $100 mil por pessoa. Parece até que Sochi foi erguida sobre os esqueletos dos Circassianos. OK. Se Sochi é um cemitério, o que dizer do continente norte-americano? Um mundo da morte?

A ideia de que Sochi seria resort subtropical inadequado porque não tem neve... Ora bolas! Avisem lá, então, o pessoal da Bay Area da California, que esquia em Tahoe até o final de abril, e onde as temperaturas de fevereiro são significativamente superiores às da região de Sochi. Seja como for, as condições estão excelentes, agora, em Sochi, para esportes de inverno.

O recorde de fundo do poço foi atingido por Steve Rosenberg, da BBC, que fotografou duas privadas sanitárias lado a lado, e distribuiu sua peça para toda a imprensa-empresa privada (epa!) da anglosfera; o New York Times adorou e repetiu. (E no Brasil, o Grupo GAFE [Globo-Abril-FSP-Estadão], que vive de macaquear o subjornalismo universal, não perderia essa chance de fazer papel ridículo: a des-notícia das “privadas” ganhou manchete na revista Exame, da Editora Abril).

Foto das privadas de Steve Rosemberg (BBC)
Problema, só, que a foto foi tomada durante as construções. Mas, ora... por que negar a jornalistas de esgoto, a oportunidade de, de fato, se autofotografarem, pensando que fotografavam algum “fato”?!

Nada disso é para dizer que os Jogos Olímpicos de Sochi são algum monumento às virtudes do esporte e à fraternidade universal. Não são. Nada é. Desde a origem, na sábia Grécia, a questão sempre foi dinheiro, competição, vitória e prestígio. Putin, ele mesmo, disse claramente que um de seus objetivos era exibir ao mundo uma nova Rússia. Não há leis que proíbam que governos ocidentais movam campanha “de mídia” contra Sochi, que se recusem a enviar presidentes para as cerimônias de abertura – são atitudes mesquinhas, medíocres, que falam mais mal dos próprios autores, que de qualquer outro assunto. Que não apareçam. Não farão falta alguma.



Nota da redecastorphoto: Todas as inserções feitas durante a tradução lá no Quiosque da Buzanfa estão em VERMELHO. As fotos podem ser visualizadas em tamanho maior; basta clicar sobre cada imagem.

Um comentário:

  1. E o que me diz da choradeira circassiana por causa de uma guerra do século XIX?? Achas que nesse caso também tem dedo ocidental nisso??

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