domingo, 2 de março de 2014

Billmon: EUA-EU, os grandes enganadores na Ucrânia

2/3/2014, [*] Moon of Alabama, 4h32 (horário do Brasil)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Presidente Obama, em Washington na 6ª-feira  (28/2/2014), sopesando opções para 
responder aos movimentos militares russas na Ucrânia. Foto - G. Demczuk/NYTimes
Billmon, [1]  santo padroeiro desse blog Moon of Alabama, oferece a história concisa (embora necessariamente incompleta) da intromissão do “ocidente” na Ucrânia:

EUA e União Europeia (EU) aos ucranianos pró-“ocidente”: “Vocês confiaram em nós. Vocês se foderam, caras”.

  1. billmon@billmon1 - Resumo aproveitável de por que a intromissão de EUA-EU na política interna ucraniana acabou por revelar-se ideia tão ruim,  http://nyti.ms/1fS7wFD 10 hours ago [há dez horas]

  1. billmon@billmon1 - Ex-vice de Bush (na Agência de Segurança Nacional), hoje, no NYT: “Agora não há o que os EUA possam fazer para salvar a Ucrânia”. [2] http://nyti.ms/1fS7wFD 10 hours ago

  1. billmon@billmon1 - Há mais de uma década, elites dos EUA-EU encorajaram os ucranianos a crer que o futuro deles estaria com o “ocidente”, apesar dos claros sinais que a Rússia lhes enviava...(postado 1) – 10 hours ago

  1. billmon@billmon1... - de que qualquer tentativa para atrair a Ucrânia para a OTAN implicaria ataque direto a interesses cruciais da Rússia, no campo da segurança (postado 2) – 10 hours ago

  1. billmon@billmon1 - Mas, ignorando o que a Rússia dizia, EUA/EU continuaram a falar (e agir) como se alguma eventual integração da Ucrânia na aliança ocidental fosse inevitável. (postado 3) – 10 hours ago

  1. billmon@billmon1 - Aliados ocidentais ofereceram o sonho da integração como membro da União Europeia (& com os padrões de vida da UE) & e a falsa promessa de generosa ajuda econômica...(postado 4) – 10 hours ago

  1. billmon@billmon1 ... - sob a condição de que a Ucrânia rejeitasse qualquer ajuda dos russos. Quando Yanukovich rejeitou a “oferta” ocidental, EUA-EU, estimularam ucranianos pró-ocidente a rebelar-se (postado 5) – 9 hours ago [há nove horas]

  1. billmon@billmon1 - EUA-EU manipularam facções políticas (fascistas) na Ucrânia, para que chegassem ao governo que queriam – e que imporia à Ucrânia “reformas” neoliberais e “austeridade” (postado 6) – 9 hours ago

  1. billmon@billmon1 - E agora, depois de inflar as esperanças e expectativas dos ucranianos pró-ocidente e depois de já ter provocado resposta agressiva da Rússia... (postado 7) – 9 hours ago

  1. billmon@billmon1 - ... EUA-EU dizem que “não há nada que possamos fazer para salvar a Ucrânia”  [Deu no New York Times!]. Estúpidos, safados, canalhas, covardes, matadores. Filhos da puta. – 9 hours ago

E, acrescento eu, aqui:

O mesmo aconteceu com a Hungria em 1956; com Praga, em 1968; e com o Iraque xiita depois da 1ª Guerra do Golfo.

Os EUA incitaram a esperança de que ajudariam depois de alguma “revolução” derrubar algum governo local. Na sequência, “declararam” que nada podiam fazer.

Quem será o próximo grupo, que se deixará enganar a seguir, sempre do mesmo modo?



Notas dos tradutores

[1] Os comentários numerados acima devem ser lidos como uma sequência. Os excertos de matérias de jornal foram organizadas por “Billmon” e distribuídas, como os comentários, como postados de Twitter. Os links remetem aos tuítos, que remetem às matérias, quando citadas.
Para compreender, não é preciso ler mais que os tuítos aqui traduzidos. Magnífico uso do Twitter (totalmente desjornalístico), para fazer bom comentário (do que os jornais publicam).
Billmon anima o blog Free Thinking in a Dirty Glass (“Livre pensar e um copo usado”).

[2] [Trata-se de] “James F. Jeffrey, vice-conselheiro de Segurança Nacional de Bush, o qual em agosto de 2008, foi o primeiro a informar o presidente de que tropas russas avançavam para a Geórgia, em resposta ao que o Kremlin chamou de agressão da Geórgia contra Ossetia do Sul. O “confronto” começou durante os Jogos Olímpicos de Pequim, quando Bush e Putin estavam ambos em Pequim. Bush interpelou Putin – sem qualquer resultado – e, depois mandou navios militares dos EUA para a região e transportou de volta para o país de origem alguns soldados georgianos que prestavam serviço no Iraque”. Ler: 1/3/2014, NYTimes, James Baker em: Making Russia Pay? It’s Not So Simple”.
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[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como “Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). No Brasil, produzimos versão SENSACIONAL, na voz de Cida Moreira, gravada em “Cida Moreira canta Brecht”, que incorporamos às nossas traduções desse blog Moon of  Alabama, à guisa de homenagem. Pode ser ouvida a seguir:


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