16/9/2013,
Entrevista, Russia Today [vídeo e entrevista traduzida]
Traduzido
da transcrição pelo pessoal da Vila Vudu
Entreouvido
no frege do Guaxo na Vila Vudu: A
entrevista não é nenhuma brastemp. Mas é muuuito mais interessante que qualquer
opiniãozinha da Míriam Urubóloga
Leitão (MUL) ou dos sardembergs, sobre qualquer coisa. E tem a grande vantagem –
sobre tooooda a programação de toooda a imprensa-empresa brasileira – de mostrar
(a) um inteligente quadro do governo
Dilma, na arena internacional (além de bonitão, apesar do ar liberal-tucano),
que tem sido atentamente escondido pela “mídia” brasileira; e (b) que os russos vêm-que-vêm, para
ocupar espaços que os EUA estão perdendo, cada dia mais um pedaço.
Roberto Azevedo - Diretor Geral da Organização Mundial do Comércio |
Sophie Shevardnadze |
Sophie
Shevardnadze: Nosso convidado hoje é
Roberto Azevedo, Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio, que acaba de
assumir o posto, dia 1/9/2013. Sr. Azevedo, é ótimo tê-lo no nosso
programa.
Em
seu discurso de posse como diretor-general o senhor disse que a OMC e todo o
sistema de comércio multilateral estão numa importante encruzilhada. De fato,
diz-se que a OMC passa por grave crise e há quem diga que a organização talvez
já não seja viável. O que o senhor pode fazer para mudar isso? Há soluções
concretas?
Roberto
Azevedo: A
verdade é que estamos já nessa situação há muito tempo e é preciso mudar. A OMC
existe desde 1995 e desde então não houve sequer um único acordo negociado
multilateralmente. Temos de mudar isso. Agora, Bali é uma oportunidade, teremos
la, no final do ano a conferência de ministros. Estamos negociando agora um
pacote menor – o que não significa que seja insignificante. De fato, é pacote
muito significativo, mas em certo sentido é diferente do que fazíamos antes.
Assim, esperamos, começará uma outra abordagem que deve dar alguns frutos.
Porque temos, não só de colher alguma coisa significativa em Bali, mas, também,
abrir uma porta para futuros acordos.
Sophie
Shevardnadze: E que diferença haverá em relação ao seu predecessor? Porque ele
também dizia que as coisas andavam estagnadas e que ele queria mudar. Mas a
verdade é que não conseguiu fazer coisa alguma...
Roberto
Azevedo: Agora
é a primeira vez que se tenta uma abordagem um pouco diferente de toda a rodada
Doha, na OMC. Temos ainda algumas semanas até lá, é uma oportunidade. Estou
conversando com os membros, engajando todos, estamos tentando construir alguma
confiança uns nos outros. É processo muito pessoal, construir confiança entre os
delegados e representantes, numa organização tão grande. Há muito de pessoal
nesses contatos. É preciso compreender de onde vem cada um, e acredito que
estejamos em posição para fazer alguma coisa. Será extremamente difícil, não há
sinais de que seja fácil, mas é possível, é realizável, tenho certeza disso.
Sophie
Shevardnadze: Bem... Sobre a rodada de Doha, de que o senhor acaba de falar, são
negociações de comércio global que se imaginava que pudessem destruir barreiras
comerciais em todo o planeta. No momento, é considerada morta e enterrada. O
senhor ainda insistirá nisso?
Roberto
Azevedo: Muito
francamente, não acho que esteja morta e enterrada. O que vamos fazer em Bali é
ainda parte da rodada de Doha, não é toda a rodada de Doha, mas é parte
dela. Vamos negociar um pacote parcial que está dentro da rodada de Doha. E
tenho esperança de que seremos bem sucedidos em Bali, porque vamos destravar as
negociações e talvez, quem sabe, vamos tentar abordar a rodada de Doha a partir
de diferentes ângulos, de diferentes perspectivas. Para tentar andar na direção
certa.
Sophie
Shevardnadze: Se se examina a OMC hoje, o modo como está costurada, não é
exatamente uma organização justa – afinal, os que se integram têm de seguir as
regras dos membros fundadores, o que põe os países em desenvolvimento, que se
vão integrando à organização, em posição de desvantagem. O que o senhor fará
para corrigir essa desigualdade?
Roberto
Azevedo: O
objetivo das negociações é, precisamente, baixar tarifas e criar novas
disciplinas que se aplicarão a todos. Acho que os que cheguem posteriormente
tiveram de negociar os próprios termos de acesso. Mas essa, francamente, é a
regra do jogo. Contudo, depois de os novos membros estarem incorporados, eles
negociam em condições de igualdade com os demais membros. Têm os mesmos direitos
e negociam condições para a rodada seguinte, para os próximos acordos, os quais,
como esperamos, serão acordos aceitáveis também para eles, acordos que eles
também poderão ver como o mais equilibrados possível, a cada negociação.
Sophie
Shevardnadze: Muitos dizem que os conflitos comerciais estão acentuadamente
aumentando nos anos recentes. Por que, na sua opinião, os conflitos aumentaram e
o que se pode fazer par reduzir essas tensões?
Roberto
Azevedo: Tensões
comerciais não são novidade. Existem desde o começo dos tempos, já existiam em
1947. Por isso o sistema da OMC foi concebido. O sistema existe para reduzir
aquelas tensões, para permitir que os membros encontrem solução, negociem
objetivos aceitáveis para os dois lados. Não faço outra coisa além de negociar
desde que cheguei à OMC em 1997, e ao longo desse tempo todo nunca vi, nem um
momento sequer, nenhum ano, em que não houvesse tensões.
Sophie
Shevardnadze: O senhor está dizendo que não há novidades hoje? Que as tensões
não são maiores do que nunca? Que sempre foram o que são hoje?
Roberto
Azevedo: Sempre.
E, francamente, não há dúvida alguma de que lá estarão, também, sempre.
Sophie
Shevardnadze: Mas hoje há também mais e mais organismos regionais em formação
pelo mundo, coisas como o Mercosul, a União Europeia, a União Aduaneira de
Belarus-Cazaquistão-Rússia, por exemplo. Esses grupos não podem crescer dentro
mesmo da OMC? Será o começo do fim da OMC?
Roberto
Azevedo: Penso
o contrário. Acho que esses grupos ajudam. São grupos que se vão construindo,
todos, na direção da abertura do comércio. Esses blocos, grupos, uniões
aduaneiras, áreas de livre comércio – não são grupos que introduzam limitações.
Claro que, para se organizar, todos têm de aprovar e obedecer a regras, e são
regras negociadas multilateralmente, o que assegura que esses blocos, essas
áreas de livre comércio não criarão barreiras. Ao contrário, estão baixando
tarifas e começam a conduzir os países em direção a ambiente mais aberto.
Sophie
Shevardnadze: Mas e quanto ao acordo EUA-União Europeia, que está para ser
assinado, acordo de livre comércio, que se diz que será uma alternativa à OMC,
porque o novo bloco controlará 30% do comércio global. O que o senhor pensa
disso? Qual será a posição da OMC, depois que esse acordo estiver assinado?
Roberto
Azevedo: Como
qualquer dos demais acordos e blocos, esse também andará na direção da
liberalização do comércio. Acho que esses acordos e blocos são muito
importantes, porque complementam o sistema do comércio multilateral, mas nenhum
deles substitui o sistema multilateral global, por várias razões: são reduzidos,
em termos de cobertura, incluem número menor de negociadores, e só podem
determinar regras para eles mesmos. Esses blocos não discutirão subsídios, por
exemplo. Dificilmente enfrentarão a questão das novas modalidades de
protecionismo que estão começando a surgir. Jamais abordarão essas modalidades
de protecionismo, no plano global. A OMC pode abordá-las. Os blocos, não. São
organizações importantes, são bem vindas, são um passo na melhor direção, mas
não podem nem se apresentar nem ser considerados como substitutos para o sistema
multilateral de comércio.
Sophie
Shevardnadze: O que estou dizendo é que, quando se fala sobre países
desenvolvidos, sempre se fala, necessariamente, de EUA e União Europeia. Se
esses dois se fundem num bloco, não haverá novo risco de eles imporem novas
regras de jogo contra todos os demais?
Roberto
Azevedo: Não
vejo assim. Nos EUA e na União Europeia, as economias já são muito abertas. O
fato de construírem um acordo pelo qual bens e serviços fluirão livremente entre
eles não muda muito o quadro geral. O que estão, isso sim, fazendo agora, é
negociando regras que mais bem harmonizem as trocas entre esses dois. Isso é
positivo, me parece, porque reduz o número de diferenças e de leis que os
membros têm de considerar quando vendem seus produtos e serviços uns aos outros.
Simultaneamente, isso ajuda a fazer avançar o ambiente das negociações. Quanto
maior o número de países trabalhando para liberar o comércio, em negociações
desse tipo, mais ajudam todo o sistema de comércio multilateral a andar na mesma
direção.
Sophie
Shevardnadze: Rússia e Brasil – o seu país – são, ambos, membros da OMC e do
clube BRICS das economias emergentes, que também reúne China, Índia e África do
Sul. Em que medida, na sua opinião, os BRICS podem continuar a avançar como nova
força econômica mundial?
Roberto
Azevedo: Já
antes, nunca duvidei disso. E mesmo agora, com o mundo desenvolvido começando a
se recuperar e voltando a crescer um pouco mais do que antes, os BRICS continuam
a ser importantes fatores de crescimento da economia mundial. E não me parece
que isso venha a mudar no curto e no médio prazo. Isso, porque, dentre outras
razões, são economias que se desenvolvem, que incorporaram grandes números de
pessoas na economia formal. Esse fenômeno não mudará em futuro previsível. Mas
isso, não porque tenham constituído grupo fechado, à parte. De fato, estão
apenas começando a ser parte de uma economia global mais globalmente integrada.
Sophie
Shevardnadze: Já que falamos de Rússia, o país integrou-se recentemente à OMC,
há pouco mais de um ano. O fato de a Rússia ter-se integrado à OMC acrescentou
muito, num nível global de comércio?
Roberto
Azevedo: A
Rússia é economia muito importante no mundo, e seria estranho e indesejável que
uma organização do tamanho da OMC, e que procura a universalidade, operasse sem
a contribuição da Rússia. É claro que vejo a integração da Rússia como
desenvolvimento bem-vindo, para a organização e para a economia mundial. O fato
de a economia russa integrar-se às regras que se aplicam globalmente a todos os
estados-membros da OMC garante previsibilidade nas negociações, um campo
nivelado de negociações para todos. Claro que é desenvolvimento muito bem vindo.
Sophie
Shevardnadze: Houve dificuldades, dentro da OMC, por causa da integração da
Rússia?
Roberto
Azevedo: Não,
de fato. Acho que sempre que uma grande economia integra-se ao grupo, há um
período de acomodação, de ajustes, como aconteceu, por exemplo, quando a China
integrou-se. Os anos imediatamente depois da a China integrar-se à OMC foram
anos de acomodação. Acho que se construiu um melhor entendimento. As partes se
testaram, para ver onde estava cada uma. Conversaram, estavam descobrindo áreas
de interesses comuns e também, como é normal, áreas de desacerto e
desentendimento. É normal e acontecerá também no caso da Rússia e no caso de
outras economias significativas que também se incorporem à OMC.
Sophie
Shevardnadze: Na sua avaliação, o que a Rússia ganhou por integrar-se à OMC,
considerando o atual estado da economia russa e as coisas como estão na OMC,
nesse momento?
Roberto
Azevedo: O principal ganho para a
Rússia e que já não está exposta a discriminação. Se alguém, por exemplo, tentar
impor medidas protecionistas ou alguma medida que impeça produtos russos num ou
noutro território, tudo terá de ser feito pelas regras da OMC. Antes, não era
assim. Houve ações unilaterais e discriminatórias contra produtos russos, no
passado. Agora, caso haja, a Rússia tem meios para impor as regras globais e,
eventualmente, sanções contra o protecionismo. Não tenho dúvidas de que a Rússia
terá muito a ganhar com a incorporação à OMC e será dos maiores beneficiários do
sistema.
Sophie
Shevardnadze: Há uma pergunta que anda na cabeça de muitos russos há algum
tempo. Há quase 20 anos a Rússia tentava ser admitida como membro da OMC, sem
sucesso. E então, de repente, é aceita, sem que nada, de fato, tenha mudado na
economia russa. O que, precisamente, tornou possível a integração da Rússia? O
senhor pode explicar aos nossos telespectadores?
Roberto
Azevedo: Trata-se
sempre de negociação entre os membros, e essas negociações exigem tempo. As
razões pelas quais uma determinada nova admissão amadurecem variam de caso a
caso. No caso da Rússia foram negociações longas, que só agora amadureceram, e
houve vontade política dos membros e da Rússia, para levar as negociações a bom
termo. A vontade política é elemento muito importante nas negociações de acesso,
e também pesou no caso da Rússia. Entendo que foi o fator chave que permitiu que
o acesso fosse concluído com sucesso.
Sophie
Shevardnadze: A OMC imporá várias regras à Rússia, nos próximos anos. Na sua
opinião, que impacto terão na economia russa e no povo russo?
Roberto
Azevedo: Não
sei dizer-lhe, mas tenho certeza de que será impacto positivo.
Sophie
Shevardnadze: E sobre a crise econômica de 2008 – que realmente assustou a
economia global em praticamente todos os níveis. Que conclusões foram extraídas
dessa experiência dramática? Há providências a tomar, já previstas, para o caso
de aquela situação repetir-se?
Roberto
Azevedo: De
fato, e essa é precisamente a razão pela qual os membros do G-20 estão reunidos
aqui em São Petersburgo, em nível de chefes de Estado. Trata-se, precisamente,
de impedir que esse tipo de situação se repita. No que tenha a ver com o sistema
multilateral de comércio, me parece, provou-se que a OMC pode ser efetiva, por
exemplo, barrando as tendências protecionistas. Depois de 2008, o medo era que
se repetisse o que aconteceu em 1930s, quando se implantaram medidas
protecionistas que, no final do dia, mudaram completamente o cenário e levaram a
aprofundar a Depressão econômica em todo o mundo. Dessa vez, isso não aconteceu.
Entendo que uma das razões pelas quais não aconteceu se pode encontrar nas
regras da OMC, que impediram os estados-membros de introduzir abertamente fortes
medidas protecionistas.
Sophie
Shevardnadze: Mudança recente na política do American Federal Reserve levou a
desvalorizações fortes da moeda em muitos mercados emergentes. Como o senhor
sabe, esse verão o real brasileiro caiu 20%, e o mesmo se viu com a rúpia
indiana e a lira turca. Houve aumento de bens importados nesses países. Onde
fica a OMC, quando surgem problemas como esse?
Roberto
Azevedo: Não
é coisa rara. Esses problemas estão sempre acontecendo – a valorização e
desvalorização de moedas são questões permanentes. A OMC tem regras, que não são
perfeitas para, de modo especial, questões de moedas, mas que permitem que os
membros ajam para melhorar a situação, ou as assimetrias que haja, de tempos em
tempos. Entendo que o momento atual não é excepcional, porque não é a primeira
vez que o valor relativo de moedas sobe ou desce.
Sophie
Shevardnadze: Mas e se políticas como a do Fed levarem a instabilidades nesses
países cujas moedas sejam afetadas – como se viu em países árabes, quando os
preços subiram demais, depois que os EUA começaram a injetar muito dinheiro na
economia, em 2008, e os cidadãos naqueles países já não conseguiam comprar nem
comida, supuseram que fosse resultado de ação dos respectivos governos e
dispararam os levantes da Primavera Árabe? Que objetivo teria a OMC, mais
importante que manter algum equilíbrio global?
Roberto
Azevedo: A
OMC não age por ela mesma. A ação política e econômica é sempre dos
estados-membros. Se os membros sentem que algum outro estado está tomando
medidas que afetem sua economia ou sua capacidade comercial, cabe a cada um
consultar a OMC, para que interpele o outro membro, para que explique as
próprias dificuldades; e a OMC pode, assim, tentar encontrar uma solução
mutuamente satisfatória. Não sendo isso possível um acordo, acionam-se os
mecanismos de uma disputa, nos termos que a OMC prevê. Mas em todas essas
instâncias, são os estados-membros que votam e decidem que medidas tomar. A OMC
não tem mandado para agir como instituição, por sua conta.
Sophie
Shevardnadze: A Ásia também está tendo papel crucial na economia mundial em anos
recentes. A Ásia também tem papel semelhante dentro da OMC? Pode também assumir
a liderança, na sua avaliação?
Roberto
Azevedo: Sem
dúvida é uma das áreas economicamente mais dinâmicas do mundo, os mercados
asiáticos reunidos na APEC, por exemplo, que é em grande proporção organização
asiática, e um dos principais fóruns de discussão. Entendo que a Ássia é hoje um
dos principais eixos da economia mundial e das principais forças nos fóruns da
governança mundial, inclusive na OMC.
Sophie
Shevardnadze: E a África, outro continente emergente, em termos de economia. O
que o senhor vê acontecendo na África? Onde haverá mais crescimento e quem
lucrará com ele?
Roberto
Azevedo: O
continente africano é extremamente diversificado. Há oportunidades para o
crescimento, há oportunidades para investimentos e há oportunidades para ampliar
o comércio no próprio continente. A instabilidade política é fator importante em
muitas ocasiões, mas não só isso. É preciso que os estados africanos criem
condições que lhes permitam participar mais intensamente nos fluxos comerciais
mundiais. Esse processo varia de estado para estado. É sempre difícil falar
sobre a África, sem considerar a específica situação de cada país africano.
Sophie
Shevardnadze: E quanto à América Latina? Quais, em sua opinião, são as questões
chaves que atormentam aquele continente?
Roberto
Azevedo: Penso
que a América Latina está bem posicionada para colher benefícios do crescimento
mundial. Muitos exportadores chaves são latino-americanos, sobre tudo de
mercadorias não-petróleo, mas também de petróleo. A América Latina já é
continente maduro, com países que seguem diferentes vias, alguns já mais
integrados na economia mundial, os de economia mais aberta, que podem participar
mais intensamente dos fluxos comerciais globais, e esses estão-se saindo muito
bem.
Sophie
Shevardnadze: Para encerrar, Sr. Azevedo, qual é hoje a sua maior esperança, o
que o senhor consideraria sua maior realização e seu legado, depois que deixar o
cargo de diretor-geral da OMC?
Roberto
Azevedo: Trabalho
na construção de negociações comerciais já há muito tempo. Comecei na OMC em
1997, quando a organização só tinha dois anos de existência. Durante parte desse
tempo, vi a negociação comercial internacional viver melhores dias que hoje.
Minha esperança é que possa deixar o meu posto, com uma OMC mais vibrante e
ativa, como ela já foi, devolvida à importância que já teve, como mesa de
negociação à qual os países acorrem para negociar e para abrir cada vez mais os
contatos comerciais.
[Fim da entrevista]
[Fim da entrevista]
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