12/9/2013, [*] Daoud Rammal, Al-Manar, Líbano
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
O
ataque dos EUA à Síria já começou e já acabou. Tudo aconteceu no instante em que
foram disparados aqueles
dois mísseis balísticos,
que ninguém sabia o que eram, porque Israel negava e a Rússia
confirmava.
A
Rússia neutralizou os dois mísseis: um foi destruído em voo e o segundo foi
desviado para o mar.
Fonte
diplomática bem informada disse ao jornal As-Safir
que
(...)
a guerra dos EUA contra a Síria começou e
acabou no instante em que foram disparados aqueles dois mísseis balísticos, que
ninguém sabia o que eram, porque Israel negava e a Rússia confirmava, até que
surgiu uma declaração oficial dos israelenses, que dizia que teriam sido
disparados no contexto de um exercício militar conjunto EUA-Israel, e que os
mísseis caíram no mar e que nada tinham a ver com a crise
síria.
A
fonte também informou ao diário libanês que
(...)
os EUA dispararam os dois mísseis de uma
base da OTAN na Espanha. Os mísseis foram instantaneamente detectados pelos
radares russos e foram repelidos pelos sistemas russos de defesa: um deles foi
destruído em voo e o outro foi desviado em direção ao mar.
Nesse
contexto, disse a fonte, é que surgiu a declaração distribuída pelo Ministério
de Defesa russo. A declaração falava sobre a detecção de dois mísseis balísticos
disparados na direção do Oriente Médio, mas nada dizia nem sobre de onde os
mísseis foram disparados os mísseis, nem que haviam sido abatidos. Por quê?
Porque
no momento em que a operação militar estava sendo lançada, o chefe do Serviço de
Inteligência da Rússia telefonou à inteligência dos EUA e disse
que:
(...)
atacar Damasco significa atacar Moscou.
Nós omitimos na nossa declaração oficial a expressão “os dois mísseis foram
derrubados”, para preservar as relações bilaterais e para impedir qualquer tipo
de escalada. Assim sendo, é imperioso que os EUA reconsiderem suas políticas,
abordagens, movimentos e intenções sobre a crise síria, porque os EUA já podem
ter certeza de que não conseguirão eliminar nossa [dos russos] presença no
Mediterrâneo.
A
mesma fonte continuou:
(...) essa confrontação direta entre Moscou e
Washington, que não foi divulgada, aumentou ainda mais a confusão reinante no
governo Obama e a certeza de que o lado russo insistirá no alinhamento ao lado
dos sírios. E, também, a evidência de que os EUA já não tinham outra saída, se
não pela iniciativa dos russos, que “salvaria” a imagem dos EUA.
Desse
ponto de vista, a mesma fonte diplomática explicou que:
(...)
para evitar confusão ainda maior nos EUA,
e depois que Israel negara saber do disparo dos dois mísseis (o que é verdade),
Washington pediu que Telavive assumisse que teria disparado os mísseis, para não
ferir a imagem dos EUA ante a comunidade internacional, sobretudo porque aqueles
dois mísseis eram o primeiro movimento do ataque dos EUA à Síria e o anúncio do
início das operações militares. O plano original previa que, depois do ataque, o
presidente Obama viajaria para o encontro do G-20 na Rússia, para negociar o
destino do presidente sírio Bashr Al-Assad. De fato, como depois se verificou,
Obama teve de ir à Rússia para negociar o fim do impasse em que se viu
preso.
A
mesma fonte disse também que:
(...)
depois desse confronto EUA-Rússia, Moscou
já trabalha para aumentar o número de especialistas militares, e já ampliou a
presença se unidades de guerra e destróieres no Mediterrâneo. Os russos também
decidiram marcar para depois do G-20 o anúncio de sua iniciativa para conter a
agressão à Síria, depois de se criar um contexto de contatos às margens daquela
reunião, e depois de duas visitas sucessivas dos ministros de Relações
Exteriores do Irã e da Síria, nos quais se acertaram detalhes de um acordo com
os russos, que incluía o anúncio, pela Síria, de que aceitava pôr suas armas
químicas sob supervisão internacional e preparar a Síria para assinar o tratado
de não proliferação de armas químicas.
Por
fim, aquela fonte diplomática comentou que:
(...)
um dos primeiros resultados do confronto
militar EUA-Rússia foi a rejeição, na Câmara dos Comuns britânica, de qualquer
envolvimento na guerra contra a Síria. Em seguida vieram as posições europeias,
todas na mesma direção, a mais significativa das quais foi a da chanceler alemã
Angela Merkel.
___________________
[*] Daoud Rammal é um jornalista libanês sediado em
Beitute. Escreve usualmente na imprensa do Oriente Médio (Al Manar, Al Monitor e
outras publicações em papel ou eletrônicas). Algumas vezes seus trabalhos são
publicados na imprensa eletrônica ocidental como no sítio Rebelión da Espanha,
p.ex..
EUA provará de seu próprio veneno.
ResponderExcluirJá está provando...
ExcluirE possivel ter nformacoes mais precisas dos tais de qumicos que diabolico Obama diz que Assad jogou em seu povo?
ResponderExcluirÉ possível... desde que os técnicos da ONU que estiveram no local informem. Provavelmente foi o gás SARIN, mas não tenho certeza.
ExcluirAbraço
Nietzsche não tinha razão?
ResponderExcluir