Por Laerte Braga
O jornal paraguaio LA NACIÓN afirmou numa de suas edições da semana passada que a “a laranja mecânica pôs fim à soberba brasileira”. O jornal não se referia especificamente à seleção brasileira, mas ao canal SPORT TV da Rede GLOBO.
Num dos programas sobre os países participantes da Copa do Mundo o canal de tevê fechada da GLOBO, afirma o LA NACIÓN, “ironiza sobre nuestras comidas y nuestras costumbres”. A linguagem é debochada e o “único valor paraguaio apresentado no vídeo é Larissa Riquelme, “la novia del Mundial”. É o espírito “mulher melancia” introjetado na cultura global.
“
Tem sido uma constante as críticas de jornais, revistas e tevês de outros países sobre o jornalismo da GLOBO durante a Copa do Mundo e fora dele. No caso específico os paraguaios foram vítimas de uma ironia ofensiva e tratados como se seu país fosse feio, triste e pobre, distante do Brasil maravilhoso que a GLOBO enxerga com José Arruda Serra, por exemplo. A bandeira dos EUA tremulando no mastro principal do Planalto.
Para descaracterizar sua crítica ao Brasil ou a seleção brasileira, o jornal elogia Dunga em sua resistência aos abusos da GLOBO.
A matéria e o repúdio podem ser vistos no Diário Liberdade em Mau jornalismo da Globo já é destaque internacional e, entre outras manifestações, na redecastorphoto por Eduardo Guimarães em Al pueblo paraguayo e Mauro Carrara em A brutal agressão da Rede Globo ao Paraguai .
Fausto Silva, padrão de bons costumes e patriotismo, em seu programa dominical, foi o porta voz da GLOBO. Desceu o malho em Dunga e por extensão pegou
Como não teve coragem de fazê-lo pessoalmente, mandou uma de suas assessoras comunicar o fato à moça.
O fato ganhou uma repercussão que Fausto Silva não esperava e outra vez um assessor veio com a desculpa que a moça não fora demitida por esse motivo. Inventou os pretextos frios e cínicos de uma quadrilha que alguns chamam de empresa.
Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, professor universitário, traz à lembrança em excelente artigo um fato acontecido no final dos anos 1970 que no curso de um processo de descoberta do verdadeiro caráter da GLOBO resultou no “cala a boca Galvão” de hoje.
Relata que “o povo não é bobo, fora a Rede Globo”, foi ouvido pela primeira vez nas ruas de São Bernardo, São Paulo, e no estádio da Vila Euclides durante uma greve dos metalúrgicos do ABC em 1979.
Em seguida a uma tarde de manifestações, passeatas com milhares de trabalhadores protestando contra o arrocho salarial os grevistas à noite, no JORNAL NACIONAL, viam os fatos noticiados de forma distorcida e mentirosa. No dia seguinte quando a equipe da GLOBO chegou para cobrir outra manifestação foi hostilizada com esse refrão. O POVO NÃO É BOBO, FORA REDE GLOBO.
O mesmo aconteceu na cidade de São Paulo, numa passeata de estudantes que protestavam contra a criação da ALCA – ALIANÇA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS, isso anos mais tarde em 2001.
A primeira mentira em plena vigência da ditadura militar, a segunda no governo FHC. O artigo do professor Laurindo Lalo Leal Filho registra que os jornalistas, operadores e todo o pessoal da GLOBO escondiam os crachás para não serem identificados como integrantes da rede.
Num parágrafo de seu artigo, excelente, o professor afirma
“O público sintoniza a Globo por absoluta falta de alternativa, dentro e fora da TV. Dentro, porque o que há de concorrência ou é semelhante à Globo ou ainda pior. Fora, pela falta de opções de cultura e lazer acessíveis a maioria da população brasileira. Não há amor pela Globo. Ninguém a chama de “tia”, como os britânicos fazem com a BBC, numa demonstração de afeto resultante de uma relação aberta e honesta”.
O que permitiu a William Bonner, apresentador do JORNAL NACIONAL, o da mentira, rotular o telespectador de idiota, comparando-o a Homer Simpson, sem preocupação com os que lá estavam, professores e alunos do curso de jornalismo de uma faculdade de São Paulo, foi talvez o ápice desse desrespeito e do desprezo, do preconceito da rede contra o que não signifique interesses de banqueiros, latifundiários, grandes empresas e dos Estados Unidos.
O programa que mostrou o Paraguai foi pura manifestação de racismo. De preconceito. De desprezo.
É típico das ORGANIZAÇÕES GLOBO. É uma empresa estrangeira que atua no Brasil, como outras semelhantes em vários países da América Latina e em todo o mundo.
A guisa de curiosidade, nos Estados Unidos, meca do capitalismo, onde as tevês são de fato privadas e não concessões de serviço público, a lei proíbe que grupos empresariais sejam a um só tempo proprietários de redes de tevê, rádios, jornais e revistas. A preocupação do legislador norte-americano quando assim o fez foi evitar o monopólio da informação. O controle da informação.
Como existem mecanismos para evitar que as redes nacionais possam alcançar níveis de audiência que criem condições a esse fato, controle da informação.
O filme IDENTIDADE BOURNE, visto por milhões de pessoas, mostra como agem os norte-americanos em relação ao mundo. Operam a partir de empresas. Constituem-nas como laranjas de seus interesses.
Isso lhes permite o que chamam de “assassinatos seletivos” (dos que são julgados inimigos ou contrários aos seus interesses), seqüestros em outros países, golpes e ações diretas junto a elites políticas, econômicas e militares, como aconteceu no Brasil em 1964 (chegaram a designar um general para comandar o golpe, Vernon Walters, fluente em português) e de resto
Como a legislação norte-americana determina que documentos sigilosos sejam tornados públicos depois de um determinado tempo tudo isso está lá provado e há anos atrás foi objeto de uma reportagem no antigo JORNAL DO BRASIL de Marcos Corrêa. A famosa IV Frota estava pronta para entrar em ação caso os militares golpistas sob o comando do general norte-americano não conseguissem derrubar o governo Goulart.
A GLOBO é isso muito mais, ou muito pior. Um empresa laranja para a defesa e propagação de interesses estrangeiros no Brasil.
Tem a característica dos que se acham superiores, eleitos divinos, como o governo de Israel (sionistas, nunca confundir com judeus), ou os norte-americanos. Enxergam a Europa como uma grande colônia de férias de norte-americanos e japoneses, das elites latino-americanas, um continente falido e controlado pelos EUA a partir de bases militares de uma organização terrorista que chamam de OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte).
Imaginaram um dia criar sua versão para o Atlântico Sul e FHC, que era o presidente, aceitou de pronto. Estava louco para acabar de vender o Brasil e tentam agora com a candidatura de José Arruda Serra.
É todo um complexo de alienação vendido diariamente ao brasileiro sob a forma de espetáculo. A mentira colorida e cheia de efeitos especiais transformada em show.
A GLOBO é isso. Racista e preconceituosa. Reflete o pensamento totalitário dos donos do mundo. Não foi por outra razão que nasceu de capitais estrangeiros do antigo grupo TIME. É laranja dessa gente.
Figuras como Galvão Bueno, William Bonner, Fausto Silva, são meros bonecos que aceitam o papel que se lhes é dado de se despirem de suas condições de seres humanos e aceitarem o papel de robôs.
Robôs da mentira.
Se imaginam no Olimpo. Deuses da barbárie que disfarçam na tal tecnologia da farsa.
Um grande monte de lixo.