sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Islamistas “do Mali” matam 3 e fazem 41 reféns na Argélia


16/1/2013, Russia Today –(Excerto)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Imagem de um vídeo obtida pela agência de notícias ANI, da Mauritânia, mostra o emir Mokhtar Belmokhtar, ex-membro da Al-Qaeda no Maghreb Islâmico [ing. al-Qaeda Islamic Maghreb (AQIM), falando de local não identificado. (AFP Photo/ANI)

Mokhtar Belmokhtar
Islamistas autodeclarados “do Mali” mataram três estrangeiros e fizeram 41 reféns depois de ataque às instalações de um campo de extração de gás natural na Argélia. O ataque foi declarado uma retaliação à crescente presença de militares franceses no Mali.

Um grupo de várias dezenas de militantes islamistas pesadamente armados, autodenominados “Batalhão do Sangue”, repeliu uma tentativa do exército da Argélia para desocupar as instalações da usina onde estão os reféns. Os soldados foram forçados à retirada, depois de troca de tiros, noticiou a Agência ANI da Mauritânia, citando como fonte um militante do grupo afiliado à al Qaeda.

A fonte informou que, além de armas leves, os militantes estão armados com morteiros e mísseis antiaéreos.

No início da madrugada, o grupo terrorista, com três veículos, atacou o complexo de Ain Amenas  administrado pela empresa nacional de petróleo da Argélia, Sontrach. (...)

Imagem divulgada pela British Petroleum em 16 de janeiro de 2013, mostra a sua operação no campo Ain Amenas, deserto do Saara, 1.300 quilômetros (810 milhas) a sudeste de Argel, perto da fronteira da Líbia. (AFP Photo / PA)
“41 ocidentais, entre os quais sete norte-americanos, além de cidadãos franceses, britânicos e japoneses foram feitos reféns” – um porta-voz dos islamistas informou à Agência de Notícias da Mauritânia e Sahara. Disse que alguns dos reféns são mantidos na usina e os demais estão presos no complexo residencial próximo. (...) A Agência APS da Argélia noticiou que os reféns argelinos foram autorizados a deixar a usina.

“Os sequestradores exigem a libertação de 100 terroristas presos na Argélia, em troca dos reféns” – informou um trabalhador da usina de gás, à Agência France Presse, por telefone. “[Os terroristas] exigem que esses islamistas presos sejam entregues a eles no norte do Mali” – acrescentou a mesma fonte.

Autoridades argelinas já descartaram qualquer possibilidade de negociação com os combatentes islâmicos. “As autoridades da Argélia não atenderão qualquer demanda dos terroristas e não negociarão” – disse o ministro do Interior Daho Ould Kablia, diz matéria que cita a agência estatal de notícias APS. Há cidadãos norte-americanos, entre os reféns. (...)

Segundo o noticiário, o grupo de atacantes, ligado à al-Qaeda e comandado por um veterano combatente islamista, Mokhtar Belmokhtar, declarou que o assalto é resposta-retaliação contra a decisão do governo da Argélia de autorizar a França a usar o espaço aéreo da Argélia para lançar ataques aéreos contra militantes no Mali – onde forças francesas já estão em combate contra militantes islamistas desde a semana passada. Porta-voz do grupo disse que a atitude da Argélia “trai o sangue dos mártires argelinos massacrados pelos franceses colonialistas”.  

O mesmo porta-voz disse que, para garantir a segurança dos reféns na Argélia, os franceses devem suspender imediatamente todos os ataques no norte do Mali – segundo matéria da Agência Reuters.

Belmokhtar, nascido na Argélia, e cujo grupo do Maghreb islâmico já esteve associado a várias ações se sequestro no Norte da África ao longo da última década, tem reputação de ser o mais duro e mais “invisível” dos atuais líderes da Jihad islâmica na Região. A inteligência francesa, em 2002, o identificava como “o incapturável”.

Na 4ª-feira, tropas francesas lançaram a primeira grande operação por terra contra os islamistas, depois de seis dias de ataques aéreos. Na 3ª-feira, o presidente da França, Francois Hollande, disse que as forças francesas permanecerão no Mali até que se volte à completa estabilidade naquele estado do oeste da África.

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