quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Irã desdenha das novas sanções norte-americanas

1/8/2013, [*] MK Bhadrakumar, Indian Punchline
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Câmara dos Representantes (Deputados) dos EUA
A Lei Iraniana de Prevenção Nuclear [orig. Nuclear Iran Prevention Act] foi aprovada na Câmara de Representantes dos EUA, hoje, 5ª-feira, por 400 votos a favor e dois contra: manifestação impressionante do controle que o lobby israelense exerce sobre os políticos eleitos nos EUA. Mas nem por isso a lei conseguirá interromper e fazer retroceder o processo de os EUA “engajarem” o Irã.

A questão desdobra-se em duas partes. Por um lado, que impacto esse movimento bizarro dos deputados e senadores norte-americanos teria sobre a atitude dos iranianos? Até aqui, o Irã não deu sinais de ter-se deixado impressionar.

Por outro lado, os iranianos manter-se-ão distantes da mesa de negociações? É claro que não! A história mostra que nenhuma sanção ou conjunto de sanções jamais conseguiu subjugar o Irã, forçando-o a obedecer ao que dissessem os EUA. No pé em que estão as coisas, as declarações dos iranianos são muito realistas, sobre as limitações do governo Obama. 

Teerã sabe que há grupos de interesses entrincheirados nos EUA que não querem nenhum tipo de acordo; e que os israelenses contam com as tensões geradas em torno do Irã, para desviar as atenções da grande questão chave de todo o Oriente Médio: a questão palestina. 

Al Akbar Salehi (E) e William Hague (D) -Imagem de arquivo (23/6/2012)
Mas mais interessante é o telefonema  que o Ministro de Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi recebeu do secretário britânico de Relações Exteriores William Hague. O mais provável é que Hague tenha agido para manter as coisas no pé em que estavam, sem alterações dramáticas. Os britânicos sempre operam em comum acordo com os EUA nessas situações delicadas.  

Lei Iraniana de Prevenção Nuclear mostra os políticos norte-americanos sob luz bem pouco lisonjeira. Paul Pillar escreveu postado devastador sobre o comportamento acovardado daqueles políticos eleitos. Claro que não chega a acusar diretamente Israel, mas deixa bem claro que os deputados e senadores votaram sob violenta coerção. 




[*] MK Bhadrakumar foi diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. Prestou serviços na União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão e Turquia. É especialista em questões do Irã, Afeganistão e Paquistão e escreve sobre temas de energia e segurança para várias publicações, dentre as quais The HinduAsia Times Online e Indian Punchline. É o filho mais velho de MK Kumaran (1915–1994), famoso escritor, jornalista, tradutor e militante de Kerala.

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