20/11/2010, Patrick Cockburn, The Independent, UK em:
Be under no illusion, Nato is in no shape to make progress in this graveyard of empires
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Se o Iraque foi ruim, o Afeganistão será ainda pior. Nada que se diga ou faça na reunião da OTAN em Lisboa, que é, sobretudo, exercício de autoilusão, alterará essa clara evidência.
Não se trata só da guerra, que irá de mal a pior. Trata-se sobretudo de a necessidade da OTAN, de mostrar algum sucesso, já ter levado a movimentos contraproducentes, que só fizeram aprofundar a violência. Dentre essas perigosas iniciativas da OTAN destaca-se a ideia de implantar milícias locais para combater os Talibãs onde o exército afegão é fraco. São quase sempre milícias mercenárias, pagas por senhores-da-guerra locais, que caçam civis afegãos.
A estratégia do exército dos EUA é assassinar comandantes Talibãs de nível médio. Mas estudo recente mostrou que, na maioria dos casos, os assassinados são homens de prestígio em suas respectivas comunidades. E que os assassinatos só fazem enfurecer cada vez mais a população. Nesses grupos indignados, os Talibãs recrutam soldados cada vez com mais facilidade.
Hoje, em Lisboa, o comandante do exército dos EUA no Afeganistão, general David Petraeus, falará aos demais comandantes da OTAN sobre seu plano de começar, em
Os Talibãs controlam total ou parcialmente, hoje, metade do território afegão. Enquanto os EUA fazem jorrar reforços nas províncias de Helmand e Kandahar, os Talibãs expandem seus enclaves no norte.
Todo o plano de transferir a responsabilidade pela segurança para o exército afegão depende de o exército e a polícia afegãos ser rapidamente expandidos, para 171 mil soldados, o exército; e para 134 mil guardas, a polícia. São novos recrutas que, além de ainda terem de ser treinados, terão de ser recrutados nas comunidades tadjique, uzbeque e hazara, de tendência anti-Talibã. Os pashtuns, 42% dos afegãos, e grupo onde os Talibãs têm raízes históricas, sentir-se-ão cada vez mais agredidos.
As diferenças entre a guerrilha no Iraque e no Afeganistão mostram que a guerrilha afegã é muito mais ameaçadora para as forças de ocupação. No Iraque, os guerrilheiros anti-EUA eram árabes sunitas, comunidade à qual pertence apenas um de cada cinco iraquianos. O governo pós-Saddam em Bagdá foi apoiado pelos curdos e pelos xiitas, quase quatro quintos da população. Os afegãos são mais xenofóbicos que os iraquianos. "Desconfiar de estrangeiros está no DNA de todos os afegãos", disse em Cabul um diplomata ocidental.
Os comandantes da OTAN reunidos em Lisboa talvez se interessem por conhecer dois outros detalhes, que fazem do Afeganistão país muito mais perigoso para as forças de ocupação. O governo afegão é muito mais fraco que o governo em Baddá, onde há tradição de controle central e o petróleo rende ao governo 60 bilhões de dólares. Em termos militares, o exército soviético não foi derrotado no Afeganistão pelo poderio das forças afegãs, mas pelos
Se existem problemas serios nos paises onde a ditadura impera como também existem naqueles que se dizem democráticos, o que me irrita profundamente é ver um pais como os estados unidos ficar se imiscuindo em outros países quando aqueles não atendem aos seus interesses. Quando houve a ditadura no Brasil, alguem viu os esteites reclamar? e como em tantas outras que serviam aos interesses americanos???E agora, vem essa história da cortina antimisseis para defender Europa e, claro, os esteites. dos 'grandes inimigos'!!!
ResponderExcluirQue inimigos? aqueles que tanto a Europa como os yankes nunca tiveram uma conversa sobre os reais problemas desses países? Que jamais tentaram uma aproximação justa com eles, tentando ajudar em vez de usurpar? Tentando “ajudar” em negociações de paz contanto que o lado que eles apoiam saiam ganhando no acordo? Amigos, a guerra é de interesse vital para a economia americana. Com Bush ou Obama, quem manda mesmo são os falcões da guerra e, infelizmente vão continuar mandando. Seria tão bom se Europa e esteites virassem seus olhos míopes para o lado da ajuda e da compreensão aos países mais necessitados...se assim o fizessem, não precisariam de bilhões de dólares para montar um cinturão de defesa que, só mostra ao restante do mundo que, pelo medo de serem atacados, eles tem muita culpa no cartório. Por tudo o que está acontecendo neste mundinho de Deus, enchentes, erupções vulcanicas, terremotos, pestes, falta de alimentos, tsunamis, para os quais os países ditos “civilizados” fazem vistas grossas, o que menos precisamos é de um cinturão antimissel...Claudio.
Nada como se conhecer um pouco de história e geografia, para escrever-se um artigo bom como o abaixo. Na Palestina (Israel e TPOs), entidades de informação e propaganda de Washington, Telavive e outos rincões de ocupantes têm sido bem sucedidas em ocultar as duas matérias. Usam e abusam do silêncio sobre elas ou, quando não podem evitá-lo, confundem os dados histórico-geográficos ou mentem perante o público. Ou, então, recorrem às crenças alheias de teologias rudimentares, como a dos "evangélicos".
ResponderExcluirA Questão da Palestina, então, passa a ser "assunto complicado", o que não é absolutamente. Ela não passa de problema de ocupação-desocupação e execução do que prescrevem duas Resoluções seminais das Nações Unidas: as de n.s 242 e 338.
Quanto ao Afeganistão, se o problema também é o desocupação pelas tropas estrangeiras, nenhuma decisão onuseana existe como escora para seu povo. Habituado há séculos a combater estrangeiros, os afegãos entram em cena com os talibans, que expulsaram os soviéticos nos anos-80, em pacto com os EUA.
Basta dar uma olhada no mapa do Afeganistão, com indicação bem nítida dos países que o bordejam, da Região onde se encontra (Ásia Central) e da importância desta, geoeonômica e geoestrategicamente, num continente de 44 milhões de km2 e abrigando quase 2/3 da população global. Não é à toa que os EUA "alugam" bases aéreas por lá, a preços d'oiro. Isso, sem contar as imensas riquezas de jazidas inexploradas naquelas montanhas. Eis porque Washington e aliadas programam a "guerra do sem-fim".
Abraços do
ArnaC.