Laerte Braga
Imagino que a imensa maioria das pessoas em qualquer lugar do mundo tenha visto filme ou sequência de fotos, enfim, um ataque de uma víbora a uma vítima, uma presa. Covarde, traiçoeira, por isso mesmo silenciosa, bote preciso e pronto. Se alguém disser que existe uma espécie de víboras denominada Custódio Matos não se espante. É verdade. Víbora humana. O que vale dizer, acresce o cinismo, a perversidade deliberada, a falta de caráter, de dignidade, de qualquer princípio que não seja a presunção que criou o mundo em seis dias. Na avaliação dele o “Outro” levou sete.
Para completar esse quadro, essa espécie de víbora cerca-se de outras iguais. É o caso do secretário de governo Vítor Valverde.
Tanto a víbora-chefe, Custódio, como a víbora-secretário têm uma característica. Não andam sozinhos, lhes falta coragem para tal. Vivem cercados de seguranças, têm medo de povo. No caso de Custódio, o fato de ser tucano já é, em si, um sintoma doentio. O simples contato com cidadãos comuns exige um processo complexo para que possa desinfetar-se. No caso do secretário não, é arrogante, prepotente, tem mania de “coronel” comandante da Guarda Municipal (gosta de ser saudado com continência), mas sozinho, cai de quatro.
São espécies asquerosas.
A reintegração de posse num terreno da Prefeitura Municipal feita na madrugada de quinta-feira para sexta-feira, às 2h 20m, além de um ato de barbárie e boçalidade, fere a lei, fere a Constituição.
E olhe, a Polícia Militar participou com sua “briosa” colaboração nessa violência. Segundo um porta-voz da PM (deve ser condenado a ler a Constituição por um ano inteiro e aprender o papel da Polícia e a essência do respeito à lei, do contrário não é Polícia, é outra coisa. Aliás, Polícia Militar é uma excrescência, por natureza Polícia é uma instituição civil), as pessoas que ocuparam o terreno da Prefeitura no bairro Nova Benfica tiveram “apoio” para retirar seus pertences e transporte (para onde?).
Perto de 160 policiais militares e 60 servidores do Município participaram da Operação de surpresa, em flagrante desrespeito à lei, porque pela madrugada.
Estilo tucano, estilo jagunço, disfarçado de “eu nasci pobre, lutei muito para chegar aonde cheguei”. É o jeito chegar junto aos cofres públicos, esse é o segredo, o pulo do gato.
A juíza que autorizou esse tipo de ação deve uma explicação, já que segundo o secretário/víbora Vítor Valverde, a decisão da magistrada permitiu que o despejo ocorresse pela madrugada. As autoridades superiores do Judiciário devem ser informadas desse tipo de ação.
As pessoas que lá estavam não ofereciam risco algum a ninguém, não ofereceram resistência e é estranho que a ordem de despejo tenha sido emitida após as eleições.
Cretinice pura de um prefeito corrupto, de um secretário sem escrúpulos.
E mentem sem qualquer preocupação, têm tido a garantia da impunidade.
Enquanto o porta-voz da PM declarou que todos puderam retirar seus pertences, a Prefeitura informou que os pertences dos que lá estavam foram levados para um depósito onde poderão ser retirados pelos donos.
Faltou combinar a ação de bandidagem.
O fato ocorreu na cidade de Juiz de Fora, MG, terra do senador Itamar Franco (inventor de Custódio Matos). Registre-se que o rebento do alcaide foi candidato derrotado nas eleições passadas. Pretendia uma vaga na Assembléia Legislativa e quando em visita ao local prometeu aos moradores que regularizaria a situação de todos.
Perto de cem famílias ocuparam um terreno da Prefeitura e construíram barracos.
É a sensibilidade social do prefeito.
Custódio Matos é um dos integrantes do grupo que buscava dinheiro com Marcos Valério quando Eduardo Azeredo era governador de Minas. Precursores do mensalão.
O secretário Vítor Valverde é especialista em grudar em autoridades, carregar pastas, cair de quatro para cima e distribuir bordoadas para baixo. O clássico sujeito repulsivo em qualquer circunstância, tempo ou espaço.
O prefeito é aquela víbora que fica “quentando sol” como se diz em MG, mas dono de picada fatal.
A cidade mineira de Juiz de Fora, perto de 700 mil habitantes vive o seu segundo pesadelo. Primeiro o tresloucado Alberto Bejani, preso e mostrado em edição nacional recebendo grana de empresários do setor de transportes coletivos (é sócio de Custódio no aterro sanitário da quadrilha Queiroz Galvão) e agora o próprio Custódio.
Bejani virou o pastor Alberto, arrependido de seus “erros” (mas não devolveu o dinheiro... Lavou a propina em forma de igrejas e coisas assim). Custódio está em fim de carreira política, quer levar o máximo que puder.
Para esse tipo de gente o ser humano não conta, não vale.
São tucanos no espírito, embora Bejani seja de outro partido.
O que aconteceu em Juiz de Fora foi um acintoso ato de violência e desrespeito à Constituição, negócio comum a quadrilhas e contou com a cumplicidade da Polícia Militar.
Espera-se que o Poder Judiciário não se cale, nem fique omisso.
Câmara Municipal? Conte seis ou sete vereadores no máximo, o resto trabalha de capacho do esquema.
Bem da verdade, para que servem câmaras municipais? Não seria melhor conselhos representativos dos vários setores da cidade? Mais barato, participação popular maior. Se pensar um pouquinho, câmaras municipais são meros adereços a vaidades da maioria dos seus integrantes, ou busca de vantagens.
Juiz de Fora não foge à regra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.