16/5/2014, [*] Tafhim Kiani, Asia Times Online −Speaking Freely
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Talibã preparando-se para a luta |
Um dos
fatores que explicam a resiliência dos Talibã é a capacidade que sempre
manifestam para apresentar a própria narrativa de tal modo que ela rapidamente
se conecta com ecos e ressonâncias populares, especialmente nas áreas pashtuns
do Afeganistão.
Muito mais e
muito mais eficazmente que seus inimigos, sempre senhores de recursos militares
muito mais sofisticados, dentro do Afeganistão são os Talibã quem definem o
atual conflito e lhe dão significados, incorporando à luta a compreensão que os
próprios Talibã têm da cultura, da história e do povo do Afeganistão. Fazem o
que fazem mediante a manipulação dos eventos, ampliando as próprias forças e os
próprios sucessos, tanto quanto os fracassos do governo afegão e de seus
apoiadores ocidentais.
Os Talibã
sabem há muito tempo que, para vencerem essa guerra, não precisam derrotar o
inimigo: basta que sobrevivam. Assim, podem continuar a montar operações que,
embora nenhuma seja taticamente devastadora contra a força do inimigo, o
conjunto das ações, em nível estratégico, configura sucesso redundante.
Talibã destrói comboios inteiros dos EUA-OTAN |
Mediante
essas operações, os Talibã conseguem frustrar o inimigo, expondo (para começar,
expondo aos próprios inimigos e respectivos comandantes e patrocinadores) a
incapacidade de “o maior exército do mundo” impor qualquer controle efetivo
sobre o Afeganistão, ao mesmo tempo em que exageram a capacidade dos próprios
Talibã para atacarem onde queiram e como queiram.
Vítimas
fatais entre civis são usados para atrair simpatias e apoios para o movimento.
Os Talibã
sempre se dedicaram a definir essa guerra como guerra combatida entre
nacionalistas afegãos que seguem a trilha dos antepassados, mais uma vez
defendendo a própria terra contra mais um usurpador estrangeiro; e como guerra
religiosa, de mujahideen contra exércitos de cruzados que infiéis que
atacam o Afeganistão no contexto maior de guerra para tentar dominar terras
muçulmanas em todo o planeta.
Para muitos
observadores externos, a noção de que os Talibã dão forte ênfase às relações
públicas e aos processos de enquadramento − desenquadramento − reenquadramento
das narrativas pode parecer contraintuitiva, uma vez que o modo como os Talibã
tratam as mulheres, os suicidas-bombas, a interpretação violenta da lei da
Xaria e outros temas não atraem, de modo algum, qualquer simpatia automática.
Pois aí está
mais uma área de diferenças profundas entre os Talibã e as forças de segurança
da ONU (International Security
Assistance Force, ISAF) e dos EUA.
Os Talibã
pouco se preocupam com a opinião pública mundial, e absolutamente não se
preocupam com a opinião do mundo não muçulmano. Mas eles sabem que, para vencer
a guerra, têm de contar com o apoio da população local – dos pashtuns, em
particular – e, portanto, toda a atividade de Relações Públicas e de propaganda
está ativamente concentrada em atingir as populações pashtuns, público-alvo
absolutamente preferencial dos Talibã.
Grupos étnicos do Afeganistão - legendado (clique na imagem para aumentar) |
As forças de
segurança da ONU (International Security
Assistance Force, ISAF) e dos EUA, por sua vez, mostraram pouco
interesse em conquistar apoio público no Afeganistão, em nível micro. As forças
de segurança da ONU (International
Security Assistance Force, ISAF) e dos EUA tomam algum cuidado para limitar
o mais possível os danos colaterais, mas conhecem pouco os idiomas locais, as
culturas e as tradições da região onde operam, e pouca atenção dão ao
ressentimento que se construiu e solidificou em função dos ataques noturnos
contra lares de famílias afegãs, ataques contra cerimônias de casamento e
contra a presença ostensiva de luxuosas – de fato, extravagantemente luxuosas –
bases militares onde, do ponto de vista cultural afegão, os soldados e
familiares vivem em devassidão, presos ao estilo decadente de vida predominante
no ocidente.
Shukria Barakzai |
Em 2010,
Shukria Barakzai, deputada pashtun e líder de campanhas a favor dos direitos
das mulheres, disse
que:
Mudei
minha posição sobre os Talibã há três anos, quando percebi que o Afeganistão
está sozinho – disse ela recentemente. – Não é que a comunidade internacional não nos apoie. É que eles não nos
entendem. Os Talibã são parte de nossa população. Eles têm ideias diferentes,
mas nós, como democratas, temos de aceitar essas diferenças.
O conceito
tradicional de governo no Afeganistão é diferente do conceito do ocidente.
No
Afeganistão, o governo tradicionalmente sempre esteve com a facção ou o grupo
capaz de tomar o poder pela força. A legitimidade não adveio jamais de
representar desejos do povo, mas de ações, como construir e preservar a paz,
garantir estabilidade e justiça na vida da sociedade. Assista a seguir(em inglês):
Religiosidade
e tribalismo
Hoje, muitos,
do lado de fora, talvez interpretem o lado obscuro da religiosidade Talibã como
se fosse islamismo. Mas os Talibã foram, de fato, um modo de rejeitar
ativamente o tribalismo afegão.
A sociedade
afegã é um mix de estruturas tribais e valores religiosos. Se as
estruturas tribais afegãs formam um eixo vertical dentro da comunidade afegã, a
religião, então pode ser vista como disseminada horizontalmente por toda a
sociedade. Os Talibã, embora tenham conseguido livrar-se da natureza tribal do
Afeganistão, ainda assim mantêm uma forte identidade afegã. De fato, os Talibã
não falam nem da identidade pashtun nem de alguma identidade global islâmica;
na verdade, eles representam-se eles mesmos, como muçulmanos afegãos.
E o mesmo vai
também se tornando claro dentro da estrutura organização dos Talibã. Embora
muitos dos funcionários mais graduados e comandantes regionais sejam pashtuns,
já começaram a indicar vice-governadores distritais e chefes militares
distritais, o que lhes permite fazem nomeações mais equilibradas do ponto
de vista das etnias (link só p/ assinantes).
A área verde do Af-Pak é onde habita a população pashtun |
Uma oposição
ao governo, de inspiração religiosa, não é fenômeno novo dentro do Afeganistão.
Antes dos Talibã, Hikmatyaar, Ahmad Shah Masud, Rubbani, Younis Khalis, Sayyaf
e Pir Jillani todos eles combatiam para impor governo de caráter religioso no
Afeganistão.
Dos que
resistiram à ocupação pelos soviéticos, o único secularista notável foi Dostum.
Mesmo antes da invasão soviética, o Afeganistão já tinha história de oposição
religiosa a governos seculares, várias vezes comandada por líderes tribais
conservadores, ou pirs e mulás carismáticos.
Esses
levantes nas áreas de fronteira entre o Afeganistão e a Índia Britânica eram
chamados em geral de “movimentos dos mulás loucos”, pelo establishment colonial
britânico e sempre foram comparados aos movimentos de
mulás carismáticos anteriores (link só p/ assinantes).
Enquadramentos
nacionalistas e religiosos
Os Talibã
tentaram apelar ao senso de nacionalismo afegão, quando denunciavam a injustiça
cometida contra a terra e a população locais, e agarraram-se às tradições
religiosas afegãs, para indicar uma via de fuga para longe da tragédia que o
país vivia.
Para os
Talibã, a injustiça básica ressentida em primeiro lugar contra o Afeganistão e
os afegãos foi a ocupação estrangeira e a implantação de governo imposto ao
país para atender àqueles interesses estrangeiros.
Mulá Omar |
De um ponto
de vista religioso, os Talibã obtiveram grande vitória de relações públicas
quando o Mulá Omar, em período particularmente difícil, em 1998, apareceu em
público envolvo no manto
no Profeta Maomé.
Para o
cidadão afegão comum, o gesto deu ao Mulá Omar inquestionável autoridade religiosa;
para os ativistas Talibã, deu-lhe legitimamente o título de Amir ul-Momineen,
“Comandante dos Fiéis”, o que lhe assegurou status
muito superior ao de qualquer líder nacional ou tribal.
Assim, os
Talibã conseguem se autoapresentam como diferentes das muitas facções de mujahideen
e, todos, com caráter religioso essencialmente afegão, o que tem ecos e
ressonâncias muito mais profundas com um povo que tende a ser conservador, em
termos de religião, e sempre desconfiado contra qualquer interferência externa.
Especialmente
desde a criação da Quetta Shura, os Talibã criaram um rede de
comunicação e propaganda sofisticada e extensa. Inclui um website atualizado
várias vezes ao dia em cinco idiomas; revistas, vídeos, gravações de voz e DVDs
com notícias de batalhas e de sessões de orações e noticiários noturnos de
atualização, além de sessões de meditação religiosa, as Shabnama (“cartas
noturnas”); cantos e poemas tradicionais nacionalistas e vasta rede de
telefones celulares.
Hamid Karzai |
Mediante
esses recursos, os Talibã conseguem construir discursos interpretativos do que
lhes parece que sejam injustiças cometidas pelo governo de Hamid Karzai e as
forças de segurança da ONU (International
Security Assistance Force, ISAF) e dos EUA que dão apoio a Karzai.
Relatos
perturbadores do que se passa na prisão de Guantánamo, detenções arbitrárias,
como na base aérea de Bagram, mortes de civis como resultado dos raids noturnos,
de bombas e drones, desonra e humilhações infligidas à população por
agentes militares estrangeiros, supostamente contra casas de insurgentes; atos
de corrupção e a impotência do governo de Karzai, que não consegue impor-se às
forças estrangeiras ativas dentro do país, tudo isso se dissemina igualmente
entre os ativistas e entre os cidadãos comuns, em todo o país.
Poesia: arma
de guerra no Afeganistão
O atual
conflito afegão é conflito de contrainsurgência, mas, de fato é combatido como
guerra de informação apoiada por ação militar: é batalha pelos corações e
mentes. A ser isso verdade, então nessa batalha os Talibã têm vantagem clara
sobre o inimigo muito mais sofisticado, porque são capazes de firmar-se, para
os próprios discursos, em referências culturais afegãs, e de modo tal que nem
as forças estrangeiras nem o governo de Karzai jamais foram capazes de fazer.
As poesias são cantadas por mulheres nos cemitérios afegãos |
A população
do Afeganistão é predominantemente analfabeta, sobretudo no sul do país, onde
estão as fortalezas dos Talibã. Como tantas sociedades tradicionais ao longo
dos séculos, os afegãos usaram a poesia como meio para transmitir informação de
uma geração à seguinte e outras.
Os Talibã
foram bem-sucedidos nessa operação de servir-se dos meios mais antigos de
comunicação. Hoje, a poesia deles é muito presente e ativa nas rádios locais,
na Internet, em reuniões políticas, passadas pelos celulares e copiadas em CDs,
para ser tocada em rádios e sistemas comunitários de som.
A poesia dos
Talibã recobre muitos temas e narrativas, com tópicos como “Somos os mujahideen
defendendo o Islã contra o invasor cristão”; “somos os filhos do Afeganistão
seguindo as pegadas dos nossos anciãos que combateram sempre contra o invasor
estrangeiro em nossa terra”; “somos o orgulho e a honra afegãos versus a
injustiça e a desumanidade das forças invasoras e de seu governo-fantoche, de
Karzai”.
Com
frequência, a poesia traz ou mensagem de esperança, ou de intimidação, e faz
lembrar ao ouvinte que lhe cabe decidir de que lado está; e que, se estiver com
o lado não muçulmano ou com o lado do governo corrupto, nesse caso sentirá o
peso da mão da justiça, do mesmo modo como os russos e seus apoiadores locais
conheceram também, no passado, a mão da justiça.
As canções
são em geral cantadas ou declamadas, mas também circulam impressas, por
escrito, pelas chamadas Shabnama, ou “cartas noturnas”. Onde os Talibã
usam palavras como “nós” ou “mujahideen”, raramente se referem a
ativistas ou líderes e comandantes dos Talibã, mas aos afegãos em geral; assim,
vão distribuindo e implantando a mensagem segundo a qual lutar pelo Islã e pelo
próprio país é obrigação de todos os afegãos, não só dos “insurgentes”.
Ogai Amail, 40, Gulalai Omerkhel, 55, escrevem poesias em folhas de caderno
|
Além do mais,
a linguagem usada nessas canções também é importante. Os Talibã não usam o
falar secular da insurgência e da contrainsurgência, mas a língua da jihad
e do martírio; e a poesia surge em todos os dialetos afegãos, para assegurar
que encontre ecos emocionais de solidariedade em todas as diferentes etnias.
Uma dessas
canções que circulam pelo país, extraída de uma carta de um prisioneiro da
prisão de Guantánamo escrita para sua mãe, aparece
documentada num relatório do International
Crisis Group:
Estou preso na prisão em Cuba
Não durmo nem à noite nem de dia, minha mãe
É um pedaço de terra no meio do oceano
a ilha de Cuba
Há prisioneiros aqui
Tudo é cercado de grades
Há celas, gaiolas
Muito, muito fortes
Apertadas, do tamanho de um homem
Existem para o horror
Existem para a tragédia
Existem para castigar o país pobre.
Centro de Tortura de Guantánamo dos EUA em território cubano ocupado. |
Outra
canção diz:
Nunca aceitarei vida em que tenha de me curvar
(...)
Nunca apoiarei, por dinheiro algum, o que é
ilegítimo (...)
Nunca baixarei a cabeça na direção de
Washington, como se fosse minha Qiblah
[direção na qual os muçulmanos dirigem suas orações], nem curvarei minha cabeça
ante Bush (...)
Não beijarei a mão de Laura Bush, nem curvarei
a cabeça ante [Condoleezza] Rice (...)
Minha fé e meu orgulho pashtun ensinam o que
fazer (...) Ainda que me esquartejem em mil pedaços, nem assim pedirei
misericórdia aos bandidos (...)
Algumas
canções distribuem mensagem
de esperança e liberdade:
Essa será a nova revolução, quando todos os
maus sofrerão
Cada criminoso será julgado e colherá a vergonha
que merece
Essa enchente lavará a sujeira e a jogará
longe, em todas as direções
Os oprimidos encontrarão a felicidade,
por toda parte haverá liberdade
Os homens romperão as cadeias e todos os
prisioneiros serão libertos
Só assim o país ganhará a independência
nos campos, todos sorrirão.
Essas ideias,
por metafóricas e exageradas que pareçam, têm fundamento histórico profundo nos
sofrimentos que os afegãos conhecem bem. Os Talibã entendem que essa mensagem
ressoa com sentimentos e emoções locais profundos, o que as faz circular
ativamente de boca em boca e gera simpatia e solidariedade. Sentimentos de
insatisfação e ira contra governo corrupto, desconfiança contra exércitos
estrangeiros, ódio contra os drones e os ataques noturnos que aterrorizam
populações civis – obra dos exércitos dos EUA, que não param nunca – e o
ressentimento contra as prisões de Guantánamo e Bagram são sentimentos
amplamente disseminados no Afeganistão, e não necessariamente por causa dos
Talibã. Mas, servindo-se da poesia e de outros meios de comunicação de massa,
os Talibã usam a favor deles, aquelas emoções generalizadas.
Nas escolas são ensinadas poesias com mensagens de esperança e liberdade. |
Não implica
dizer que a propaganda e esses processos de comunicação orientada expliquem, só
eles, a resistência dos Talibã.
Mas um
bem-sucedido processo de “reutilização” de conteúdos religiosos e culturais,
bem combinado com táticas de propaganda adequadamente enquadradas e aplicadas,
que têm ressonância profunda entre ativistas e simpatizantes potenciais,
está-se comprovando muito efetivo; se não para conquistar novos e maiores
apoios, para o movimento, pelo menos, com certeza, para “roubar” apoios e
simpatizantes do governo e de seus apoiadores externos norte-americanos e
europeus. Além do mais, dado que a propaganda dos Talibã opera sempre nos idiomas
locais – sobre os quais a ignorância da comunidade internacional é absoluta, ou
quase – o que se tem é que a maior parte dessa propaganda ou passa sem ser
vista, ou é subavaliada
fora do Afeganistão.
Relatório do International Crisis Group (ICG) cita
um oficial militar norte-americano, que diz:
Infelizmente, tendemos a ver as operações de
informação como complementares às operações
cinéticas. Mas, para os
Talibã, é o oposto: os objetivos da informação é que dirigem as operações
cinéticas (...). Virtualmente todas as operações cinéticas são especificamente
planejadas e executadas para influenciar atitudes e percepções.
[*] Tafhim Kiani completou o curso de mestrado em
política global no Oriente Médio no Birkbeck
College, Universidade de Londres, 2012. Desde 2002, trabalha nos Arquivos
Nacionais do Reino Unido.
Que interessante esta analise, Por mais estranho que pareça talvez nós que pretendemos mudar nosso país tenhamos algo a aprender com os métodos do talibã. (isso não quer dizer que sou a favor de atentados a bomba ou de jogar aviões de passageiros em cidades americanas kkkk).
ResponderExcluirAprender o que com este grupo radical? Fala sério. O nosso amigo aí precisa de um Divã. Hááááá esquerda vc já esteve melhor acompanhada. Sartre, Marx, Trotsky. Agora Talibã. A coisa esta decadente mesmo.
ExcluirSe é verdade o que a deputada falou espanta por ser mulher e não levar em consideração o lugar da mulher no talibã. Quer dizer que como democratas temos que aceitar? E eles aceitam que uma mulher haja diferente do que eles preagam? Ridículo, democracia de mão única? Não de mão dupla? Legal aceito voc~e mas quando que que vc me aceite vc me mata? Realmete.
ResponderExcluirAcho que ela não foi muito clara na explicação, mas vc também não fez o menor esforço para entender a posição POLÍTICA dela. Ela é deputada no Afeganistão falando em liberação CULTURAL. Isso, por lá, é demonstração de muita coragem.
ExcluirÉ ela está no Parlamento né. Karzai não é santo mas né vamos lá, ela está no Parlamento. Onde estaria num governo do Talibã? Né? E a menina paquistanesa que sofreu um atentado do Talibã? Só por querer estudar? Desafiando as ordens medievais do grupo? O que? Ela é agente do imperialismo?
ExcluirOlha é melhor investigar as fontes desta declaração. Acho difícil ela ter dito desta forma, ainda mais sendo mulher e defensora dos seus direitos. Se eles retomarem o poder eles vão negociar com ela os tais direitos? Com certeza seria fuzilada em praça pública. Com certeza ela vai para o exílio. Tem dúvida?
ExcluirQue tipo de libertação? Pára com isso. Realmente é ridículo. Como fuzis e impondo o medo e o terror é fácil. A esquerda já esteve melhor acompanhada. Talibã, Kim Jong e outras paradas não dá. Com todos os defeitos viva ao Ocidente. Aliás seu blog existiria no Talibã? Vi uma reportagem das festas as escondidas da população afegã dentro de suas casas. Festas que se fossem descobertas todos seriam fuzilados. Não ganharam nada. A população é imposta o Wahhabismo a mira de um fuzil.
ResponderExcluirVocê está muito longe de conhecer e compreender a cultura e a formação política/tribal dos povos afegãos pelo simples fato de tentar compará-los com o Ocidente a acreditar na superioridade ocidental ... É isso que o autor tenta passar com o artigo; um pouco de conhecimento. A interferência ocidental, principalmente através da corrupção, balançou parte importante da população afegã, mas não foi suficiente para destruir séculos de cultura tribal. Agora, com os EUA/OTAN confinados em bases militares, e a "política" de drones, será muito difícil que essas bases criem algo além de cabeças de ponte em eventual "contenção" da China/Rússia. Pelo que tenho lido em jornais afegãos editados em inglês não passa uma semana sem que pelo menos um soldado estrangeiro seja morto ou ferido por lá. E os ataques de drones em festas e casamentos tribais continua ininterruptamente... Segundo o Pentágono: DANOS COLATERAIS...
ExcluirCerto é a parte da população que não concorda? Como fica? Resposta difícil né? Como resolver. Simples eles resolvem no fuzil. É disso que estou falando. Como fica a deputada? Vamos para as questões práticas.
ResponderExcluirSó uma pergunta. Se Mandela fosse valorizar a cultura tribal da África do Sul o que aconteceria? É ele optou pela Democracia Ocidental né? Se fosse peo outro lado já sabemos a história: Ruanda, Congo...
ResponderExcluirMandela não teve escolha... Conseguiu o que podia. Ruanda e Congo tiveram explorações EUROPEIAS... Sei o resultado.
ExcluirNão teve escolha não, escolheu o certo, pois se vai por outro caminho a carnificina seria certa. Ainda bem, nos poupou de um possível genocídio.
ExcluirOlha a próxima pérola é o referido autor encontrar poesia no Estado Islâmico. O seu blog promete.
ResponderExcluirAliás me espanta esta sua defesa da cultura tribal sendo Marxista. Nos áureos tempos da URSS justamente se queria que estas identidades étnicas fossem superadas. Pergunta: Porque a Rússia impediu a Chechênia de ficar independente? E outras repúblicas?
ResponderExcluirNão sou marxista. A Chechânia foi submetida a um REFERENDUM. Preferiu ficar com a Rússia. 83% votaram a favor.
ExcluirAliás dê uma olhada na biografia da deputada. Acho difícil ela ter falado isso aí:
ResponderExcluirhttps://en.wikipedia.org/wiki/Shukria_Barakzai
E os que ela diz que devem ser respeitados tentaram algo. Veja:
http://www.independent.co.uk/news/world/asia/female-afghan-politician-shukria-barakzai-survives-suicide-bomb-attack-on-her-car-9864220.html
Não tenho motivos para duvidar do autor do artigo. É um ESTUDIOSO (embora inlês de nascimento) do país de origem de seus antepassados.
ExcluirMais uma pergunta perturbadora. Qual a sua opinião sobre a época da imposição de um governo pró soviético ao Afeganistão? Fantoche por fantoche...
ResponderExcluirFoi odioso, como muitas das ditaduras implantadas tanto pela URSS como pelos EUA (monarquias do Golfo Pérsico). Caso vc não saiba os Talibã são criação dos EUA visando resistir a imposição da geopolítica da época. Os Talibã são o embrião da al-Qaeda e de vários outros grupos fundamentalistas como o EI/ISIS/ISIL/Daesh. Sua pergunta NÃO é perturbadora. Ela é até bastante comum nas palestras sobre geopolítica que realizo no Brasil e no exterior.
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