Semana que vem, o mundo talvez já seja TOTALMENTE OUTRO!
18/5/2014, [*] Jeffrey Berwick, The
Daily Bell
Tradução mberublue
A queda do poder de compra (inflação) do US$ (dólar americano) ao longo do tempo |
Por todo o mundo estão acontecendo
reuniões de países, com uma meta comum que tem muito a ver com você, seja você
ou não cidadão dos EUA: abandonar o dólar americano. Desde o início da crise da
Ucrânia, o fim do dólar americano está cada vez mais perto. Movimento após
movimento, Rússia e China estreitaram relações e tornaram-se aliadas mais
próximas. Exemplos abundam. Para encurtar, aí vão dois exemplos recentes que
chamam a atenção.
A Gazprom (maior empresa russa, décima
maior do mundo e a maior exportadora mundial de gás natural – controlada pelo
Estado, embora tenha ações no mercado [NT]) acaba de lançar títulos na moeda chinesa, o Yuan.
Rússia e China assinaram um acordo para a venda de gás. 40 bancos centrais
começam a apostar que no futuro, a moeda de reserva será o Yuan.
Yuan chinês deverá ser a próxima moeda de reserva |
Até o início de 2014, as histórias
sobre o colapso do dólar soavam ainda como maluquices conspiratórias, e pouco
efeito tinham sobre a geopolítica. Este ano, tudo mudou. Parece que as
nações-estados pelo mundo afora estão se movendo na direção de um mundo
pós-dólar americano. Já não é uma questão de “se”, mas de “quando”. E se você
não é capaz de entender o passo-a-passo do que virá, há alto risco de acabar
chocado e... assombrado.
Já não cabe dúvida de que, tão logo a
Rússia, juntamente com seus numerosos aliados, faça o movimento fatal, será
seguida por muitas outras nações (várias delas já estão, mesmo, tentando). Por
quê?
Porque os EUA são a força mais
destrutiva do planeta; e seu calcanhar de Aquiles é o “privilégio exorbitante”,
que a maioria conhece como “dólar americano”; e que o Federal Reserve Note [1] chama de só contaram p’rá mim”.
O significado será hiperinflação, caos
social, guerra civil, dentre outras desarticulações. Parece-lhes que exagero?
Pois, não, não há exagero algum. Para que se tenha ideia de o quanto tudo isso
pode ser ruim, péssimo, pense no que já se vê acontecendo em qualquer república
socialista “de bananas”; em seguida imagine que piore muito, muito! Por que
pioraria “muito-muito”? Porque essas repúblicas “de bananas” não emitem a moeda
usada como moeda planetária de reserva.
Os Estados Unidos nada produzem, a não
ser o dólar americano – coisa facílima, aliás, de produzir, como se comprovou
no Canadá, com o suor de um único canadense. Operação muito, muito simples: o
tal canadense emitiu milhões de dólares americanos e os colocou em circulação.
Mais: o Canadá preferiu não extraditá-lo; o sujeito vive lá, como homem livre.
Agora, grandes nações-estados
pretendem sair juntas do sistema do dólar americano. Um mundo “desdolarizado” –
como a Rússia já diz com frequência – pode vir a afetar a vida de milhões de
norte americanos.
A Ascensão da Rússia & China
De acordo com A Voz da Rússia,
o Ministro russo das Finanças pretende um aumento significativo do papel do
rublo russo nas operações de exportação, reduzindo dessa forma as transações
fechadas em dólar, no comércio exterior da Rússia. Acredita-se na Rússia que o
setor bancário do país está “pronto para lidar com um maior número de transações
assinadas em rublo”.
A agência Prime News relata que
em abril de 2014 o governo realizou uma reunião que foi integralmente dedicada
a encontrar soluções para tirar o dólar das operações russas de exportação.
Especialistas de ponta de bancos, governo e setor energético elaboraram nestas
reuniões uma série de propostas, perfeitamente efetivas, para responder às tais
sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra a Rússia.
Igor Shuvalov |
A reunião de “desdolarização” foi
presidida pelo Vice-Primeiro-Ministro da Federação Russa, Igor Shuvalov: é
sinal de que o movimento russo para descartar o dólar é, sim senhor, coisa
séria. Depois houve outra reunião, quando se discutiram procedimentos para
elevar o número de operações recebíveis em rublo, dessa vez presidida pelo Vice-Ministro
das Finanças, Alexey Moiseev. Segundo Moiseev, nenhum dos especialistas e
representantes de bancos viu qualquer problema nos planos governamentais para
incrementar o comércio com pagamento em rublos. Afinal... o dólar já vem em
queda livre desde a invocação do Federal Reserve e a lei relativa ao imposto
sobre a renda, em 1913.
Agora, parece que até o pouco que
ainda sobra já está por um fio.
A Rússia não está só.
Se não tivesse apoio, a Rússia não
estaria tão audaciosa. Outras nações pelo mundo também têm interesse em aderir
a um movimento de desdolarização. China e Irã, por exemplo, têm manifestado
crescente interesse em levar avante esse plano. Líderes de outros países também
já se manifestaram nesse sentido; em todos os casos, bateram de cara contra as
conhecidas sanções-“mísseis” dos EUA.
Hoje, a especulação que corre o
planeta fala da próxima visita de Putin à China, amanhã, dia 20/5: serão
assinados contratos gigantes de petróleo e gás... e talvez sejam assinados com
pagamentos previstos em Rublos e Yuans, não mais em dólares americanos. Implica
dizer que dentro de uma semana, talvez já estejamos vivendo em mundo muito,
muito, muito diferente do que temos hoje [mesmo que o “jornalismo”, os
“jornais” e os “jornalistas” OCIDENTAIS absolutamente naaaaaaaaada noticiem
dessas notícias radicalmente importantes (NTs)].
Com russófobos controlando a políticaexterna dos Estados Unidos, o ocidente está sem qualquer controle, andando a
passos largos em direção ao buraco. Consequência disso é que os EUA
prosseguirão, hostilizando cada vez mais a Rússia e outras nações. Com mais
hostilidade, mais se fortalecerá a tendência de Rússia, China e inúmeros outros
países, pelo mundo, a se separarem do dólar.
O mundo já trabalha hoje para criar
uma nova infraestrutura econômica e financeira a qual, simplesmente, ignorará
os Estados Unidos.
Cesta de moedas poderá substituir o US$ (dólar americano) nas transações internacionais |
E, em reação e resposta, o que fazem
os EUA? Bombardeiam mais civis. Matam mais gente. Provocam mais guerras.
Verdade é que já não tenho muita
certeza de que os EUA consigam manter esse “padrão” hoje, com o mesmo “sucesso”
com que o mantiveram há, apenas, uma década.
Bem ou mal, a humanidade começa a
despertar para esse estado de coisas. Já aconteceu até de a opinião pública no
mundo conseguir impedir que os EUA fizessem mais uma guerra – e a Síria foi
salva. A oposição popular certamente impedirá que os EUA façam mais guerras.
Há evidência que todos já veem com
clareza e que comprometem hoje terrivelmente as posições que os EUA têm
adotado: Rússia e a China jogam xadrez e pensam no bem do mundo. Obama joga
damas, bolinha de gude, sabe-se lá o que joga; e não pensa no bem do mundo.
A China já queria nova moeda de
reserva, desde 2013
Japão e Índia já têm um acordo para
moeda de reserva própria, desde 2011.
No Golfo Pérsico os árabes, junto com
China, Japão, Rússia e França, já planejam pôr fim aos negócios de petróleo
feitos pelo dólar americano; e trabalham para pôr no lugar desse dólar uma cesta
de moedas que pode incluir o Iene japonês, o Yuan chinês, ouro, Euros e uma
nova moeda unificada especialmente pensada para uso das nações do Conselho de
Cooperação do Golfo (o que incluiria nessa negociação/nova cesta de moedas,
também Arábia Saudita, Abu Dhabi, Kuwait e Qatar).
O fim do sistema monetário como o
conhecemos
Estamos na iminência de uma mudança
massiva nos parâmetros do sistema monetário mundial... todos os especialistas
sabem disso (é absolutamente claro que sabem!), mas o “noticiário” prossegue
como se nada estivesse já acontecendo. Empresários norte-americanos ou gastam
ou mentem que gastam como se os EUA estivéssemos em plena recuperação
econômica. Cidadãos dos Estados Unidos continuam gastando dinheiro ou mentindo
que gastam e em todos os casos continuam poupando pouco, talvez com a mesma
expectativa que os empresários. Os investidores continuam a investir ou a
mentir que continuam a investir como se tudo estivesse às mil maravilhas.
Os EUA devem tanto, mas tanto que já não há mais meios de salvar o US $ (dólar americano) |
Parece que todos esses atores têm
dificuldade para contextualizar e apreender a verdade sobre a economia dos EUA.
E essa verdade é a seguinte: os EUA devem tanto, tanto, tanto, que a mente
humana não tem meios para compreender a sua real extensão desse endividamento.
E a imprensa-empresa comercial, que existe para desinformar, desinforma o mais
que pode e completa o serviço de ensinar a des-compreender (seja o que for).
O capital exposto ao risco de ser
queimado, virar fumaça, é da ordem de trilhões de dólares. O mundo ocidental
corre o risco de entrar numa era sombria, que o futuro conhecerá, durante
séculos, como o “Grande Colapso”. Bem contados, não chega a 1% dos cidadãos o
número dos norte-americanos e norte-americanas que se pode acreditar que saibam
disso e compreendam com clareza o movimento.
Essa minoria, sim, entende o que está
acontecendo; mas tem ativos em bens tangíveis e internacionalizados [metais
preciosos fora do sistema financeiro] e terão boa chance de sobreviver bem às
mudanças que certamente virão.
Nunca foi mais importante, necessário,
prioritário, vitalmente decisivo, desligar a televisão e não tomar conhecimento
do que a imprensa-empresa comercial “informe” ou “noticie”. Cada um terá de
fazer as próprias contas e assumir o controle da própria situação financeira.
ATENÇÃO: Desligue a TV. Não leia jornais. Demita todos os
jornalistas que você ajuda a sustentar cada vez que paga para ler material
produzido pela imprensa-empresa comercial, seja pelo rádio, seja impressa, seja
pela internet ou pela televisão. E NÃO ESQUEÇA: AQUI VOCÊ TERÁ COBERTURA
DESJORNALÍSTICA, EM TEMPO REAL!
[*] Jeffrey Berwick define-se como
anarcocapitalista libertarista. Lutador [de luta-livre] contra o que considera
dois dos maiores inimigos da humanidade: o Estado e os Bancos Centrais. Atualmente
é Editorialista do The Dayly Bell, Fundador
do site The Dollar Vigilante, CEO da TDV Mídia e Serviços.
Nota dos tradutores
[1] Em
explicação muito resumida: o dinheiro (divisa) americano não é emitido pelo
governo americano, mas pelo Federal
Reserve Note (que o empresta ao governo dos EUA) e que na realidade é um
banco PRIVADO, propriedade de um poderosíssimo grupo de banqueiros internacionais
que o manejam conforme seus interesses. Para entender melhor acesse: “Já é matematicamente impossível
liquidar a dívida nacional dos EUA”
A Terra agradece feliz - Viva!
ResponderExcluirQue haverá mudanças, parece óbvio. Mas resta saber se os sionistas continuarão a manipular o sistema bancário internacional. Se isto não mudar e esta corja for defenestrada, trocar-se-á seis por meia dúzia.
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