25/5/2014, [*] Paul Craig Roberts − Institute for Political Economy
Traduzido por mberublue
Memorial Day |
Memorial Day é o dia no qual os EUA comemoramos nossos mortos na guerra.
Como o 4 de Julho, o Memorial Day está transformando-se em glorificação da
guerra.
As pessoas
que perderam familiares ou amigos queridos para a guerra não conseguem suportar
a ideia de que morreram em vão. Então a guerra torna gloriosos os atos daqueles
nossos nobres soldados, que sacrificaram a vida lutando pela verdade, pela
justiça e pelo modo americano de ser. Inflamados, patrióticos discursos nos
reafirmam o quanto devemos àqueles que deram a vida para que os EUA permaneçam
livres!
Apesar da
boa intenção das falas, esse tipo de discurso apenas cria uma realidade falsa
que apoia mais e mais guerras. Digam o que disserem os discursos, nenhuma das
guerras travadas pelos EUA teve nada a ver com nos manter livres. Ao contrário,
essas guerras estão acabando com nossas liberdades civis, nos tornando
escravos.
Jornalistas
e editores do norte do país foram detidos e encarcerados por Ordem Executiva
emitida pelo então presidente Lincoln. Além disso, fechou 300 jornais do norte
e ordenou a prisão de 14.000 prisioneiros políticos. Clement Vallandigham,
representante dos EUA por Ohio e crítico da guerra, foi preso e exilado para a
Confederação. A Iª Guerra Mundial foi o pretexto usado pelo presidente Woodrow
Wilson para cercear a liberdade de expressão. Já a IIª Guerra Mundial serviu
para que o presidente Franklin Delano Roosevelt prendesse em campos de
concentração 120.000 descendentes de japoneses, sob o argumento de que a raça
os tornava automaticamente suspeitos. O maior perigo já enfrentado pela
liberdade americana, segundo conclusão do professor Samuel Walker, o presidente
George W. Bush, ao usar a “guerra ao terror” para tomar de assalto todas as
liberdades civis dos EUA.
Os direitos
dos Estados foram destruídos por Lincoln para todo o sempre, mas a suspensão do habeas corpus e da liberdade de expressão, usados da
mesma forma nas três maiores guerras enfrentadas pelos EUA, só durou até o fim
dos conflitos. Acontece que a revogação pura e simples da Constituição, pela
qual é responsável George W. Bush não apenas foi ampliada pelo presidente Barack
Obama: foi codificada e transformada em lei pelo Congresso dos EUA e por Ordens
Executivas. Os nossos bravos soldados que morreram na “guerra ao terror”, longe
de defender nossas liberdades, morreram para que o presidente dos EUA possa
prender por tempo indefinido os cidadãos americanos, sem processo legal, ou
assassiná-los por meras suspeitas, sem que haja lei que o obrigue a responder
pelas prisões e pelos assassinatos.
Alexander Solzhenitsyn |
Conclusão
inevitável: as guerras que os EUA guerreiam não protegem nossas liberdades. É o
contrário: elas as destroem. Como disse Alexander Solzhenitsyn, “o estado de
guerra serve apenas como desculpa para a tirania doméstica”.
A secessão
do Sul ameaçou o império de Washington? Certamente sim, mas não ameaçou o povo
americano. Os alemães da antiga Primeira Guerra Mundial ou os alemães e
japoneses da antiga Segunda Guerra Mundial também não representaram qualquer
risco para os EUA. Qualquer historiador pode afirmar claramente que a Alemanha
não começou a Primeira Guerra Mundial nem a lutou com ambições de expansão
territorial. A ambição japonesa na guerra era a Ásia. Hitler absolutamente não
queria travar a guerra contra a França ou a Inglaterra. A ambição territorial
de Hitler era principalmente restaurar por saque as províncias tomadas da
Alemanha, violando as garantias dadas pelo presidente Wilson. Todas as demais
ambições de Hitler só tinha a ver com o oriente. Nenhum dos dois países tinha
qualquer intenção, por mais remota, de atacar os EUA. O ataque dos japoneses a
Pearl Harbour deu-se mais para remover um obstáculo aos seus planos para a
Ásia, que como preparação para uma invasão dos EUA.
Os países
devastados por Bush e Obama no século XXI – Iraque Afeganistão, Líbia, Somália,
Síria, Paquistão e Iêmen – certamente não representavam qualquer tipo de ameaça
para os EUA. Na verdade, essas guerras foram usadas como pretexto para que se
instalasse nos EUA um “Estado Stasi”
que hoje está em plena existência nos EUA, implantado por um executivo tirano.
Smedley Butler |
É duro
encarar a verdade, mas os fatos são muito claros. O motivo que levou os EUA a
guerrear todas essas guerras foi aumentar o poder de Washington, o lucro dos
banqueiros e dos fabricantes de armamentos e a fortuna das suas companhias
corporativistas. Smedley Butler, General da Marinha disse:
(...) eu servi em todos os postos, de 2º tenente a
general. Durante todo esse tempo, operei como leão de chácara musculoso para as
grandes negociatas, para Wall Street e para os banqueiros. Em resumo: nunca
passei de delinquente a serviço do capitalismo.
Não dá para
comemorar os mortos na guerra sem glorificá-los. Não dá para glorificá-los sem
glorificar as guerras que travaram.
Em todo o
século XXI, os EUA têm estado empenhados em alguma guerra. Mas não se trata da
guerra convencional, contra outros exércitos ou contra as “ameaças à nossa
liberdade”: são guerras contra civis, contra mulheres e crianças, contra
anciãos de aldeias e contra nossa própria liberdade. As elites, que têm enorme
interesse nessas guerras, querem nos convencer de que as guerras devem
continuar por pelo menos mais 20 ou 30 anos, antes de que seja possível
derrotar a “ameaça terrorista”. É evidente imbecilidade, falta de senso.
As ameaças
terroristas só começaram depois que Washington começou a criar terroristas (grifo nosso [NT]) mediante ataques
militares insanos contra populações de muçulmanos, baseados em mentiras.
Washington
teve tanto sucesso em suas guerras de mentiras, ao ponto de a audácia, a húbris
arrogante de Washington, fazê-la fazer mais e pior do que desejava.
Com a
derrubada do governo democraticamente eleito na Ucrânia, os EUA puseram-se em
posição de confronto com a Rússia. Essa confrontação pode acabar mal para
todos. Talvez para Washington e talvez para o mundo inteiro. Por que Washington
supõe que a Rússia se renderá a Washington, se Gaddafi, se Assad, nunca se
renderam? Só porque deram uns tapas em moleque no jardim de infância, os EUA
pensam agora que podem encarar zagueiro adestrado em time de várzea.
Bushobama |
Os regimes
de Bush e Obama destruíram a reputação dos EUA com suas incessantes mentiras e
a violência recorrente contra outros povos. O mundo vê Washington como a mais
grave ameaça a pesar contra todos.
A maioria
das pessoas ao redor do mundo considera
EUA e Israel como as maiores ameaças à paz mundial, como mostram consistentes
pesquisas já realizadas.
Os países
declarados pelos EUA “estados párias” e do “eixo do mal”, como Irã e Coréia do
Norte, estão muito distantes e bem abaixo na lista de países que ameaçam os
povos do mundo. O mundo claramente já não acredita na autopropaganda de
Washington. Verdadeiros estados párias, como o mundo os vê, são Israel e EUA.
São eles os
dois únicos países do mundo ainda dominados hoje por uma ideologia. Nos EUA, é
a ideologia neoconservadora, que levou os EUA ao ridículo de se declarar “país
excepcional, indispensável” supostamente escolhido pela história para exercer
sua hegemonia sobre todos os outros. Essa ideologia é sustentada pelas
doutrinas de Brzezinski e Wolfowitz, que se tornaram a base da política externa
dos EUA.
E o governo
de Israel é dominado pela ideologia sionista. O sionismo prega a “grande
Israel”, que parte do Nilo e vai até o Eufrates. Muitos israelenses não aceitam
essa ideologia, mas é a ideologia dos “colonos” e dos homens que controlam o
governo de Israel.
A ideologia
é uma das causas importantes de guerras. A mesma ideologia de superioridade
manifestada na ideia neoconservadora de supremacia dos EUA e dos
norte-americanos era pregada pela ideologia nazista de Hitler. A ideologia
comunista diz que a classe trabalhadora é superior à classe capitalista. A
ideologia sionista advoga a superioridade israelense, face aos palestinos.
Sionistas nunca ouviram falar de “direito de invadir”, mas dizem que os
imigrantes judeus, invasores recentes da Palestina, teriam mais direito à
terra, que os que a ocupam por milênios.
O presidente
Putin respondeu que “Deus nos criou todos iguais” quando Obama declarou em
discurso que os norte americanos são “excepcionais”, superiores a todos os
outros. Ora, é evidente que todos os “outros” não gostam nem se sentem bem com
esse tipo de declaração ou doutrina.
Enquanto isso,
o governo israelense coleciona inimigos por todos os lados, com prejuízo de sua
própria população. Conseguiu de forma muito competente isolar totalmente o
país. A existência de Israel depende servilmente da capacidade e vontade de
Washington, de protegê-la. Assim, o poder de Israel deriva diretamente do poder
dos EUA.
O poder de
Washington tem história bem diferente. Como era a única economia em boa
situação depois do fim da IIª Guerra Mundial, o dinheiro dos EUA, o dólar,
tornou-se moeda mundial. Esse poder do dólar deu aos EUA a hegemonia financeira
global, a origem principal de seu poder. Se outros países obtêm poder, põem em
perigo essa “hegemonia”, de Washington.
Agora, os
EUA invocam as doutrinas de Brzezinski e Wolfowitz, para justificar que só os EUA
possam usar todos os meios para impedir que outros países adquiram poder.
Sintetizando: a doutrina de Brzezinski advoga que, para continuar a ser a única
potência mundial, hegemônica,
Washington terá de dominar a Eurásia. Zbig concede que seja feito de modo
pacífico, mediante suborno aos governantes russos, subordinando a Rússia ao
Império Americano. “Uma Rússia vagamente confederada ... descentralizada, seria
menos suscetível à movimentação imperial”. Falando cruamente: trata-se de
despedaçar a Rússia em pequenos pedaços de estados semiautônomos,
administráveis por políticos abjetamente nomeados e atrelados ao dinheiro de
Washington.
Brzezinski
já propôs uma “Geoestratégia para a Eurásia”. Nela, a China e a tal ”Rússia
Confederada” fazem parte de uma “estrutura transcontinental de segurança”,
administrada, claro, por Washington, que permita perpetuar o papel dos EUA como
a única superpotência mundial.
Zbigniew Brzezinski |
Certa vez
perguntei a Brzezinski (que é meu amigo) contra quem nos organizávamos, dado
que todos já estão aliados a nós e aos nossos esforços. A pergunta o
surpreendeu. Porque acho que Brzezinski ainda está preso aos protocolos de uma
estratégia da Guerra Fria, mesmo depois de já não haver União Soviética. Na
Guerra Fria, era importante ter sempre a melhor mão, ou você seria eliminado,
como jogador. A importância de prevalecer em qualquer situação tornou-se tão
intensa, que permaneceu, mesmo após a queda da União Soviética. Até hoje, a
única política que Washington conhece ainda é prevalecer, prevalecer, prevalecer,
sobre todos os outros.
A derrubada
do governo democraticamente eleito na Ucrânia e que acabou por pôr os EUA numa
crise que levará fatalmente a conflito direto com a Rússia, teve origem nessa
mentalidade de que os EUA devem prevalecer, prevalecer, prevalecer em qualquer
cenário. É a convicção dos neoconservadores, para armar suas guerras no século
XXI.
Por quase
uma dúzia de anos, lecionei na Cátedra E. Simon William de Economia Política,
Centro de Estudos Internacionais de Estratégia. Conheço bem os institutos de
estratégia que vendem serviços a Washington. A idéia é a seguinte: Washington
tem de prevalecer sobre a Rússia, na Ucrânia e por toda a parte e onde for, ou
perderá prestígio e consequentemente o status de superpotência.
A ideia de
que se tem de prevalecer sempre, leva à guerra, cada vez que um poder pensa
prevalecer.
Paul Wolfowitz |
A doutrina
Wolfowitz reforça ainda mais o caminho para a guerra. Paul Wolfowitz,
intelectual neoconservador que formulou a doutrina militar e de política
externa dos EUA, entre outras passagens semelhantes, escreveu:
Nosso objetivo número um deve ser a prevenção contra o
ressurgimento de um novo rival, seja no território da antiga União Soviética,
seja em outros territórios (China), que representem ameaças tão fortes quanto a
antiga União Soviética. Essa consideração deve ser dominante para a nova
estratégia de defesa regional e requer nosso esforço no sentido de evitar que
qualquer potência hostil domine determinada região e tenha sob controle
consolidado o acesso a recursos que possam representar a geração de um poder
global.
Para a
Doutrina de Wolfowitz, todo e qualquer país forte é definido como “uma ameaça e
um poder hostil”, e não importa que o outro país deseje conviver em paz e para
benefício mútuo.
Entre Brzezinski
e os neoconservadores, a diferença é que Brzezinski quer subornar a China e a
Rússia, incluindo-os no império como importantes elementos que podem até ser
eventualmente ouvidos, mesmo que por meras razões diplomáticas; e os
neoconservadores preferem confiar na subversão manipulada pelas ONGs
financiadas e orquestradas pelos EUA e até mesmo em terroristas, além da força
militar pura, é claro.
Nem Israel
nem EUA estão embaraçados ou envergonhados com a reputação de países que são
vistos como as maiores ameaças à paz mundial. Estão orgulhosos de serem
reconhecidos como grandes ameaças! Não há esforço diplomático em suas políticas
de relações externas. A violência pura é a base sobre a qual se assenta a
política externa de Israel e dos EUA. A conversa de Washington com outros
países é a seguinte:
Obedeçam ou serão bombardeados até
acordarem de volta na Idade da Pedra...
Enquanto isso, na Palestina... |
Israel
declara terroristas todos os palestinos, até mesmo mulheres e crianças, e age
de acordo, matando-os a tiros pelas ruas. Depois, diz que Israel só estava se
protegendo contra o terrorismo. Embora Israel não reconheça a existência da
Palestina como país, encobre seus próprios crimes dizendo que os Palestinos não
aceitam a existência de Israel.
“Não
precisamos de nenhuma diplomacia fedorenta. Nós temos poder”.
Essa é
exatamente a atitude que garante a guerra, e é para esse caminho que os EUA
estão levando o mundo. O Primeiro Ministro da Grã Bretanha, a Chanceler da
Alemanha e o Presidente da França são meros instrumentos de Washington. Dão
cobertura. Em vez de ser acusada de crimes de guerra, Washington maquina
“coalizões de vontades”, que produzem invasões militares que levam “a
democracia e os direitos das mulheres” para os países desobedientes.
A China terá
tratamento muito pior. É país com quatro vezes a população dos EUA, mas sua
população carcerária é menor. Mesmo assim é criticada constantemente por
Washington por ser supostamente “Estado autoritário”. A China é acusada de
abusar dos direitos humanos, enquanto a polícia dos EUA brutaliza a própria
população diariamente.
Para a
humanidade como um todo, o único problema é que China e Rússia não são Líbia e
Iraque. Os dois países possuem armas nucleares estratégicas. São maiores que os
EUA, muito maiores. Os EUA, que não conseguiram invadir com sucesso nem o
Afeganistão, nem Bagdá, não têm a menor chance de vencer guerra convencional
contra a Rússia e a China. Washington apertará o botão nuclear. E o que
poderíamos esperar de um governo sem moral?
Estados
párias por estados párias, o mundo nunca viu dois mais párias que EUA e Israel.
Esses estados matarão qualquer um e todos. Pensem nos perigos criados com a
crise provocada pelos EUA na Ucrânia. Em 23 de maio de 2014, o presidente russo,
Putin, falou no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, reunião de
três dias entre delegações de 62 países e CEOs de 146 grandes corporações do
ocidente.
Vladimir Putin no Fórum de S. Petersburgo |
Putin não
falou da formalização dos acordos comerciais, que estavam em curso, no valor de
milhões de dólares. Em vez disso, discorreu sobre a crise artificialmente
criada por Washington contra a Rússia, criticando também a vassalagem da
Europa, rendida aos EUA, dando apoio à propaganda de Washington contra a
Rússia; falou também da interferência dos EUA em interesses vitais para a
Rússia.
Diplomático
em sua linguagem, Putin não deixou de passar a sua mensagem, de que se a
Rússia, seus interesses vitais e suas preocupações continuarem sendo ignorados,
se os EUA e União Europeia continuarem a agir como se a Rússia não existisse,
os problemas serão reenviados de volta à fonte, até atingir os interesses
econômicos dos EUA e da Europa. Mensagem enviada, mensagem recebida.
A mensagem,
devidamente anotada pelos chefes das grandes corporações ali presentes, será
entregue em Washington e nas capitais europeias. Putin deixou bem claro que a
falta de diálogo com a Rússia poderia fazer o ocidente cometer o erro de filiar
a Ucrânia à OTAN e instalar mísseis na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia.
Putin sabe muito bem que não pode contar com a boa vontade do ocidente e deixou
bem claro, mesmo sem ameaças, que a instalação de bases militares ocidentais na
Ucrânia é inaceitável.
É certo que
Washington continuará ignorando a Rússia. As capitais europeias, no entanto,
devem decidir se querem ser empurradas a um conflito com a Rússia, mesmo contra
seus próprios interesses. Putin precisa descobrir se há inteligência e
independência suficientes na Europa para tentar uma reaproximação com a Rússia,
e está testando os políticos europeus.
Caso os EUA
em seu autoritarismo cego e húbris arrogante obrigarem Putin a descartar o
ocidente, a aliança estratégica entre Rússia e China, que ainda está nos
primórdios, se fortalecerá, para a contenção dos atos políticos hostis de
Washington, cercando os dois países de bases militares, e eles se prepararão
para uma guerra inevitável.
Se houver
sobreviventes nessa guerra, eles que agradeçam aos neoconservadores, à doutrina
Wolfowitz e à estratégia de Brzezinski, depois que a vida na Terra estiver
destruída.
Sobreviventes da próxima guerra mundial |
A população
dos EUA está cheia de gente que, apesar de desinformada, pensa que sabe tudo.
Esse pessoal foi dirigido pela propaganda dos EUA e de Israel a encarar o Islã
como se fosse ideologia política. Eles sinceramente creem que o Islã, que é uma
religião, não seria religião, mas doutrina militarista que visa a derrubar a
civilização ocidental (como se ainda restasse algo de “civilização” no ocidente
que merecesse ser preservado!).
Muita gente
acredita nessa propaganda, mesmo que se lhes esfreguem na cara as inúmeras
provas de que sunitas e xiitas se odeiam entre si muito mais que aos invasores
e ocupantes ocidentais de suas terras. Os EUA fatiaram o Iraque, mas mesmo
assim a carnificina hoje é ainda maior que durante o tempo de invasão e
ocupação pelas forças da coalizão. São extraordinariamente altos os números de
mortes diárias no conflito entre sunitas e xiitas. A desunião que reina na
religião não ameaça ninguém, mais do que ameaça os próprios muçulmanos.
Washington usou essa desunião como alavanca para derrubar Gaddafi e a está
usando nos seus esforços para derrubar o governo da Síria. Os muçulmanos não
têm sequer a capacidade de unir-se para se defender das contínuas agressões do
ocidente. Não há esperança de uma união entre os muçulmanos para lutar contra o
ocidente.
Mesmo que
pudesse fazê-lo, o esforço do Islã para derrubar o ocidente seria inútil. O
ocidente está derrubando a si mesmo. A Constituição dos EUA foi morta a
pauladas pelos regimes de Bush e Obama. Nada restou. Como sempre se soube que
os EUA são a Constituição, então o que se conhecia como “EUA” não existe mais.
Não se sabe o que é a entidade que lhe tomou o lugar.
Já a Europa,
essa, morreu com o nascimento da União Europeia, cujo simples surgimento traz
em seu bojo o fim da soberania de todos os países membros. Um grupo de
burocratas irresponsáveis em Bruxelas coloca-se acima dos desejos do povo
francês, alemão, britânico, italiano, holandês, espanhol, grego e português,
para mencionar apenas esses.
E a húbris dos EUA comanda a Europa... |
A
civilização ocidental hoje já não passa de um esqueleto. Não há vida nela,
embora esteja ainda em pé. O seu princípio vital – a liberdade – não mais
existe. Quando o povo do ocidente olha para seus governantes o que vê são
inimigos. Por qual outro motivo Washington tem armado e militarizado forças
locais, dando-lhes equipamentos militares como se fossem exércitos de ocupação?
Por qual outro motivo a Segurança Interna, o Departamento de Agricultura e até
o Serviço de Correios e a Administração da Segurança Social encomendaram armas,
bilhões de cartuchos de munição e até metralhadoras? Para que serve todo esse
armamento, a não ser para reprimir o povo dos EUA?
Gerald Celente |
Como bem
explica o proeminente analista de tendências Gerald Celente no Trends Journal “há revoltas nos quatro cantos do Globo”.
Na Europa inteira, povos zangados, desesperados e indignados marcham contra as
políticas financeiras da União Europeia que está jogando o povo na sarjeta.
Apesar de todos os esforços de Washington, através de suas quintas-colunas bem
pagas – também conhecidas como ONGs – para desestabilizar a Rússia e a China,
os governos desses dois países têm muito mais apoio popular hoje, que a Europa
ou os EUA.
Ao descobrir
no século XX o que é a tirania, Rússia e China a rejeitaram.
A tirania
entrou nos EUA pela porta falsa do “combate ao terror”, farsa usada para
amedrontar os idiotas e convencê-los a abandonar as liberdades civis, liberando
Washington de prestar contas à lei por seus atos, e permitindo que erguesse um
estado militarista. Com o intento de trazer a Europa para dentro do Império de
Washington, os EUA têm usado, desde a IIª Guerra Mundial, a sua hegemonia
financeira e a “ameaça soviética”... agora transmutada em “ameaça russa”.
A esperança
de Putin é que os interesses dos países europeus prevaleçam sobre a
subserviência dos governantes, a Washington. Essa é a aposta de Putin, hoje.
Também é a razão pela qual a Rússia continua a não aceitar as provocações quase
diárias das ações de Washington na Ucrânia. Se a Europa falhar com a Rússia,
Putin e a China vão-se preparar para uma guerra inevitável, causada pela busca
desenfreada de Washington pela hegemonia mundial, que já perdeu.
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[*] Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano,
colunista do Creators Syndicate. Serviu como secretário-assistente
do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics. Ex-editor e colunista do Wall Street Journal, Business
Week e Scripps Howard News Service. Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em
questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem
frequentemente publicado em Counterpunch e no Information
Clearing House, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações
Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele
diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da
Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido
processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos,
opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as
políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do
Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da
Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.
E não é por coincidência que todos ou quase todos sejam judeus. O sionismo é a verdadeira praga do mundo moderno e está por trás das arruaças orquestradas para desestabilizar o governo Brasileiro. No dia em que o mundo rejeitar estas pessoas e sua ideologia se tornará bem melhor para viver.
ResponderExcluirOs verdadeiros judeus nada tem a ver com isso... Os sionistas são algozes dos judeus. Comandavam internamente os campos de concentração na IIa. GG. Os verdadeiros judeus, Ilan Pappe e Uri Avnery entre eles, denunciam o sionismo há muito tempo.
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