22/5/2014, [*] Norman Pollack, Information Clearing House
Traduzido por mberublue
Edward Snowden - O Alertador (por Zapiro) |
É como se o que Edward Snowden revelou nunca tivesse sido
revelado, ou como se os EUA não tivessem cometido aqueles crimes de espionagem.
Pois A.G (Eric) Holder, Advogado-Geral dos EUA, do alto da pompa e majestade do
cargo, declarou que a China estaria empenhada em espionagem econômica criminosa
contra os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o Departamento de Justiça distribuiu
cartazes de “Procurados”, fotos e nomes de cinco oficiais do exército chinês: o
Departamento de Justiça quer julgá-los na Pensilvânia por ciberataques contra
corporações dos EUA e o Sindicato dos Metalúrgicos.
O que aconteceria se o Tribunal Criminal Internacional
distribuísse cartaz de “Procurado!” com a cara de Barak Obama – procurado para
ser julgado por crimes de guerra, incluídos aí as intervenções, mudanças
brutais de regimes e governos, e os assassinatos? E também a Organização
Mundial de Comércio (mas já é vassala rasteira dos Estados Unidos), bem poderia
mandar prender BO por exatamente a mesma acusação que Holder faz contra a China.
Em termos simétricos, é como se um tribunal de Pequim emitisse intimações,
juntamente com cartazes de “Procurados” para cinco membros do OTNS (Obama
Team National Security [Equipe de Obama para a Segurança Nacional]), por
exemplo: Clapper, Rice, Comey, Brennan e Dempsey... A chance de os EUA
concordem com eventual pedido para extraditar essa sua camarilha de cinco é a
mesma de a China concordar com a extradição dos cinco acusados pelos EUA, em
que pese serem oficiais de menor escalão que os da camarilha dos EUA na
elaboração e/ou execução de qualquer política.
Os cinco acusados parecem ter sido selecionados
aleatoriamente, a menos que os EUA tenham invadido computadores chineses ou
infiltrado informantes (ou ambos) no Exército de Libertação Popular – PLA
Unit61398 [Sobre o que supostamente
seria, acesse o “link”
(NTs)] Pois é aí que está o xis da questão!
Eric Holder por Paul Szep |
Holder, o Advogado-Geral, não pode estar falando sério
sobre a possibilidade de a China “obedecer” suas ordens, ao anunciar, conforme reportagem de Spencer Ackerman a Jonathan Kaiman no jornal The Guardian,
dia 20/5, que:
(...) o governo dos Estados Unidos, pela primeira vez na história, tentará
trazer agentes de um governo estrangeiro ao seu território, para que respondam
a acusações de infiltração em redes de computadores norte-americanos com o fim
de roubar dados que beneficiariam os competidores comerciais dos EUA.
Nada pode(ria) soar mais ridículo. Imprimir e distribuir
cartazes à moda “Velho Oeste”, com “procura-se” e fotos dos chineses, e banners
trombeteando acusações tampouco pode ser ação a sério. Mais parece provocação
(mal) calibrada contra o governo chinês, como “tática” para administrar o
avanço do confronto, tangenciando a estratégia da administração Obama para o
Pacífico, sobre o envolvimento de forças militares, neste momento inicial de
uma futura guerra total.
No formato apresentado por Holder e pelo Departamento de
Justiça dos EUA, a ciberguerra é farsa.
Holder e o Departamento de Justiça dos EUA estão fazendo de
tudo para ajudar aos militares norte-americanos que se aproximam cada vez mais
de um conflito militar limitado, que pode vir a se tornar nuclear. Obama
encorajou o rearmamento do Japão e apoiou pretensões japonesas sobre umas
poucas ilhas rochosas, em sua turnê “Pacific Rim” pela Ásia. Combinou manobras
conjuntas com as Filipinas. Assim como os cartazes de “Procurados”, todas essas
são manobras de provocação, com o fito de atrair a China para a órbita do Poder
Militar dos Estados Unidos – como já está sendo feito na Ucrânia, onde os EUA
querem atrair a Rússia a um confronto contra as forças somadas de EUA, OTAN e
União Europeia. Assistam o vídeo a seguir legendado em inglês:
Obama, pois, está usando o pretexto da ciberespionagem, que
pode ser apresentada também por seus objetivos governamentais, militares e
econômicos, e assunto no qual o exército e as comunidades de inteligência
americanas são mestres consumados, como motivo falso para intervenção armada,
ou pelo menos como oportunidade para abalar e tentar enfraquecer a China.
O problema é que os EUA montaram virados para os fundos do
cavalo, não para a cabeça: é truque estúpido de qualquer perspectiva que se
olhe, é desastroso, é temerário, é imbecil.
As acusações de guerra cibernética contra a China feitas
por Holder: “a gama de segredos comerciais (...) roubados é grande e exige
resposta agressiva”, só pode ser compreendida em um contexto que leve em
consideração a geopolítica dos EUA em base global –, e na qual a China
substitui a Rússia como inimigo de primeira grandeza. Por isso “exige-se”
resposta intensa, sintetizada em elementos econômicos e militares, que
possibilite/ possibilitaria isolar, conter e limitar drasticamente o poder da
China. O pivoteamento de Obama para a Ásia, talvez hoje o único movimento
visível-transparente em todo o governo dos EUA, é estratégia multifacetada,
para antagonizar deliberadamente a China, levando em seu bojo movimentos para
um reajuste estrutural global que garantiria que os EUA retomassem a supremacia
inconteste do mundo.
Eu sou especial! Sim, nós sabemos |
É caminho que aparece bem claro, se se observam as alianças
militares firmadas no recente tour do presidente Obama à Ásia, e também
no incentivo para o rearmamento do exército japonês, a estimulação do conflito
entre as Coreias do Norte e do Sul. Combinado com esse caminho, temos ainda a
Parceria Trans-Pacífico [orig. TPP (TransPacific Partnership)], em que
não se trata só de invadir mercados mas, também, de militarizá-los,
identificada estreitamente que está às dimensões militares dessa política.
Apesar das acusações inventadas por Holder, os líderes
chineses, da mesma forma que Putin na Ucrânia, parecem manter a calma, atitude
que parece confirmar uma maior identificação, no longo prazo, com uma política
unificada que atenda aos interesses das duas nações (o que se confirmou com a
tão esperada assinatura de um contrato da Gazprom para fornecimento de gás
natural para a China por trinta anos, durante a visita de dois dias de Putin a
Xangai).
O antagonismo dos EUA contra a China tem facilitado reações
em grande escala. É olhar e ver: já provocou a união entre China e Rússia,
depois de décadas de conflito político e ideológico entre Stalin e Mao. Assim,
se tornou possível uma das coisas que os EUA mais temem, a saber: um bloco
eurasiano que torne plausível a criação de um centro de poder independente, em
claro desafio à dominação unilateral dos Estados Unidos, e que prepare o
terreno para o surgimento do que tenho chamado de “um sistema mundial de poder
multipolar”.
É evidente que só os cinco cartazes de “Procurados” não têm
o poder de gerar todos os resultados acima descritos; a dinâmica dessa
confrontação já era longamente esperada, dada a realidade das fortes mudanças
de desempenho e das políticas econômicas, e mais, dada a metamorfose da arquitetura
do desenvolvimento econômico e da industrialização do Terceiro Mundo e as
dificuldades para identificar o surgimento de poderes significativos no próprio
campo (Brasil, Índia, etc.).
Em sua arrogância gigante e pelas próprias ações, os EUA
determinaram a hora da mudança. De que outra forma poderia a China, por
exemplo, ser tão bem-sucedida na África e na América Latina, no investimento e
extração de recursos naturais, e no próprio comércio?
Cartazes distribuídos pelo Depto de Justiça dos EUA via FBI |
Os cartazes de “Procurados” apenas simbolizam a percepção
obtusa que os EUA têm do mundo, tão lerdos, sempre, que se deixam repetidamente
ultrapassar.
Daí, a vontade de brigar. Putin e Xi Jinping estão cuidando
dos próprios negócios (trocadilho infame, mas bem adequado, como se viu no
“acordo do gás”) – o que enfureceu e enlouqueceu Obama, o Congresso e os
militares, troika de espertalhões acostumados a empregar pressões
financeiras e comerciais, intervenções, intimidações, e que ainda têm de
reserva presença militar brutalmente atemorizante em todo o mundo.
Só que, hoje, essas bobagens já não bastam para preparar o
caminho que levaria ao sucesso do unilateralismo. Em resposta às afirmações e
provocações geopolíticas dos EUA pelo mundo a fora, Putin e Xi Jinping agem com
calma e ponderadamente e parecem estar conseguindo aprovação para suas ações
entre os líderes mundiais. É duro de engolir para os EUA, que não querem
aceitar – sequer querem ver o que está acontecendo. Em vez de ver, os EUA
tentam aplicar um velho, obscuro, não catalogado princípio psicológico que eles
mesmos inventaram: exibir o unilateralismo dos EUA como se fosse “natural”,
óbvio; e, sacudindo essa “bandeira”, mostrar a coisa como profecia que se
autorrealiza, como se, quanto maior a só ostentação de força e potência
fingidas, mais respeito a fantasia geraria...
O problema é que essa psicologia de sofá está apoiada num
arsenal nuclear imenso, o que ajuda a entender a arrogância com que os EUA
acusam a China de praticarem ciberespionagem (crime, aliás, que já rendeu
medalha de ouro à Agência de Segurança Nacional dos EUA, e cujas práticas
exigem que se invente novo ramo da matemática só para calcular a escala e o
alcance dos crimes. E, tudo, apenas para sabotar, ouvir, distribuir vírus). E
tudo, ah!, sim! em nome da segurança nacional dos EUA e do “contraterrorismo”
idem.
Supostas "vítimas" da espionagem chinesa... |
Sobre a audácia dos movimentos do Advogado-Geral Holder, o The Guardian pergunta:
(...) mesmo considerando que durante todo este tempo houve suspeitas de que o
governo chinês patrocinaria o roubo de dados corporativos, durante anos,
jamais, antes, os EUA acusaram formalmente quem quer que fosse, nem na China
nem em outro governo. Por que, então, agora?
Suponho que o declínio dos EUA, ainda inconscientemente
(não apenas globalmente, em termos de poder, mas também internamente, com a
redução da capacidade industrial de base, desmoronamento da infraestrutura,
paralisia e impotência para resolver qualquer tipo de problema, causadas por
políticas pensadas para criar e manter uma subclasse de subserviência urbana
degradada e alienada, definindo assim a fragmentação das relações sociais e do
humor nacional) esteja forçando o imperialismo militar a uma ação de tipo
“agora ou nunca!”. No caso da China, com o deslocamento da Rússia como
principal adversário de uma Guerra Fria recarregada, a mentalidade de
Washington é “malhar enquanto o ferro está quente”; nesse caso, o ferro são os
grupos de porta-aviões e bombardeiros de longo alcance já posicionados,
acompanhados de movimentos de tropas da Austrália, Filipinas, Japão, Malásia e
talvez em outros lugares, seja lá onde se possa pensar em aumentar o cerco, para
posterior tomada de posse.
A modéstia, bem como a justiça e a imparcialidade, não têm
lugar nos cálculos da guerra cibernética, e os EUA estão eles mesmos conduzindo
sua própria espionagem econômica. Como escreveram Ackerman e Kaiman:
(...) os documentos revelados por Edward Snowden mostram que a NSA teve como
alvo a empresa petrolífera brasileira Petrobras, mesmo que a NSA insista,
através de seu Departamento de Defesa, que “nunca esteve engajada em espionagem
econômica de qualquer forma, incluso cibernética” – como se lia no Washington
Post.
O importante é que já foram vistos a fazer o que dizem que
não fazem; não tem importância alguma que Pentágono e Agência de Segurança
Nacional contradigam os próprios documentos. O que se vê é o esforço para fazer
a espionagem econômica aparecer como se fosse “diferente” de outras espionagens
e crimes e, assim sendo, como se isso a legitimasse: crime é a espionagem
militar e de inteligência e só no caso de os espionados serem os EUA. Mas se os
EUA são os espiões, nesse caso, não há crime!
Nos ciberataques dos Estados Unidos contra as instalações
nucleares iranianas, o recrutamento pelo FBI de grupos de hackers para
uma vasta soma de atividades ilegais, e com o apoio especial do FBI, aí, não há
crime. E ainda nem falamos do oceano de vigilância em que a vítima atacada é o
próprio povo dos EUA. Crime, só e sempre quando são os chineses...
A verdade é clara: dado que os EUA repudiam todos os dias
todas as liberdades civis, já não têm como acusar os chineses sem,
simultaneamente, chamar atenção para os próprios crimes dos EUA. Na conferência
para a imprensa, na 2ª-feira, 12/5/2014, Holder caiu no velho clichê: “todas as
nações recolhem inteligência”... mas inventa uma exceção para a espionagem
econômica, como espécie diferente de espionagem; o que converteria o “caso
chinês” em “caso diferente dos outros”.
Chang Wanquan, Ministro da Defesa da China |
E tantas fez, o Advogado-Geral dos EUA, que o governo
chinês, por seu Ministro da Defesa, jogou as acusações, de volta, na cara dos
EUA, já na 3ª-feira, 13/5/2014:
A China exige que os Estados Unidos deem explicação clara sobre os roubos
que têm cometido pela internet (mediante escutas e monitoramento ilegal de vários tipos de atividades) e que ponha fim imediatamente a suas
práticas criminosas.
Outras nações atacadas não são tão diretas. As relações
sino-americanas estão evidentemente despencando ladeira abaixo. (Os Estados
Unidos sentem-se feridos no próprio sentimento? Improvável. Os EUA são
impermeáveis ao insulto, e ainda mais a pedidos para que interrompam qualquer “atividade”
– seja bombardeio maciço em áreas de selva, ou demonstrações de “choque e
terror” em áreas urbanas).
A visita de Putin à China nos dois últimos dias, aplacando
as tensões entre aquelas duas potências, tornou ainda mais íngreme e
escorregadia a ladeira pela qual despencam as relações sino-americanas.
Simultaneamente, torna ainda mais perigoso o sempre potencialmente mortífero staff
militar dos EUA e suas reações.
Artigo de Jane Perlez no NYT “China
e Rússia firmam acordo de gás para 30 anos”, de 21/5/2014,
resume na sentença de abertura a imagem da mudança da paisagem política mundial.
China e Rússia assinaram acordo de 400 bilhões de dólares nesta quarta
feira, o que dá a Moscou um megamercado para seu principal produto de
exportação, reunindo e aproximando as duas poderosas nações, apesar de sua
acidentada história de alianças e rivalidades, para tentar deter a grande
influência mundial dos EUA e da União Europeia.
Para o Times,
foi desenvolvimento infeliz... Mas para o resto do mundo, fora da órbita dos
EUA, foi bem-vinda lufada de ar respirável.
China e Rússia fazem acordos comerciais com exclusão do US$ dos contratos |
O que deve ser dito, além das óbvias consequências da
reaproximação, tanto para o incremento da capacidade industrial da China quanto
para que se satisfaçam pelo menos parte de suas necessidades energéticas, é que
afinal se pôs um chão sólido sobre o qual pode agora pisar o eventual bloco
comercial da Eurásia. Ainda mais importante que isso, a Rússia tornou-se menos
dependente da Europa como mercado para o seu principal produto, energia. Jogo
de ganha-ganha para que se configure um mundo de poder multipolar.
Perlez observa acuradamente que o episódio da Ucrânia levou
a Rússia e a China e se aproximarem e a se unirem.
O impulso que faltava para que se concluísse o acordo da venda do gás
entre Rússia e China, cujas conversações já duravam uma década, foi o fato de
que a Europa, principal mercado de energia de Moscou, impôs sanções à Rússia e
buscava formas de reduzir sua dependência da energia russa. Nessas
circunstâncias, o presidente Putin teve de buscar com urgência meios que lhe
permitissem reduzir a dependência da Rússia, do mercado europeu, como principal
consumidor de seu principal produto.
Muda o jogo também em relação ao tamanho e estímulo ao
projeto que exige
(...) a construção de oleogasodutos e outras infraestruturas que custarão
dezenas de bilhões de dólares em investimento.
Strobe Talbott |
Aqui da minha casa, posso até ouvir o ranger de dentes de
elites/espertalhões da política americana, como Strobe Talbott, presidente da
Brookings e presidente do Conselho Consultivo para Política Externa de Kerry,
dizendo:
(...) a cunha sino-soviética que havia entre os dois países e que os levou à
beira de um conflito nuclear nos anos 60 foi dramaticamente sanada.
Fato é que nos EUA os dois lados já lamentaram o
unilateralismo exagerado dos Estados Unidos, suas ações no Iraque, etc.. Agora,
Xi Jinping já sabe também sobre o pivoteamento para o Pacífico como principal
estratégica de Obama, com planos para “enviar recursos” militares para a
região, contexto no qual a China visualizou o rearmamento japonês. Agora, como
escreve Perlez,
(...) o golpe de linha dura no dito “roubo cibernético” fez com que China e
Rússia se juntassem, tornando a própria união plausível e real.
É reação esperável, em momento em que o poder hegemônico dá
sinais de que a tática de dividir-para-conquistar não mais funciona; o
unilateralismo norte-americano foi exposto, nu, quer dizer, sozinho no seu
mister de dominação. Só. Cada vez mais magoado. Com normas já obsoletas, como
se uma espécie de determinismo lógico definisse suas construções mentais, e o
bipartidarismo no exterior fosse “igualzinho” ao da política doméstica nos
EUA!
Keith Bradsher |
Os cartazes de “Procurados” são profundamente ofensivos
para a China. São, portanto, mais uma palha no fogo de provocação de uma
possível guerra global. Não interessa aos EUA, é contraproducente, não é
inteligente e não é recomendável. Bradsher novamente, e já com medo da
retaliação que talvez venha, depois dos ataques dos EUA contra a China:
Se a China começar a retaliar contra as empresas que se esforçam para
seguir as regras de livre comércio [escreve um think-tank que existe para defender
empresas norte-americanas em Hong Kong], como
a acusação sugere que estaria fazendo, essa ação permitiria à China criar um
sistema de comércio no qual a China teria mais liberdade para empreender suas
próprias políticas.
Ah! É exatamente o que o paradigma norte-americano proíbe
para o resto do mundo!
Assim, aparece aí o primeiro momento de um (mais um!)
impasse histórico: a guerra cibernética tornando-se um joguete nas mãos das
forças em ação. Como responderiam os EUA, a nação que os ultrapassasse em
investimento e produção industrial, deixando-os para trás?
Sob o governo Obama, e para os candidatos dos dois maiores
partidos, a resposta não é boa, nem para aquelas nações, nem para a humanidade,
para o mundo, nem, sequer, para nós mesmos, o povo dos EUA.
Meu comentário ao New York Times sobre o artigo
de Keith Bradsher, na mesma data:
Como resposta, é absurda. Os EUA não fazem outra coisa além de espionar
massivamente até os próprios cidadãos, plantaram aparelhos de escuta contra
líderes estrangeiros, e, como revelou recentemente o NYT, os EUA se servem do FBI para recrutar informantes que
tenham capacidade para ciberataques. WAAL! É pior que o sujo falando do mal
lavado! Os EUA merecem o lugar de honra, o mais alto do pódio, na corrida pela
hipocrisia, no que tenha a ver com ciberespionagem. Depois do desplante de
inventar uma diferença muito safada para “justificar” as próprias atividades
criminosas, os EUA assumem a posição de que só teriam espionado o mundo inteiro
à caça de informações militares, políticas e econômicas... O que seria “fundamentalmente
diferente” e “menos ofensivo” que espionar contra as liberdades civis e para
ganhar vantagem comercial
Os EUA são medalha de ouro da hipocrisia universal!.
Espionagem é espionagem. Ponto. Só nos Estados Unidos alguém se atreveria
a escrever que “vantagem comercial” seria crime pior que “reunir” (e continua a
reunir!) informações militares, políticas e de inteligência econômica.
Disso tudo se depreende com certeza o seguinte: os EUA já percebem
claramente o próprio DECLÍNIO com potência política-econômica-ideológica. Assim
sendo, tenta voltar-se para o aumento de ações MILITARES, tentando
desesperadamente manter – e é causa perdida nesse novo mundo multipolar – sua
velha hegemonia global unilateral.
Por que, em vez de se envolver em guerras, intervenções, mudanças
violentas de regime e golpes (Ucrânia), etc., os EUA não podem viver
simplesmente, calmamente, como cidadão global?
Será efeito de uma histórica tendência – inserida no DNA da nação – para a
xenofobia, para a conquista violenta, para o racismo, tudo combinado com certo fetichismo
para a tecnologia?
Edward Snowden merece um lugar no alto do Monte Rushmore, entre os heróis
fundadores dos EUA. Obama, Holder, Clapper, Brennan, não merecem confiança nem
para montar um acampamento na base.
[*] Norman Pollack é o autor de “The
Populist Response to Industrial America” (Harvard) e “The
Just Polity” (Illinois), Guggenheim
Fellow e professor emérito de
história na Michigan State University. Seu novo livro, Eichmann on the
Potomac, foi publicado por CounterPunch/AK
Press, no outono de 2013.
Chineses que trabalham nestes shoppings populares que vendem produtos de baixa qualidade são arrogantes.
ResponderExcluirConheci um Chinês descenscendente, nascido no Brasil, que me disse que eles odeiam brasileiros. E disse mais: Falou que eles uma espécie de plano, ou algo assim. Que pretendem popular outros países, por terem a crença de que, este ano (desculpe se eu me enganar, já que ignoro o assunto), o ano do cavalo, é propício para a natalidade. Segundo ele, eles pretendem se tornar a maior economia mundial e dominar o planeta.
Bom, eu sempre desconfio desses assuntos relacionados à teorias de conspirações de dominação mundial, e ria muito enquanto ouvia, mas tive uma esperiência curiosa com um deles que me fez reconsiderar o raciocínio.
Em meio à conversa ele disse que eles evitam relacionamentos que vão além dos negócios. E que eles nos tem um povo inferior, tanto intelectualmente como espiritualmente, e que se julgam melhores, e que acreditam ter o direito sobre todos os outros povos.
Eu andava pelo centro da cidade, quando vi um casal de chineses e resovi tentar perguntar a respeito da cultura chinesa, porque sempre fui admirador da sabedoria chinesa. Eu o interpelei educadamente e lhe perguntei se falava português. Me olhou com ar desconfiado e continuava andandando, mas disse que falava um pouquinho. A mulher que com ele estava, o empurrou com veemência, fortemente, enquanto me olhava com muita raiva. Eu ainda tentei me aproximar pedindo calma e fui agredido por ela, que me empurrou com um braço enquanto mantinha o outro empurrando o chinês. Eu realmente achei uma descordialidade tremenda, uma falta de educação. Então fiquei parado vendo os dois saindo rapidamente, sem nada entender.
Ora, me lembrei depois da conversa que tive com o chinês descendente e me voltei a pensar no assunto.
Também me recordo que a conversa beirou o extremo absurdo, quando o chamei de louco. Ele estava dizendo que eles não comem o que comemos, nem o que fazem para nós comermos. Disse que não vão aos nossos médicos, e que tentam nos invenar com a comida,e com seus produtos. Que as roupas, os sapatos e os fones de ouvido fazem mal à saúde,e provocam danos a nós. Eu ria e o chamava de obcecado, mas agora confirmo tudo isso pela Internet.
Vi fotos de pessoas que, usando aqueles chinelos tiveram seus pés em carne viva, e relatos de pessoas que adquiriram perdas na audição pelo uso de um fone imitação da Apple. Também conheço um amigo que teve problemas com este tal fone. Ele comprou entusiasmado com a diferença de preço para o fone original. E depois de um tempo de uso foi parar no otorrino, onde precisou fazer um tratamento no ouvido direito.
O descendente havia dito isso, que os fones realçam uma frequência danosa. Bom, eu penso agora se isso seria possível. Disse ainda que querem dominar o comércio, e isso é fácil ver que é verdade, porque aqui na minha cidade, sairam dos shoppings populares e estão tomando conta das lojas da principal avenida. Eu amava a cultura chinesa, e conheço o talento que eles tem para o xadrez (foram eles que inventaram). As decisões são todas pensadas a longo prazo.
Se eles querem dominar o mundo e envenar pessoas eu não sei, mas depois disso tudo uma certeza tenho. São muito preconceituosos. Chineses tem preconceito com brasileiros.