Usurpadores
e Usurpados
Raul Longo |
Raul
Longo
Pois
é amigo...
Veja
como, ao contrário do que dizem, o problema não está no espírito de porco que
incorpora os homens de boa fé, mas sim na má fé dos porcos de espírito. Foi
tornar estas cartas abertas e já sou amaldiçoado por judeus, cristãos e
islâmicos.
E
tudo só porque contei a história de Jeová para uns, Deus para outros e Alá para
tres’outros. Sorte de Homero por não ter vivido nestes nossos tempos de deus
único.
Leonardo Boff |
O
Leonardo Boff é quem tem razão: nos tempos em que deuses representavam os
elementos, ninguém era louco de poluir ou derrubar um deus sabendo que o castigo
viria a cavalo. Cortasses a mata de Oxóssi aqui, Tupã já rugia dali e mais dia
um aguaceiro de Manitu arrebentaria tua porta.
Depois
que inventaram o tal Belzebu com seus infernais castigos pós-morte e jogaram
toda a responsabilidade p’ra a ira de El, o deus do cosmos, é só bajular os
representantes do Todo Poderoso que fez tudo só para os seus escolhidos e o
resto que se lasque. Aí deu nessa bagunça: o petróleo é só dos sheiks sauditas; cristãos intolerantes
se pegam entre católicos e protestantes enquanto sionistas trucidam crianças
pela Palestina.
Só
a Palestina?... No Torá e na Bíblia Deus fez o mundo só para eles e quem é dono
do mundo não precisa de passaporte pra atravessar qualquer fronteira. A bordo de
um Mirage caça onde quiser. Até no
Mali!
Mas
a verdade é que não tenho nada contra deus algum, nem mesmo os monoteicos.
Vishnu, Olodum, Odin ou qual seja, cada um cumpriu com a função de força
organizativa de sociedades em formação. Mitos necessários aos momentos das
histórias de cada povo. Só lamento é que ainda hoje tantos ainda se deixem
manipular por esses mitos utilizados por seus usurpadores.
Povos
inteiros jogados de lá p’ra cá, em nome do Deus único, por aqueles
que só têm fé num deus de duas faces: a do Poder e a do Capital.
Freud,
Einstein e tantas outras das mais brilhantes cabeças entre o povo judeu logo
avisaram que aquela história de Estado de Israel era pura enganação e que os
tais sionistas tinham se vendido para os governos europeus expulsarem os judeus
daquele continente. De fato! Vais ver se está em Jerusalém ou Telavive
alguém das famílias dos que financiaram a instalação daquele estado e a
manutenção do sionismo? Rothschilds, por exemplo? Todos espalhados nos mais
confortáveis e seguros centros capitalistas do mundo, tendo como base a
verdadeira pátria: a Alemanha.
Escudo de armas (Brasão) dos Rothschilds |
Pois
é... Os Rothschilds, um dos maiores financiadores da criação do Estado de Israel
e mantenedores do sionismo são judeus alemães.
“- Judeus alemães!” – te espantarás em tua perspicácia,
logo questionando: “- Como então também nunca se registrou um Rothschild nos
campos de extermínio nazista? Não estiveram em campos nazistas, não estão em
Israel, e são judeu-alemães?”
Para
entender esse aparente disparate precisamos antes rememorar algumas coisas que
nos passam despercebidas na história. Uma delas é a de que judeu não é etnia,
nem nacionalidade. Antes que perguntes o que era, então, a Judéia, revisemos:
Alexandre da Macedônia |
Após
a morte do Alexandre da Macedônia o Império Helênico foi subdividido e na Síria,
hoje em conflitos financiados pelos interesses capitalistas do ocidente, se
estabeleceu o Império Selêucida que foi de trezentos e pouco até
64 a . C.
Dali
se controlou toda a banda oriental do império de Alexandre, até o Afeganistão,
hoje invadido pelos Estados Unidos. Também naquela época, apesar de ainda não
terem descoberto como extrair e utilizar o petróleo, esse quinhão do mundo era o
mais cobiçado pelos mesmos motivos que quase dois milênios depois trouxeram
Colombo até a América. Não o ópio da papoula afegã, mas o ouro e as especiarias
que na escola estudávamos para entender porque raios Cabral se meteu Atlântico
afora até descobrir o Brasil.
Imperador Seleuco |
Pois
enquanto o Imperador Seleuco administrava aquele lado do espólio de Alexandre,
aí na Europa era um balaio de gatos medonho com aqueles saxões, vikings e
gauleses sempre ameaçando as antigas colônias gregas já se formando
em Império Romano.
E nos Balcãs, península do sul da Turquia até a Grécia, o
brigueiro entre as cidades-estado era enorme.
Mas
mantendo o ideal de Alexandre, Seleuco continuou impondo a cultura helênica
entre os povos dominados, demonstrando que não foram os Estados Unidos que
inventaram esse mecanismo de domínio. Como então ainda não existiam os meios de
imposição chamados de comunicação ou, se preferir, a mídia; os métodos eram
outros, embora não menos contundentes. Houve reações entre os judeus do clã do
velho patriarca Hasmon e os chamados hasmoneus foram para as montanhas onde
formaram um grupo de guerrilheiros sob comando de Judas
Macabeu.
Judas Macabeu |
Macabeu
deu sorte porque os olhos dos selêucidas cresceram sobre os Balcãs e como
romanos perceberam que conquistando os Balcãs logo teriam toda a Europa
subjugada, de lá vieram as centúrias. Com os selêucidas envolvidos em
escaramuças com o exército romano, os guerrilheiros da Sierra Maestra hebraica,
os hasmoneus, tomaram a Havana de lá: Jerusalém.
Ao
invés de hospitais e escolas a primeira providência foi reconstituir o velho
Templo para reconstituir a mitologia e a fé judaica praticamente extinta pelo
helenismo. Reinstaurou-se o reinado sobre o povo hebreu e logo se deu aquelas
insídias e disputas pelo trono que tanto estimulavam a imaginação de William
Shakespeare, resultando numa guerra civil promovida por dois irmãos hasmoneus.
Contenda fratricida pelo poder.
Um
dos irmãos hasmoneus vendeu o povo e a pátria como qualquer tucano brasileiro,
contentando-se com o cargo de sumo-sacerdote do judaísmo. Mas abdicou do trono
porque sob o pretexto de pacificadores, seus aliados romanos transformaram
aquilo tudo em
província do Império no ano de 63 a .C. Em compensação deram à nova
província o nome de Judéia. Ou seja, nunca houve um país chamado Judéia, nunca
houve um povo chamado judeu. Judeu é quem professa a religião judaica e Judéia
era uma província do Império Romano. Mas não de judeus nem
hebreus.
Marco Antonio |
Em
37 a . C. o
imperador romano Marco Antonio reconstituiu o reinado judaico, só que entregou o
trono a Herodes, filho de um procurador romano. Segundo Flávio Josefo,
consagrado historiador judeu-romano da época, Herodes morreu em 4 ou
1 a . C e
seu filho e sucessor, Herodes Arquelau, foi entronado pelos romanos em 4 d. C.
Considerado incompetente pelo Imperador Augusto, Arquelau foi destituído 2 anos
depois e em 6 d. C. substituído por seu irmão, também Herodes, mas Antipas.
Intrigantes
nessas anotações históricas de Flávio Josefo é que nenhum dos três Herodes
estava no comando quando aquele do Novo Testamento mandou matar as criancinhas
com receio da previsão do nascimento do novo rei dos judeus, o Cristo. Em
verdade ninguém ocupava o trono no ano do nascimento, fosse 1 ou
0.
Mas,
enfim, entre mito, lenda e história, vá se saber em quem
acreditar?
Flávio Josefo |
Difícil,
porque até mesmo a história tem de suas contradições e o próprio Josefo é uma
confirmação dessa dificuldade, pois se judeu praticante nascido em Jerusalém e
filho de sacerdote, mas naturalizado como cidadão romano, o próprio historiador
evidencia que os judeus não emigraram para a Europa apenas no século I d. C.
como posteriormente afirmaram alguns de seus colegas. Antes disso já tinha judeu
na Europa e Josefo foi um deles, embora a Segunda Diáspora Judaica tenha
ocorrido realmente em 136 quando na Província da Judéia, Roma proibiu a entrada
dos judeus em Jerusalém e se dispersaram mundo afora ou, mais exatamente, pela
Europa.
Pode
parecer estranho isso dos judeus irem para o centro do Império que inviabilizou
suas vidas na Palestina, mas o processo é similar ao de tantos latino-americanos
que arriscam suas vidas atravessando o Muro da Vergonha erigido pelos Estados
Unidos na fronteira com o México. E não se espante se amanhã ou depois
substituírem o Tio Sam pelo Primo Pancho, porque cerca de 2 séculos depois o
Imperador Constantino utilizou da mesma manobra pela continuidade do Império
Romano, adotando uma nova seita religiosa de origem hebraica: o
cristianismo.
Constantino, o 1º
Papa
|
Ainda
que “O Édito de Constantino” sagrando-se a si mesmo como o primeiro Sumo
Pontífice da Igreja Católica, ou o primeiro Papa, ocorresse em 321, nunca foi
cristão coisa alguma. Tanto que um dia antes de sua morte realizou cultos e
sacrifícios a Zeus, um mito grego. Instituiu o domingo como feriado, mas apesar
da origem latina da palavra se referir ao “Dominicus die” ou o dia de
Deus, para Constantino não era uma comemoração ao dia de descanso do
criacionismo bíblico e da mitologia judaica, mas homenagem ao deus Sol Invicto,
ao qual também adorava.
Constantino
foi o primeiro Papa e verdadeiro fundador da Igreja Católica que nunca foi de
Pedro, mas sempre tão romana quanto a Judéia.
Romana,
apesar dessa Igreja e das demais igrejas cristãs professarem o mito judaico do
Messias (que os judeus não aceitam como real e ainda esperam o verdadeiro
Messias), baseados em alguns relatos de autores judeus que nos evangelhos não
escondem suas indisposições ao domínio do Império e apresentam os romanos como
antagônicos e algozes de personagens judeus na condição de discípulos ou
apóstolos, mas todos vítimas.
Aqui
no Brasil ainda remanescem daqueles hipócritas dos tempos da ditadura que ao
ouvir alguma crítica aos Estados Unidos acusam como coisa de comunista
antipatriota, mas nos evangelhos os que se vendiam aos interesses romanos como
um William Waack, conforme revelado pelo WikiLeaks, se vendeu à CIA, era logo
taxado de traidor como aconteceu com o Judas Iscariotes. No evangelhos traidor
não tem moleza não, se não enforca vai vagar eternamente pelo mundo ou cai
direto no inferno. Só aqui é que continuam fazendo cara de bons moços para as
câmeras.
Apesar
disso tudo e de adotarem uma versão do Torá como o Velho Testamento da Bíblia, o
que a Igreja Católica Romana fez através de mais um mito hebraico, foi satanizar
os autores do mito. Da mesma forma que os patriarcas do judaísmo satanizaram
Baal para transformar seu mitológico pai, El, em Deus único, a Igreja usou os
judeus para satanizar os judeus. Mais ou menos como se a Veja publicasse trechos
do Capital para convencer seus leitores de que os comunistas são traidores do
Marx. Bem... De fato alguns depuseram muito contra os ideais do velho camarada,
mas não no mesmo sentido do ódio que as igrejas cristãs conseguiram difundir
contra os judeus por todo o mundo.
Desculpe
amigo, se pareço fugir do propósito dessas cartas que ainda é o de chegarmos a
alguma conclusão sobre a crise financeira mundial que aflige a ti e a Gabriela
(que como feminino de Gabriel é uma enviada de El) aí na Madeira. Não fujo, não.
Mas para entendermos como se aperfeiçoaram os sistemas de usurpação para o que
conhecemos como Capitalismo, é preciso resgatar o histórico das instituições que
o desenvolveram e a Igreja é uma delas, como todos os demais meios de sistêmica
manipulação de mitologia religiosa, sobretudo entre os difusores do monoteísmo
que adicionou à usurpação pela força, o caráter de direito
divino.
Prometo
que nas próximas cartas avançaremos um pouco mais na cronologia histórica,
embora ainda tenhamos de analisar a mais antiga usurpação da história da
humanidade: a das mulheres pelos homens. Ainda que esteja presente entre todas
as religiões patriarcais e profundamente nas monoteicas, talvez a usurpação dos
ideais do profeta Maomé pelo islamismo seja o que melhor exemplifique esse
processo hoje bastante manipulado pelo cristianismo ocidental aliado ao falso
judaísmo dos sionistas.
Chegaremos
lá.
__________________________
Leia também:
- 4/4/2013, redecastorphoto, Raul Longo em: “Cartas
à Madeira: O Divino Direito à Usurpação”.
Leia mais alguns artigos sobre
“Sionismo”:
- 27/3/2013,
redecastorphoto, Lawrence Davidson: “Algo de podre no Estado de Israel”
- 20/2/2013,
redecastorphoto, Paul R. Pillar em: “Cresce a intolerância em Israel”
- 19/11/2012,
redecastorphoto, Lawrence Davidson
em: “Uma visão sionista do mundo e o massacre em
Gaza”
- 25/4/2011,
redecastorphoto, Renen Belerovich
(documentário) em: “A Historia Sionista”
- 7/12/2012,
redecastorphoto, Philip Weiss em: “É hora de a imprensa informar sobre o
sionismo”
- 3/6/2010,
redecastorphoto, Laerte Braga em: “O Sionismo é um cancro”
- 3/6/2010,
redecastorphoto, Passa Palavra, João Bernardo em: : “De perseguidos a perseguidores: a lição do
sionismo”
- 1/1/2013,
redecastorphoto, Paul R. Pillar em:
EUA:
Hagel e os sionistas "McCatthyistas"
- 7/4/2012,
redecastorphoto, Baby Abrão/Günter
Grass em: “O poema que desmascarou
Israel”
- 14/7/2011,
redecastorphoto, Laerte Braga em: “OS FORNOS CREMATÓRIOS DE TEL
AVIV”
- 11/6/2010,
redecastorphoto, Manuel Freytas em:
“O poder oculto: De onde nasce a impunidade de
Israel”
- 26/7/2011,
redecastorphoto, Vila Vudu em: “Israel é a “estrela” do livro do terrorista
norueguês!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.