26/4/2014, [*] Paul Craig Roberts
− Institute for Political Economy
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
O regime
Obama, chafurdando em húbris e arrogância, escalou temerariamente a crise
ucraniana e fez dela uma crise com a Rússia. Intencionalmente, ou por estupidez,
as mentiras de propaganda dos EUA estão agora fazendo da crise, guerra. Cansada
de ouvir as ameaças tresloucadas dos EUA, Moscou já nem atende telefonemas de
Obama e dos principais funcionários de Washington.
A crise na
Ucrânia começou quando Washington derrubou o governo democrático eleito e o
substituiu por idiotas escolhidos a dedo por Washington. Os idiotas puseram-se
a atacar, com palavras e à bala, as populações de ex-territórios soviéticos que
líderes comunistas soviéticos anexaram à Ucrânia. Consequência dessa política
de doidos, é a agitação da população que fala russo, e que escolheu voltar a
ser parte da Federação Russa. A Crimeia já se uniu à Rússia. Agora, o leste da
Ucrânia e outras partes do sul da Ucrânia provavelmente também se unirão à
Rússia.
Em vez de
ver seus próprios erros, o regime Obama estimulou os idiotas que Washington
instalou em Kiev a usar de violência contra as áreas onde vivem falantes de
russo, que querem organizar referendos, para que possam votar e aprovar a
reintegração das áreas em que vivem, à Rússia. O regime Obama encorajou os
idiotas a usarem de violência, apesar da clara declaração do Presidente Putin,
de que nenhuma força militar russa jamais ocuparia a Ucrânia, a menos que os
manifestantes ucranianos que se opunham ao governo dos idiotas em Kiev fossem
vítimas de violência.
A única
conclusão possível é que ou Washington nada ouve do que lhe digam, ou, então,
que Washington deseja violência.
Se nem os
EUA nem a OTAN estão posicionadas dessa vez para mover força militar
significativa para a Ucrânia, suficientes para confrontar o Exército Russo, por
que o regime Obama tanto se esforça para provocar a ação dos militares russos?
Flotilha dos EUA no Mar Negro (clique na imagem para visualizar) |
Uma possível
resposta é que, agora que o plano dos EUA de expulsar a Rússia de sua base
naval no Mar Vermelho foi derrotado, Washington abraça o plano de sacrificar a
Ucrânia a uma invasão russa, para que os EUA ponham-se a demonizar a Rússia e
forcem vasto aumento nos gastos militares e no orçamento da OTAN e deslocamento
de tropas da OTAN.
Em outras
palavras, o negócio é uma nova guerra fria e mais milhões de dólares em lucros
para o complexo militar/de segurança dos EUA.
A meia dúzia
de soldados e aviões que Washington mandou para “garantir” os regimes
incompetentes naqueles pontos perenes de problemas para o Ocidente – Polônia e
países do Báltico – e os navios armados com mísseis enviados para o Mar Negro
são NADA. São só provocação simbólica.
Sanções
econômicas aplicadas a funcionários e milionários russos só fazem comprovar a
impotência dos EUA. Sanções reais feririam os estados da OTAN, fantoches de
Washington, muito mais do que feririam a Rússia.
É claro que
Washington não tem qualquer intenção de acertar coisa alguma com o governo
russo. As “exigências” de Washington foram “impostas”, porque não são
aceitáveis. Washington está “exigindo” que o governo russo puxe o tapete
debaixo dos pés dos manifestantes pacíficos no leste e no sul da Ucrânia e
force populações russas na Ucrânia a submeterem-se aos idiotas dos EUA em Kiev.
Os EUA também “exigem” que a Rússia renegue a reunificação da Crimeia e devolva
a Crimeia aos EUA, para que Washington consiga, assim, completar o projeto de
expulsar a Rússia de sua base no Mar Negro.
Em outras
palavras, os EUA querem que a Rússia cole outra vez os cacos que resultaram da
loucura de Washington na Crimeia e entregue a coisa, recomposta, aos EUA.
O doido da Casa Branca |
É “exigência”
tão irrealista, tão alucinada, que ultrapassa qualquer arrogância. O Doido da
Casa Branca está dizendo a Putin:
Me danei, quando tentei invadir seu quintal. Ordeno que
você, agora, invada o seu quintal e me dê o seu quintal, para que eu me safe
com uma boa “ameaça estratégica” que me permita expulsar você do seu quintal.
A
imprensa-empresa prostituta, a press-tituta
mídia ocidental (brasileira inclusive Nrc) e os estados-fantoches dos EUA na Europa estão apoiando essa “exigência”
alucinada. Consequentemente, os líderes russos perderam qualquer confiança que
tivessem nas palavras e nas intenções do ocidente; e é assim que começam as
guerras.
Governos
europeus estão pondo os próprios países em grave risco. E para ganharem o quê?
Os líderes europeus são chantageados, ameaçados, subornados com sacos de
dinheiro? Ou estão tão viciados em seguir o comando dos EUA que só sabem fazer
isso, obedecer os EUA? O que Alemanha, Grã-Bretanha e França teriam a
ganhar, por deixar que Washington os empurre a um confronto com a Rússia?
A arrogância
dos EUA é coisa jamais vista e pode arrastar o mundo à destruição. Que fim
levou o senso de autopreservação da Europa? Por que a Europa não emite mandados
de prisão contra todos os membros do governo Obama? Sem a cobertura que lhe dão
a Europa e a imprensa-empresa press-tituta, os EUA não conseguiriam
arrastar o mundo à guerra.
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[*]
Paul Craig Roberts (nascido
em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators
Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração
Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics.
Ex-editor e colunista do Wall Street Journal, Business
Week e Scripps Howard News Service. Testemunhou perante comissões do Congresso em
30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts
tem frequentemente publicado em Counterpunch e no Information Clearing House, escrevendo extensamente sobre os
efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra
contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos
americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido
processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos,
opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as
políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do
Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com
pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton,
Oxford University.
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