sexta-feira, 25 de julho de 2014

Hassan Nasrallah: “Israel segue trilha de suicídio em Gaza”

25/7/2014, [*] Hassan Nasrallahal-Akhbar, Beirute
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Hassan Nasrallah durante aparição pública para comemorar o Dia de Jerusalém num subúrbio de Beirute.
(Foto de Anwar Amro, 25/7/2014)

O Secretário-Geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, elogiou nessa 6ª-feira (25/7/2014) a resistência palestina que defende Gaza contra o continuado assalto por Israel à faixa sitiada, dizendo que Israel começa a conhecer a derrota e segue trilha de suicídio em Gaza.

Gaza hoje acompanha procissões funerais em honra de seus mártires, depois de alcançar mais uma vitória na resistência – disse Nasrallah em rara fala ao vivo num prédio no sul de Beirute, para marcar a comemoração anual do Dia de Jerusalém.

Quando se chega ao 18º dia [do ataque de Israel contra Gaza], e nem todos os sionistas do mundo conseguiram ainda o que querem em Gaza, não há dúvida alguma de que a resistência é vitoriosa em Gaza.

[Ex-ministro da Defesa] Ehud Barak disse que qualquer futura guerra que Israel fizesse contra Gaza levaria a vitória rápida e decisiva.

Hoje, Gaza responde e diz a Israel: “Vocês são o povo covarde que se esconde dentro de aviões para matar crianças. Na guerra contra nossos heróis vocês são derrotados. O exército de vocês será vencido  – disse Nasrallah. – Digo aos sionistas: vocês em Gaza trabalham presos no círculo vicioso do fracasso. Não avancem, em guerra contra Gaza, para o círculo do suicídio.  

Israel assassina crianças brincando na praia (18/7/2014)
Mais de 800 palestinos, a grande maioria dos quais civis, foram mortos desde o início da campanha terrorista que Israel iniciou dia 8 de julho/2014, contra Gaza.

O exército israelense não foi à guerra como exército legal. O exército israelense foi à guerra como exército de homens e mulheres que matam crianças. É o mesmo exército que já conhecemos bem e derrotamos, no Líbano – Nasrallah prosseguiu.

No dia de hoje, saudamos as almas dos mártires de Gaza e os feridos de Gaza e os mujaheddin e heróis de Gaza e todo o povo de Gaza que luta com coragem e firmeza.

Os combatentes palestinos em Gaza juraram manter a guerra até que Israel ponha fim ao bloqueio que já dura oito anos, por terra, ar e mar, contra a Faixa de Gaza, que impede a entrada e saída de pessoas e a circulação de produtos, inclusive a importação de itens básicos de sobrevivência e de remédios. Nasrallah disse que as demandas dos palestinos são demandas justas.

O sítio significa morte a conta-gotas para o povo de Gaza, não só há 18 dias, mas há anos. Repito: é indispensável apoiar a resistência palestina por meios políticos, financeiros, materiais e pela nossa mídia, e também temos de apoiar a resistência com armas – disse Sua Eminência.

Temos de recordar a todos aqui, que Irã, Síria e a resistência libanesa, principalmente o Hezbollah, cada um conforme suas capacidades, não poupamos esforços ao longo de muitos anos no apoio que damos à resistência palestina – politicamente, com a nossa imprensa, moralmente, financeiramente, do ponto de vista do suporte material, armas, apoio logístico e toda a nossa expertise.

John Kerry (EUA): "Nós apoiamos Israel..."
Nasrallah disse também que, apesar de todas as tentativas de Israel para dividir os palestinos e forçá-los a abandonar sua causa, os palestinos continuam firmemente decididos a retornar à terra deles.

Apesar da dor, dos sofrimentos, das feridas e massacres e de todos os fatores de desespero e frustração, os palestinos não se rendem e nunca esquecerão – disse Nasrallah.

O povo palestino dentro e longe da Palestina, e em campos de refugiados, apesar das duras condições de sobrevivência e dos incentivos para que emigrem para Canadá, Austrália e Europa, para dividir e fragmentar esse corpo de humanidade palestina, apesar de tudo, os palestinos continuam agarrados à própria terra, à causa palestina, aos campos e pomares e hortas palestinas, e não se renderão e não se curvarão.
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[*] Hassan Nasrallah (nascido em 31/8/1960; em árabe حسن نصرالل) tornou-se o terceiro secretário-geral da organização política e militar libanesa do Hezbollah depois de Israel ter assassinado o líder anterior, Abbas al-Musawi, em 1992.. É muitas vezes chamado de “al-Sayyid Hassan” (السيد حسن), onde o título honorífico Sayyid denota ele ser um descendente do profeta islâmico Maomé. Durante a liderança de Nasrallah, o Hezbollah adquiriu foguetes com um alcance maior, o que lhe permitiu defender-se do ataque de Israel no sul do Líbano conseguindo diminuir e em seguida eliminar a ocupação israelense. Em 1993, Israel realizou Operation Accountability. Em 1996, Israel lançou a Operation Grapes of Wrath, bloqueando importantes cidades portuárias libaneses e bombardeando uma base militar síria.Durou cerca de 16 dias os ataques israelenses ao Líbano. Depois de pesadas baixas de Israel no sul do Líbano, alguns políticos israelenses argumentaram que o conflito só iria acabar quando Israel se retirasse do Líbano, o que aconteceu em 2000. Ehud Barak, finalmente retirou as forças israelenses. Após a retirada de Israel, o South Lebanon Army, apoiado por Israel, foi rapidamente superado pelo Hezbollah. Alguns membros de SLA fugiram para Israel, mas muitos foram capturados pelo Hezbollah. Este sucesso contra Israel aumentou muito sua popularidade no mundo islâmico. Nasrallah é amplamente acreditado no Líbano e no mundo árabe por ter acabado com a ocupação de Israel no sul do Líbano.

Um comentário:

  1. No entanto o mundo árabe continua bem quietinho... O Brasil, que é aliado de Israel é quem teve que puxar a orelha deles.

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