24/7/2014, [*] Moon
of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Famílias fogem do GENOCÍDIO em Gaza (24/7/2014) |
The Onion [A Cebola]
nasceu para ser jornal satírico. Ainda ontem, a manchete era:
Dar aos civis palestinos a chance de
proteger-se na casa de parentes ou amigos que só seriam bombardeadas
posteriormente, às vezes mais de 48 horas depois, é gesto que merece elogios,
não condenação. De fato, essa foi das iniciativas mais bem-sucedidas da atual
guerra”. Ya’alon acrescentou que, dado que havia muitos pontos a serem
bombardeados nos quais os palestinos poderiam abrigar-se, Israel não se
responsabilizava pela segurança e integridade física dos que optassem por
permanecer em casa.
A sátira de
ontem é a notícia de hoje.
Os militares
israelenses em alguns casos avisaram que as pessoas de uma ou outra área de
Gaza saíssem de suas casas, minutos antes de as casas serem bombardeadas ou
invadidas.
Alguns
palestinos tiveram alguns segundos, poucos, para sair, antes de um ataque, mas
muitos saíram de casa e correram para os prédios das escolas da ONU. As escolas
estão abertas especialmente para isso, e o pessoal da ONU está atendendo as
famílias desabrigadas e mantendo militantes e armas fora dos seus prédios.
Mas as levas
de desabrigados que correm para as escolas indicam aos israelenses a exata
localização das escolas. O passo seguinte é o que se lê aqui:
Mais de 30 pessoas foram mortas e há mais de
100 feridos no ataque israelense contra uma escola da ONU em Gaza, que estava
sendo usada como abrigo de emergência.
A correspondente de Al Jazeera, Nicole Johnston, falando de Gaza, disse que a escola
em Beit Hanoun foi atacada na 5ª-feira (24/7/2014). Fontes disseram a Al Jazeera que mais de 30 pessoas
foram mortas naquele ataque.
A Associated France Press obteve informação de
funcionário da ONU, confirmando que “há grande número de mortos e feridos”.
Em entrevista à Al Jazeera, Robert Turner, diretor do Alto Comissariado da ONU
para Refugiados (UNRWA) em
Gaza, disse que não houve alerta algum, dos israelenses, antes de as bombas
começarem a explodir. Confirmou que houve mortes.
Disse que o Alto Comissariado da ONU fez
contato com forças de Israel sobre uma janela pela qual evacuar a escola antes
de o ataque começar.
“Estávamos ali como local previsto para abrigo
de emergência” – disse ele. – “Israel foi informada do local e de quem estava
ali”.
“É o quarto ataque a instalações da ONU, em
três dias”.
Quatro
ataques a centro de refugiados informado aos atacantes, em três dias. Quem
acredita que os ataques teriam sido “acidentes”? Não acredito. O bombardeio foi
assassinato premeditado de civis não combatentes identificados. É
definitivamente crime de guerra intencional.
Mas os EUA
continuam a encobrir os crimes de Israel. Os EUA foram o único país a votar
“Não” na Comissão de Direitos Humanos da ONU ontem, em que se aprovou a
investigação desses crimes de guerra que Israel comete em Gaza. Um assassino dá
cobertura ao outro.
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[*] “Moon of Alabama”
é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como “Whisky
Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras
formas. Essa canção aparece na peça Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com música de
Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A
Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece
cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a
ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês.
Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e
The Doors (1967). A seguir podemos ouvir versão em performance de Tim van
Broekhuizen.
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