quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Entrevista de Lula em 3 de novembro de 2010


Quarta-feira, 3 de novembro de 2010 às 13:49

A nova técnica titular da “seleção” do governo federal é a presidente eleita Dilma Rousseff e cabe a ela fazer as melhores escolhas para montar um time coeso, defendeu o presidente Lula em entrevista coletiva à imprensa realizada nesta quarta-feira (3/11) no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Com Dilma ao seu lado durante a entrevista, Lula afirmou que a nova presidente conhece bem, de dentro e de fora, os nomes que poderão compor seu ministério e que fará as escolhas de acordo com sua vontade. “A bola está com a senhora, dona Dilma. Monte o seu time que eu estarei na arquibancada, de camisa uniformizada, sem corneta, batendo palma e nunca vaiando”, afirmou o “torcedor” Lula.

Sobre as especulações que circulam pela imprensa de que estaria indicando nomes de seu próprio governo para a gestão Dilma, Lula ressaltou que a continuidade é da política e não das pessoas, e que a presidente eleita tomará as decisões sem seus palpites e opinião.
Assim como o Mano Menezes, que quando foi chamado para a Seleção não disse quais jogadores deveriam ficar no Corinthians, eu não darei palpites nas pessoas que ela deve escolher. Ela sabe que ela tem que montar uma equipe que, primeiro, seja harmoniosa. Se o time não estiver coeso, se o time não estiver treinado e não tiver com muita harmonia entre os jogadores, se eles estiverem brigando entre si, o jogo não dá certo. Essa mulher tem o direito de montar uma equipe excepcional.
Segundo Lula, o “jogo” tende a ser cada vez melhor para o Brasil, pois o cenário que a nova presidenta encontrará será melhor do que o encontrado por Lula em 2003, uma vez que a bancada no Congresso Nacional está mais consolidada e que haverá senadores “com menos raiva” do que os que saíram, o que é melhor para o País, já que conversar e dialogar com a base aliada e com a oposição faz parte da “lógica do jogo”:
O Congresso é a cara da sociedade. Eu fico olhando vocês aqui e vejo que o Congresso tem a média da cara de vocês. Tem gente de todas as classes sociais, tem gente de todas as origens, tem gente de todas as cores, tem gente de todas os estados. Só de não brigar, conversar, é uma vantagem. E é importante lembrar que nós conseguimos aprovar tudo o que mandamos para o Congresso, com exceção da CPMF. Mas agora a nova safra de governadores vai dizer o que vai querer e todo mundo sabe que vai precisar de dinheiro para a saúde.
Ouça aqui a íntegra da entrevista concedida pelo presidente Lula e pela presidente eleita Dilma Rousseff:

Outro ponto abordado pelo presidente é o fato de Dilma ter conhecido o governo por dentro e as reais necessidades do País quando foi gestora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que fez com que ela estudasse e se aprofundasse nas questões de relevância nacional, especialmente as ligadas ao desenvolvimento. Essa seria uma grande vantagem dela, afirmou Lula, porque ela ajudou a “colocar o carro na rua”:
O carro não está na garagem, o carro está engrenado, o motor está regulado, o carro está andando a 120 por hora. Ela se quiser pode pisar um pouco mais no acelerador e chegar a 140, 150 por hora. Ela não tem por que brecar esse carro, só tem que dirigir com muita responsabilidade e olhar bem as curvas. Porque a Dilma aprendeu na Unicamp e aprendeu no governo que ela foi chefe da Casa Civil que não existe mágica na economia. É seriedade e isso ela tem de sobra para fazer o País dar certo. Do pré-sal, por exemplo, ela sabe mais do que eu. Do pré-sal ela é doutora, eu é que sou o estudante aqui.
Em relação ao câmbio, Lula ressaltou que não é o momento de se fazer mudanças mas que tanto ele como Dilma defendem o modelo de câmbio flutuante. “Nós vamos fazer o que for necessário para garantir que a Dilma receba o governo no dia 1 de janeiro sem nenhuma preocupação, sem nenhum percalço. Vamos fazer todo o necessário para deixar o governo sem nenhum problema a ser resolvido”, disse ele.

O presidente Lula lembrou que assuntos como a compra de aviões militares pelas Forças Armadas, as escolhas do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do novo presidente da Anatel, e a extradição de Cesare Battisti, serão tomados ainda em seu governo.

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