quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A “Bomba-relógio” de Kerry e dos sionistas sem-noção e o genocídio dos beduínos

10/12/2013, [*] Moon of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Plano Prawer por Latuff

O governo de Israel quer “limpar” a terra dos beduínos, varrendo os 70 mil beduínos que lá vivem desde tempos imemoriais e empurrá-los para algumas cidades desoladas. Em seguida, entregará as terras dos beduínos para colonos judeus e alguma mísera compensação para os beduínos. Esse plano é chamado Plano Prawer-Begin. O governo israelense precisa que o Parlamento aprove e, para facilitar a aprovação, mentiu que os beduínos haviam concordado com o plano.


Assim, o projeto foi aprovado em primeira votação baseada na suposição de que os beduínos teriam concordado, disse Levin em carta dirigida a Begin. Mas – como hoje se sabe – os beduínos não aceitaram o plano, que agora será usado como ponto de partida, não como o fim das demandas deles, disse Levin.

Mas a atitude do Parlamento de Israel nada tem a ver com oposição à limpeza étnica, nem com reconhecer a necessidade de solicitar a aprovação dos beduínos. Nada disso. Os deputados israelenses sentem-se ultrajados, porque o plano prevê compensação (parcial) aos beduínos proprietários da terra. Os deputados do Parlamento de Israel preferem o genocídio, matar os beduínos:

Deputados árabes do Parlamento mostraram-se muito agitados durante a discussão do Plano, e alguns foram retirados da sala por estarem promovendo tumulto. O deputado Taleb Abu Arar, do partido UAL-Ta’al (Movimento Árabe para a Renovação), disse que as palavras de Begin “são a prova de que ele é racista. Begin odeia árabes.

Essa lei causará uma Intifada no Negev – disse ele.

Vocês querem transferir uma população inteira! – disse a deputada Hanna Swaid (do partido Frente Democrática de Paz e Igualdade, Hadash).

A deputada Miri Regev, presidente da Comissão e membro do partido Likud, respondeu: Exatamente. Como os norte-americanos fizeram com os índios.

John Kerry, a caráter
Essas ideias parecem já ter o apoio do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, o qual, há poucos dias, declarou que a população de não judeus na Palestina seria uma bomba-relógio:

Quero agora voltar um momento ao processo de paz, porque há nova ameaça existencial contra Israel, da qual a diplomacia pode dar melhor conta que o uso da força. Refiro-me à dinâmica demográfica que bloqueia o futuro de Israel como estado democrático, a menos que se resolva o conflito Israel-Palestinos por uma solução de dois estados.
A força não conseguirá nem derrotar nem desativar a bomba-relógio demográfica.

Assim sendo, dado que, para John Kerry, as crianças palestinas e beduínas são “uma ameaça” e “uma bomba”, o que mais os sionistas poderiam fazer, além de desativar aquelas crianças... fazendo a elas o que “os norte-americanos fizeram com os índios”?!
_____________________________________


[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como“Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). No Brasil, produzimos versão SENSACIONAL, na voz de Cida Moreira, gravada em “Cida Moreira canta Brecht”, que incorporamos às nossas traduções desse blog Moon of Alabama, à guisa de homenagem. Pode ser ouvida a seguir:


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.