quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Bandar “Bush”(Arábia Saudita) apresenta plano revisto sobre a Síria... Putin rejeita tudo.

11/12/2013, Al-Manar TV
(traduzido do árabe/inglês e interpretado por Intibah & Ghassan)
Distribuído (em inglês) no Facebook, por Pepe Escobar)
Traduzido para o português pelo pessoal da Vila Vudu

“Putin recomendou que Bandar consulte um bom taxidermista”

Bandar bin Sultan e Vladimir Putin na reunião de 6/12/2013
A reunião, semana passada em Moscou, entre Putin e Bandar, foi simplesmente apagada da imprensa-empresa universal e nada transpirou para o resto do mundo, até que Al-Manar mais uma vez publicou “vazamentos” detalhados, hoje, no artigo que se lê (em árabe) no endereço acima. São mais uma vez “vazamentos” obtidos de “fonte segura e confiável” na Rússia. É óbvio que depois do fracasso abissal da primeira visita de Bandar a Putin em agosto, e depois de seu desapontamento, quando os EUA não atacaram a Síria, Bandar voltou à Rússia com uma agenda revista, numa desesperada tentativa de obter algum resultado, qualquer um, que o salve de descomunal humilhação, seja em casa, seja em todo o planeta.

O artigo é de autoria de Daoud Rammal e cobre basicamente os seguintes pontos:

Bandar teve a ousadia de voltar e dizer a Putin que aceita que, quando se reunir a conferência de Genebra-2, Al-Assad permaneça no governo durante uma etapa de transição, sob a condição de que o poder administrativo seja entregue a um colegiado a ser constituído, e que deverá incluir representantes de todas as facções, apoiadores e oposição, e sob a condição de que seja chefiado por membro da oposição. Durante esse período, a Arábia Saudita deseja que a liderança russa pressione Assad para que não convoque eleições presidenciais em 2014 e permaneça no poder como interino até que se redija e aprove-se nova Constituição, depois do que, sim, pode haver eleição presidencial. Disse também que a Arábia Saudita está preparada para considerar a possibilidade de contribuir para a reconstrução da Síria.

A resposta de Putin foi:

  • A Síria está obtendo incontáveis vitórias; e a oposição armada por Arábia Saudita e Qatar e Turquia só tem conhecido derrotas.
  • As forças armadas apoiadas pela Arábia Saudita nada têm a ver com a oposição que deseja mudanças democráticas; e a intervenção dos sauditas destruiu aquela oposição, para dizer o mínimo.
  • As forças armadas de que a Arábia Saudita fala como se fossem alguma oposição não passam – do ponto de vista da Rússia – de bandos terroristas; a verdadeira oposição é representada por civis.
  • Nem a Rússia nem a Síria precisam de dinheiro saudita para reconstruir a Síria.
  • A Síria tem aliados – russos, iranianos ou chineses, dentre outros – que têm comprovada competência técnica e capacidade financeira para reconstruir a Síria, até, para que seja melhor do que antes.
  • A Federação Russa e os EUA já obtiveram entendimento estável e final sobre a situação na Síria e na região, e o lado americano está tão convencido quanto nós, russos, de que o terrorismo Takfiri representa perigo para a segurança dos EUA, para a segurança da Rússia e para a segurança global.
  • A Europa já está muito próxima de alinhar-se com a posição dos EUA e já se ouvem vozes de temor, que falam de os terroristas começarem a voltar à Europa, depois de terem sido autorizados a sair de lá para ir para a Síria.
  • Os russos aconselhamos vivamente a Arábia Saudita e todos os que trabalham contra uma solução política e pacífica para o conflito sírio a modificar suas políticas e a parar com qualquer ato de provocação e instigação sectária; aconselhamos também vivamente que cortem todo o apoio ao terrorismo, porque essa é espada de dois gumes que repercutirá também dentro da Arábia Saudita, e com tal impulso que o governo da Arábia Saudita não conseguirá contê-la.
  • A atual posição da Arábia Saudita e a constituição do Reino Saudita não os põem em posição para liderar “mudanças de regime” em outros pontos do mundo, nem para fixar parâmetros de respeito a direitos humanos e democracia, enquanto o povo saudita padece sem liberdade política, religiosa e de informação; com as mulheres sauditas sem direito a usufruir sequer os direitos mais mínimos.
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[*] Daoud Rammal é um jornalista libanês sediado em Beitute. Escreve usualmente na imprensa do Oriente Médio (Al Manar, Al Monitor e outras publicações em papel ou eletrônicas). Algumas vezes seus trabalhos são publicados na imprensa eletrônica ocidental como no sítio Rebelión da Espanha, p.ex..

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