17/9/2012, Batoul Wehbe, Al-ManarTV, Beirute (vídeo e fotos)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Sayyed Hassan Nasrallah |
Imensa
manifestação convocada pelo Hezbollah em protesto contra um filme anti-islamista
e realizada na segunda feira foi coroada por uma surpreendente rara aparição
em
público do Secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, que foi ovacionado pela multidão.
Centenas
de milhares de pessoas tomaram as ruas dos subúrbios do sul de Beirute, Dahiyeh,
respondendo à convocação de Sayyed Nasrallah, no domingo, para protestar contra
filme que insulta o Islã e o Profeta Maomé, em manifestação gigantesca que
Sayyed Nasrallah chamou de “Manifestação Gigante de Lealdade ao Profeta Maomé”.
A
multidão explodiu em manifestações de alegria, ao ouvir a saudação já conhecida,
tantas vezes repetida por Nasrallah: “Ah,
o povo mais honrado entre os honrados, o povo mais dignificado entre os
dignificados, povo mais purificado dos purificados... Que a Paz esteja com
vocês!”. São exatamente as mesmas palavras com que Nasrallah saudou a
multidão na abertura da cerimônia comemorativa da vitória na guerra contra
Israel, em julho de 2006.
Sua
Eminência começou sua fala, que durou menos de 15 minutos, agradecendo a
participação de todos naquela manifestação, em que tantos se reuniam para honrar
a convocação em
nome do Profeta Maomé. Agradeceu também ao Movimento Amal, que
convocou seus apoiadores a participar das várias manifestações planejadas, a
primeira das quais aconteceu hoje.
Recitando o Capítulo
Al-Masad do Santo Corão, Nasrallah disse: “Que pereça o poder de Abu
Lahab e que ele pereça também. De nada lhe valerão os seus bens, nem tudo quanto
lucrou. Entrará no fogo flamígero (Alcorão 111:1-3)”. [1]
Em
breve arderá em chamas que queimam, que inflamam. E sua esposa, portadora do
combustível... Pelo pescoço dela descerá uma corda bem torcida.
Para
que as câmeras de televisão registrassem, Sua Eminência pediu que a multidão
repetisse suas palavras – como no “microfone do povo” das assembleias do
movimento Occupy Wall Street:
“Oh,
Mensageiro de Alá! Meu sangue, minha família, a riqueza e tudo que recebi de
Deus são oferendas que faço para Tua dignificação, Tua veneração e Tua honra.
Que todo o mundo ouça essas palavras. Profeta, morremos por Ti. Minha alma e meu
sangue estão a Teu serviço. Alá é testemunha do que nós dizemos, o sangue dos
nossos mártires, as feridas dos nossos feridos, nossas casas demolidas até o
chão, todos dão prova de que sacrificaremos tudo, em teu nome, oh, Profeta”.
Depois
do “microfone do povo”, Nasrallah continuou: “Todo o mundo deve entender a
relação profunda que temos com nosso Profeta. Ainda há quem não entenda e não
entenda tampouco a extensão do insulto que nos fazem, em algumas cenas daquele
filme. Massacraram Seu Santo Corão, a biografia do Profeta e o Islã, num
fragmento de 12 minutos de filme. O que mais podem ter feito no restante do
filme?”
Sayyed
Nasrallah recomendou que o filme não volte a ser exibido pela Internet e
instruiu os libaneses a boicotar páginas de internet que insistam
em exibi-lo. “Os
EUA têm de entender que a exibição completa desse filme terá
consequências perigosas, muito perigosas, e repercussões em todo o mundo”.
“Povos
e governantes devem pressionar a comunidade internacional para que aprovem leis
nacionais e internacionais que definam como crime qualquer insulto contra nossos
profetas e todos os profetas das três religiões planetárias que o mundo conhece”
– disse Sua Eminência, falando de cristianismo, islamismo e judaísmo.
“A
Ummah islâmica tem o dever de defender o Profeta Maomé. Fracassar nessa
defesa é fracassar nos deveres que aUmmah tem com seu Profeta. Fracassar
na defesa do Profeta Maomé deixa aberta a porta para futuros abusos”.
Sua
Eminência destacou que a manifestação de hoje não é ação isolada, mas o início
de uma série de manifestações que devem prosseguir.
“Não admitir ofensas a nosso
Profeta é responsabilidade nossa. E digo-lhes que Alá fará chover bênçãos, as
maiores bênçãos, sobre vocês, os que amam o Imã Hussein (AS) [2].
Que
todo o mundo veja que as nossas multidões, que eles hoje veem no 10º dia do
Muharram [3], estão
gritando como uma só voz: “Labayka ya Hussein” (“Estamos a Teu serviço,
oh, Hussein”); e que nunca desanimarão na defesa do neto do Profeta Maomé. Que
ninguém suponha, nem por um momento, que desistiremos desse combate”.
[4]
[Veja
imagens e assista vídeo diretamente
na Al-ManarTV; não foi possível incorporar o vídeo, pois a emissora não
liberou o código.]
Conseguimos, todavia, um vídeo na Russia Today TV, a seguir:
Notas
dos tradutores
[1]
Santo Corão, 111:001-003, uma profecia corânica, aí
em tradução da União
Nacional
Islâmica onde se lê: “Abu
Lahab, veemente opositor do Islã, aparece numa das profecias do Corão que se
realizaram”.
[2]
Leia sobre o martírio
do Imã Houssein no ano 40 da Hégira, após um califado de 4 anos e 9
meses, e evento central do islamismo xiita.
[3]
Leia sobre o mês sagrado do Muharram,
primeiro do calendário da Hégira. [4]
Aqui
parece haver um subtexto que não se alcança, se não se souber que o mês sagrado
do Muharram é mês selecionado pelo Profeta para que, durante esse mês os
muçulmanos exercitem a tolerância e evitem todo tipo de discussões, brigas e
violência em geral. A frase “que eles hoje veem no 10º dia do Muharram”,
parece-nos, deve ser interpretada como “nós, que eles aqui veem indignados,
ofendidos, mas ainda fazendo um esforço máximo de tolerância e reunidos
em manifestação pacífica” [Essa nota aqui fica, à espera de correção mais bem
informada].
(comentário enviado por e-mail e postado por Castor)
ResponderExcluirA visão alcorânica do inferno é mais horripilante que a cristã. Como estamos retrocedendo há 1.000 anos, conviria aos não muçulmanos lerem o Livro Sagrado do Islam. Combinado com os Evangelhos e o Pentatêuco, o leitor entenderá como o Ocidente pentagonal é burro e delinquencial. O livro de Samuel Hutington (O embate de civilizações) - o mesmo scholar que dava uns conselhos ao general Golbery, para "adoçar" o regime de 1964 - se relido agora, não passa de um manual de instruções da nova estratégia pós-soviética do imperialismo. Óbvio.
Abraços do
ArnaC