Gabriella (Biella) Coleman, LIMN, n. 2: Crowds and Clouds
Traduzido
pelo pessoal da Vila
Vudu
Máscara de Guy Fawkes |
Aprender
como funcionam os Anonymous significa
aprender a ser um. Gabriella Coleman narra sua experiência de viver entre
mundos.
_____________________________________________________
Biella Coleman |
A1:
todos confiam em você, então você ’tá fazendo direito alguma coisa
A1:
uma menina me disse uma vez
A1:
“oh, você anda conversando com aquela biella outra vez”
A1:
“ela é o mááááááximo”
Era
dezembro de 2010, e meus planos eram simples: terminar o manuscrito do meu livro
sobre a política do hacking dos programas gratuitos de fonte aberta e
passar algum tempo com minha família numa ilha no litoral do estado de
Washington. Isso, até que os Anonymous novamente ergueram a cabeça na
toca. Enquanto a família andava de bicicleta dias inteiros e assistia a filmes
até a madrugada, eu vivia sobre meu laptop, obcecada com os Anonymous, um nome e um feixe de ideais
tomados por diferentes indivíduos e grupos, para organizar ações distintas,
muitas vezes sem qualquer relação entre elas, desfechando ataques temerários de
ativismo pelos direitos humanos da tecnologia.
Embora
no inverno de 2008, várias pessoas tenham surgido em diversas manifestações e
atividades políticas sob a bandeira dos Anonymous (antes disso, o nome aparecia
só, quase exclusivamente, associados a ações por Internet), só em dezembro de 2010 o nome
chegou plenamente à discussão pública.
Desenrolando-se
ante os meus olhos, ali estava uma campanha de “negação de serviço distribuída”
[orig. distributed denial of service (DDoS)], a Operação Dar o Troco, #operationpayback. Meu trabalho de
pesquisa, é claro, apareceu bem sem graça aos que me cercavam; mas o que eu
estava vendo acontecer no Internet Relay Chat (IRC) – o sistema nervoso
central de tantas interações de geeks e hackers – tinha muita,
muita graça, e nada de tédio. Normalmente sede de conversação viva, mas comum e
mundana, legiões de indivíduos escreviam sem parar na sala de bate-papo da #operationpayback, onde se discutiam e
coordenavam as ações. A certa altura, o canal chegou a 7 mil participantes e
entradas. Muitos estavam contribuindo para a campanha de DDoS dedicada diretamente a derrubar os
servidores de Visa, Mastercard e PayPal.
A
organização WikiLeaks de Julian Assange acabava de provocar vasta tempestade
política, ao distribuir 220 telegramas diplomáticos confidenciais, e aquelas
empresas estavam sendo alvejadas na #operationpayback, porque se haviam
recusado a aceitar doações para Wikileaks.
Durante
todo o mês de dezembro, assisti em silêncio ao frenesi de trabalho dos AnonOps, insegura, sem saber como ou
quando intervir, dado o ritmo frenético das conversas, que disparavam vários
tópicos que iam, da secular tradição de fazer piadas com o FBI, a discussões
densas, nas deliberações éticas sobre os ataques DDoS usados como tática de protesto. No
início de janeiro, meu silêncio chegou ao fim, quando um punhado de Anons puseram-se a falar de
mim:
A1:
Alguém aí conhece [confirma] biella?
A2:
Falei com ela hoje, mas...
A3:
Você conhece ela, A2?
A2:
Se ela me mandou mensagem direta pelo Twitter, talvez
conheça.
A3:
“biella está fora. Não estou aqui agora” e nem sinal de @ em nenhum dos 7
canais...
A2:
Se é a biella do Twitter, já falei
com ela antes
A1:
Talvez logo logo precisemos de jornalistas daqui.
A1:
(Temporariamente.)
A3: Quem
sabe ela volta mais tarde.
Você
está sendo chamada por A2: (oi,
biella, pode me escrever na MD do Twitter por favor? Obrigado!)
[Entrei
na conversa, muito nervosa]
biella:
Oi A2 A1
biella:
Desculpe, mas estava na cozinha
biella:
aqui sou eu
[...]
biella:
mandei vários jornalistas para cá
biella:
e atualmente estou escrevendo sobre os Anonymous
[...]
A2:
Oi, biella, desculpe o mau jeito.
biella:
Não, tudo bem, ok
biella:
você avisou :-) e eu demorei muito, ando parada
biella:
mais do que gostaria
A1: Nós
somos muito seletivos e às vezes meio paranoicos, com usuários que entram e não
aparecem [não escrevem]
Foi
momento de tudo ou nada. Se aqueles Anons me definissem sob luz desfavorável
(como não confiável, atrapalhativa ou as duas coisas), minha pesquisa acabaria
ali. Mas aqueles Anons não só não
pareciam incomodados com a minha presença, como pareciam estar gostando de
ter-me por ali. Depois dessa conversa, aproximei-me mais, passando cerca de
cinco horas por dia no IRC, acompanhando de seis a 12 canais do IRC ao mesmo
tempo, sete dias por semana.
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Seguir
a atividade de AnonOps e algumas
outras redes de Anonymous foi,
simultaneamente, entusiasmante e frustrante. Os Anonymous são clandestinos e sempre
crescentes, com uma arquitetura labiríntica em constante mutação. A
qualquer momento pode haver de duas a cinco redes IRC ativas, cada uma delas com
dúzias de canais, nos quais os Anons
interagem, às vezes à sério, às vezes brincando. Às vezes as duas coisas, sem
que se possa saber o que é uma, o que é a outra.
Em
apenas quinze minutos, numa única sala de bate-papo, pode haver gente fazendo
piadas sobre fapping(“masturbação”, para o mundo exterior), em discussão
séria sobre a mais recente legislação antipirataria em votação no Congresso ,
respondendo perguntas de algum jornalista que apareceu de visita, lançando as
mais virulentas acusações contra pessoas, e saudando a antropólogo que apareceu
por ali. A sequência abaixo é bom exemplo da vida conversacional no IRC, de
múltiplas camadas, às vezes caótica e quase sempre em tom de brincadeira ou
farra:
S: Três policiais foram levados ao hospital com ferimentos graves, segundo a Polícia. Varsóvia. [notícias dos confrontos na Polônia, no Dia da Independência]
anonreporterX: Os Anonymous indicam ou indicaram algum tipo de liderança ou porta-voz? Sim? Por quê? Não? Por quê?
j:
se não há líderes, e a massa não lidera nada.
j:
quem teria capacidade para “apontar líderes”
j:
?
anonreporterX:
Perguntei primeiro.
S:
Verdadeiros líderes sempre falam por qualquer um.
anonreporterY:
Mesmo assim. Aqui é Neil Young. Seria um grande presente #anonspoxNYoung
M:
Anonymous deixa de ser anonymous se tiver líder nomeado...
j:anonreporterX,
eu sei. Estou querendo mostrar a você, só usando senso comum e raciocínio lógico
j:
poder raciocinar [para demonstrar] que nunca haverá nem pode haver um líder
j:
mesmo sem perguntar se há
j:
:)
k: ^mode (+v biella) by
S
j: aparece
uma biella selvagem!
P: Pegue
ela!
***x
pega a biella selvagem
x: :p
biella::-)))
j: lol
biella: uma biella com sono/acordei agora
j: lol
biella: uma biella com sono/acordei agora
biella: bom
ver que voltaram [porque um canal estivera fora do ar por algum tempo]
j: então
bom dia :P
[...]
M: Aloha!
x: lol
P: lol
x: aloha!
anonreporterX: não
me parece realista: 1. Anonymous já está tendo de lidar [com o problema] de
definir quem representa e quem não representa as intenções do movimento (bloco
negro em Oakland) e...
x: não
j: anonreporterX,
onde está dito quem representa e quem não representa os Anonymous?
j: da
última vez que verifiquei, todos os que estavam tentando, levavam chutes na
bunda :P
Enquanto
prosseguia a conversa, provocada pela pergunta de AnonreporterX sobre liderança,
contei a um Anon que gostaria de
escrever um ensaio antropológico sobre a obsessão dos jornalistas com líderes e
lideranças. Nessa conversa privada, ele fez uma pergunta e
comentou:
A8: sobre o quê?
biella: o
desejo dos jornais e mídias, de encontrar um líder, diz mais sobre a relação
entre repórteres e editor, e algumas obsessões internas da cultura
norte-americana
biella: que
qualquer outra coisa
A8: pura
verdade
A8: Nunca
vi europeus e outras mídias, obcecados, como nós, com lideranças
biella: EXATAMENTE
A8: Mas
o Reino Unido também tende a sensacionalizar a
coisa
Como
parece óbvio, muito do tempo que passo com os Anonymous são conversas pelos canais
públicos, canais privados ou com Anons “pessoais” e raramente escrevo com
objetivos claros; quando faço perguntas diretas aos Anons, também estou seguindo o fluxo,
fazendo como todos à volta parecem fazer.
Esse
flanar sem objetivo claro é importante, porque captura um dos dois mais
importantes tipos de trabalho e de interatividade que os Anons prezam. Um deles
é uma forma de socialidade carismática muito comum no IRC onde a esperteza, o
“jeito”, a “manha” e a capacidade de brincar e surpreender chama a atenção e,
não raras vezes, gera reverência e respeito.
Roger Abrahams |
A
forma de interatividade e destreza verbal comum no IRC é semelhante a um tipo de
conversa descrita como típica do “homem de palavras” [orig. “man of
words”], pelo conhecido folclorista e estudioso de culturas afro-americanas
Roger Abrahams. “Um homem de palavras é nada”, explica Abrahams, “a menos que
consiga, por um lado, alinhavar uma surpreendente peça de retórica oratória; e,
por outro lado, capturar a atenção, a adesão e a admiração da audiência pela
fluência, potência da voz, capacidade de manobrar a sociedade e resistência
psicológica”.
Abrahams
identifica duas categorias de homem de palavras: o que exibe floreios retóricos
altamente trabalhados em cenários formais; e outro, que brota informalmente e
espontaneamente na esquina, no quinta, sobretudo quando bebe [orig. over
rum], discurso caracterizado por conversa mais engraçada, de mais baixo
calão e não refinada. Não surpreendentemente, esse segundo tipo de
brincadeira-duelo verbal é o mais frequente no IRC, embora com algumas
importantes diferenças, dados os traços especificamente tecnológicos desse
espaço técnico.
Apesar
da atmosfera às vezes barulhenta, de gargalhadas, prazer e jogos verbais comum
no IRC, mesmo assim os Anonymous são
assunto bastante sério, o que nos leva à segunda forma de trabalho e
interatividade considerada essencial para conquistar prestígio e respeito na
rede.
Na
rede AnonOps, como em outras redes Anonymous , os Anons ganham respeitabilidade e
prestígio quanto mais se engajem em intervenções de ativismo, algumas ilegais e
arriscadas; muitos têm sido presos. Trabalhando em ações políticas definidas
coletivamente, e trabalhando na infraestrutura que suporta esse tipo de trabalho
(cuidando, por exemplo, do servidor IRC), os indivíduos constroem confiança
entre eles. Um dos operadores e organizadores chaves de uma operação chave no
Oriente Médio, que deu assistência tecnológica aos ativistas que estavam em
campo em janeiro de 2011 e ajudou a catalisar a cadeia de intervenções
coordenadas por Anonymous no Oriente
Médio – que recebeu o nome de Freedom Ops [Operação Liberdade], explicou,
como segue, essa dinâmica:
biella: mas
estou tentando entender como acontece de as pessoas começarem a trabalhar juntas
e a confiar umas nas outras
biella: você
me pareceu a pessoa certa para perguntar, porque você anda nessa há muito tempo,
conhece muita gente etc etc. É um enigma. Talvez seja mesmo um
enigma
a: bom...
acho que se vai fazendo alguma coisa e assim se ganha respeito e, no processo,
você ganha "amigos"
a:
também acontece de, se alguém me ajuda, eu sinto vontade de ajudá-lo também, em
troca
biella:
e você pode dar um exemplo de alguma coisa que você fez e que lhe valeu esse
respeito (se foi coisa legal, claro :-))
biella:
e, por favor, pode comentar também a questão dos
“amigos”?
a:
bom... eu criei e coordenei a op ##
biella: ok,
claro! Entendo muito bem por que aquilo o tornou muito respeitado ;-)
biella: não
sabia que você...
a: é
que trabalhei muito, mais de 20 horas por dia, dormindo 4 horas à noite
a: por
quase duas semanas
biella: e
os outros começaram a ajudar e o resultado é que todos se sentiram próximos e
unidos
a: é.
E apareceram uns sujeitos – que hoje são “famosos” – e disseram “posso ajudar”,
e trabalhei com eles, porque eles ajudaram mesmo
biella: você
quer dizer, hackers?
a:
é ;)
Se
os Anons ganham respeito público por
uma combinação de socialidade carismática e especialmente muito trabalho... E
eu? Não mantenho ativo um servidor IRC nem estou engajada em ações políticas.
Com certeza, todas as horas que passei no IRC foram essências
para forjar linhas de comunicação e construir confiança entre (pelos menos
alguns) Anons. Sei me ‘segurar’ no
IRC e gosto de conversar ali, o que explica por que escolhi estudar os mundos
geek e hacker: mundos coletivos inseparáveis, em algum nível
fundamental, dessa arquitetura comunicacional.
Mas
num certo ponto, ficou absolutamente claro que minha pesquisa era bem mais
complicada do que simplesmente “conversa dura pelo IRC”. Eu também estava
acrescentando trabalho no panelão coletivo. De fato, tenho o duvidoso mérito de
ter encaminhados umas duas dúzias de repórteres até lá, ensinando-os a encontrar
os Anonymous e a entrevistá-los pelo
IRC. Durante quase todo o inverso e a primavera de 2011, ajudei a reunir
repórteres no canal designado para eles. Obriguei-me à rotina das perguntas
infinitamente repetidas, em mais de 80 entrevistas a jornalistas. Respondi as
mesmas perguntas muitíssimas vezes, por escrito, na televisão e em entrevistas filmadas.
Depois de alguns meses desse tipo de trabalho “midiático” – que
pode viciar, como alguns tipos de trabalho – já era bem claro que eu também
estava conquistando acesso mais fácil, algum respeito e confiança, tantas vezes
fui vista na televisão. Os Anons
passaram a fazer muitos comentários, reflexões, elogiavam e criticavam depois de
cada noticiário que viam pela TV, ou liam na imprensa ou em aulas e conferências
às quais compareciam.
Minha
mágica etnográfica, tomando emprestada a expressão famosa criada por Bronislaw
Malinowski há muito tempo, pode estar no modo como me comporto nas aulas,
palestras e com a imprensa – algo que jamais esperei que acontecesse, quando
esse projeto começou. O trabalho etnográfico não raras vezes trata de vidas e
pensamentos privados de indivíduos, ou tem a ver como modalidades públicas de
interação; não se trata do agir em público, nem da face pública dos sujeitos ou,
como nesse caso, da não face dessa entidade sem rosto.
Alcancei
algum respeito entre os Anons, porque
trabalhei aplicadamente para dissipar mitos. E tive de, literalmente, aprender
algumas “manhas”, para fazer isso, porque tantos jornalistas, sobretudo nos EUA
e no Reino Unido, mais fizeram reduzir e recortar as questões, do que tentar
vê-las pelo que são: apresentaram os Anonymous no papel de
hackers-“bandidos”, conduzidos por uma coorte de líderes, dentre outras
distorções.
Em
muitas aparições na mídia e entrevistas, sempre disse coisas que os próprios Anonymous não diriam (ou diriam em
outros termos). Algumas vezes, os contradisse declarada e abertamente. Por
exemplo, no passado, muitos Anons costumavam dizer “não somos hackers,”
afirmação que se tornou muito mais difícil, depois do início das operações de
hacking-vazamentos, a partir de março de 2011. Expliquei várias vezes: há
hackers, mas Anonymous não é
simplesmente um coletivo de hackers. E algumas vezes, mais
significativamente, fiquei calada. Há muito que não digo nem, hoje, gravo ou
escrevo.
Recentemente,
expliquei a um simpático repórter, numa longa entrevista, sobre o vai-e-vem de
estudar os Anonymous: “Há coisas
sobre os Anonymous sobre as quais de
fato não posso escrever, porque ainda não as entendo suficientemente bem. É
preciso discriminar e manter-me discreta, porque há muita política de fundo de
salão, que precisa de tempo para desenvolver-se, antes de poder ser discutida”.
Também expliquei que acontece de me sentir colhida em redes de duplicidades,
também eu: “Sei que estou operando dentro de redes de duplicidade”.
“Aprendi a confiar em alguns Anons e mais vezes há do que não há
empatia, mas também sei que duplicidade é o nome do jogo – desinformação e
engenharia social – e também esperneio nessa rede” – disse Coleman. “Mas se as
coisas fossem claramente definidas e transparentes, não seriam tão politicamente
efetivas”.
[1]
Se
Abraham identificou o “homem de palavras”, uma modalidade de conversa também
integral da vida comunicacional no IRC, melhor seria descrever-me, eu mesma,
como a mulher das palavras comedidas, pelo menos na mídia ou quando falo. Embora
eu seja do tipo super-atento que os Anons avaliarão criticamente, quando,
vez ou outra, dissecam o que escrevo, cuido muito deliberadamente do que digo e
não digo em público, porque sei que tudo que eu diga ou não diga afetará e
modelará o tipo de acesso que os Anonymous tem-me garantido. Não
significa que me encolherei em silêncio.
De
fato, falar com clareza sobre algumas questões – como reconhecer que também a
informação de que disponho pode não ser acurada – tem-me valido boa aprovação.
Mas tudo é, sempre, questão de “jeito”, de “manha, quando se trata de o que
dizer, quando e onde, sobre os Anonymous.
No
IRC, como todos à volta, muitas vezes cedo à espontaneidade dos jogos verbais e
das conversas sem rumo, ou cifrada. Nos contatos com a imprensa, nunca: sempre
assumo posição distanciada e moderada. Muitos Anons atentos a essas minúcias (muitos
absolutamente não tomam conhecimento) conhecem esses dois lados, cada um deles
performativo de pleno direito, embora exijam diferentes quantias de ‘'jeito'’ ou
de ‘'manha'’.
Será que assim – com trabalho deliberado para a mídia e socialização
espontânea no IRC – vou-me convertendo em mais um (a) Anonymous?
Nota
dos tradutores
Olá, gostaria de saber se posso reproduzir o conteúdo no Ciranda.net. Nas duas versões, em inglês e português, vlw!
ResponderExcluirMeu caro!
ExcluirO bloguinho foi feito pra isso!
Abraço
Castor
PS Se nãp for incômodo, cite a fonte1(hehehe)