7/6/2012, Association Avanti !
01
Traduzido
pelo pessoal da Vila
Vudu
Toni Negri |
Dia
19/11/2011, durante a criação das peças de teatro L’Homme qui rit [O
homem que ri] e Renzo le partisan [Renzo, o guerrilheiro], de
Barbara Nicolier, no Teatro Gérard Philippe, Antonio Negri conversou com a
Associação Avanti!01.
Corrupção
e repressão são os principais temas de O homem que ri. Um alto
funcionário do governo tenta fazer um acordo histórico. É sequestrado e
condenado à morte.
Juventude
e violência são os temas de Renzo o guerrilheiro. Renzo chega ao fim da
adolescência no caos da IIa. Guerra Mundial. O primeiro beijo, o primeiro tiro.
Ao ritmo desse aprendizado de humanidade, vai-se construindo uma
República.
Na
segunda parte da entrevista (sobre Renzo, o guerrilheiro, 5'57), Antonio
Negri fala do uso necessário das armas, segundo Maquiavel, e dos movimento
pacifistas, como as acampadas e o movimento 15 de
mayo:
TONI
NEGRI: “Não se pode fazer revolução sem armas” – a frase é de Maquiavel, não
minha. Para conquistar o poder, é preciso ter dinheiro e armas, dinheiro e
armas. O dinheiro também pode ser o heroísmo, a união de irmãos na luta... E as
armas, não sei, podem ser até a não violência. Mas em todos os casos é preciso
saber usar a força. Ninguém dá poder a ninguém.
Não
quero insistir na luta armada, porque é coisa talvez superada, na forma em que a
vivemos, como herança da Revolução Russa, da Resistência ao fascismo. Tudo isso
talvez esteja acabado, esse tipo de prática. Mas é claro que a resistência dos
pobres contra a opressão dos ricos, isso continua a ser ponto fundamental.
Talvez,
hoje, a resistência não armada, não violência, consiga vencer. Espero que vença.
Por exemplo, o movimento dos acampados, é algo novo, não só do ponto de
vista da mobilidade, da capacidade de intervir que talvez tenha o movimento
twitter... Também do ponto de vista de haver muita gente junta, na
construção de uma linha estudada em conjunto, todos juntos, e eles mesmos, sem
nada de representantes e de representação.
Não
sei o que acontecerá na Espanha depois das eleições, nas quais é muito provável
que a direita ganhe. E o que a direita fará contra o movimento
dos indignados. O que acontecerá? No fundo, na Espanha, como em outros
países, a questão de fundo, que está na ordem do dia, é a questão da
resistência.”
Primera
parte:
O homem que ri
(Para ler as legendas em espanhol, clique em
“CC”).
Segunda
parte:
Renzo, o guerrilheiro
(Para ler as
legendas em espanhol, clique em “CC”).
Entrevista
concedida a David Tuaillon, filmada e gravada por Numéro Deux, dia 19/11/2011.
A
música foi criada para as peças por Gabriel Scotti e Vincent Hänni.
A
tradução ao espanhol, nas legendas, é de Edurne Grau.
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