8/2/2013, Matthew
Rothschild, Commondreams
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Quando autoridades mentem muitas pessoas morrem |
Na
sabatina no Congresso, que a lei impõe como pré-requisito antes de aprová-lo
como novo diretor da CIA, John Brennan dedicou-se a enganar todos, todo o tempo.
Resposta
após resposta, nada fez além de, como um polvo, lançar sua tinta negra para
cegar e desorientar.
Ron Wyden |
O
senador Ron Wyden do Oregon disse: “Todos os norte-americanos têm direito de
saber, quando seu governo age como se tivesse o direito de ordenar o assassinato
de norte-americanos”.
Brennan
tentou convencer Wyden de que o governo Obama “é muito disciplinado e
criterioso” no modo como seleciona “os alvos”. Disse também que o governo Obama
ainda não explorou os “limites máximos” das suas justificativas legais –
argumento que dificilmente se pode considerar muito tranquilizador.
Depois de bem-vinda intervenção de
membros do movimento Code Pink que interromperam a sabatina
[vídeo no pé da postagem] e foram
expulsas do recinto, Brennan disse que há “impressão errada” e “erro de
compreensão” sobre “os cuidados que tomamos" – e acrescentou, obsceno – “e a
agonia que sofremos” no processo de decidir quem será assassinado. (Compare-se a
“agonia” de Brennan e a agonia dos familiares dos inocentes que ele já
assassinou com seus drones.)
Matthew Rothschild |
“São
ações às quais só recorremos como último recurso para salvar vidas, quando não
há alternativa” – disse ele.
Sim,
mas... e quanto ao assassinato, por seu drone, de um jovem de 16 anos,
cidadão norte-americano, Abdulrahman Al-Awlaki, filho de Anwar Al-Awlaki? O que
haveria nesse assassinato de “último recurso” para salvar alguma vida?
Infelizmente, nenhum senador fez essa pergunta.
Brennan
absolutamente não falou com clareza, respondendo sempre em frases clássicas de
duplifalar: “Temos de otimizar a transparência e, ao mesmo tempo, otimizar o
sigilo”.
Brennan
também cuspiu desinformação sobre a história de torturas e operações
paramilitares da CIA; disse que, depois do 11/9, a agência envolveu-se em
atividades que foram “uma aberração em relação ao seu papel tradicional”.
A
verdade é que nada houve ali de aberrante. Aquelas atividades são exatamente o
que a CIA sempre fez no Vietnã e no Laos nos anos 1960s e início dos anos 1970s,
e o que também fez em El Salvador e Guatemala no final dos anos 1970s e 1980s,
para ficar só nesses poucos exemplos.
Por
mais que tenha falado e refalado e desmentido a simulação de afogamento [orig.
waterboarding], recusou-se a reconhecer a prática como tortura.
E
confirmou que “parceiros estrangeiros” são hoje encarregados da guarda e
interrogatório de muitos dos homens e mulheres que os EUA mantêm presos para
interrogatório hoje. E que a CIA envolve-se também naqueles interrogatórios, às
vezes diretamente. “A CIA tem o dever de contribuir com toda a sua plena
expertise” – disse ele.
A
tal de “plena expertise” inclui todos os tipos de técnicas de tortura já banidas
pelas Convenções de Genebra Contra Tortura e Outros Tipos de Tratamento Cruel,
Desumano ou Degradante.
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