Te cuida, Tacanhêde! 8-)
21/3/2014, Russia Today (em espanhol)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Vitaly Churkin, Embaixador da Rússia na ONU |
Christiane Amanpour, na 5ª-feira (20/3/2014), em seu programa na CNN:
Continuamos tentando fazer contato com o
governo russo para que comente [o que acontece na Ucrânia], incluindo com
ocupantes de altos cargos, como o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin. Até
agora não tivemos sorte, mas talvez pessoas como Churkin sintam que não devam
abandonar sua zona de conforto.
Christiane Amanpour |
Amanpour
também mencionou a filha de Churkin, jornalista, que trabalha em Russia
Today e, há poucos dias, fez perguntas incômodas à porta-voz do
Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki, sobre suas declarações sobre a crise
da Ucrânia.
No passado, ela informou até sobre o próprio
pai – disse a apresentadora da CNN.
Pelo visto,
os mesmos valores éticos aos quais se refere a jornalista norte-americana não
se aplicariam à própria Amanpour que, certa vez, entrevistou o próprio marido,
James Rubin, então assistente da ex-Secretária de Estado, Madeleine Albright.
Da mesma “entrevista” também participou o marido de Victoria Nuland, Robert
Kagan, membro da direção da Iniciativa de Política Exterior (Foreign Policy
Initiative, FPI), e, coincidentemente, agente ativo no caso da recente
história de autodemissão, no ar, de Liz Wahl, apresentadora de Russia Today.
Em resposta
ao que disse Amanpour, o representante permanente da Rússia na ONU resolveu
escrever-lhe uma Carta Aberta, para apresentar sua própria visão da
situação:
Estimada
Sra. Amanpour,
Fui
surpreendido pelos ataques pessoais aos quais a senhora recorreu em seu
programa do dia 20/3. Conheço seu programa há muitos anos (inclusive de várias
entrevistas) e em geral respeito seu trabalho. Por isso me surpreendeu um pouco
que minha total impossibilidade de lhe conceder outra entrevista tenha
provocado aquele surto.
Quanto à
minha falta de vontade para deixar, como disse a senhora, “minha zona de
conforto”, tem toda a razão. Depois de oito reuniões do Conselho de Segurança
sobre a situação na Ucrânia e Crimeia (seis delas realizadas diante das câmeras
de televisão), sinto-me muito confortável, ao ver que se começa, afinal, a
compreender a situação real.
Se, ainda
assim, a senhora insinua que eu não quereria responder perguntas difíceis, é
porque não é suficientemente madura para saber que falei para recinto apinhado
de gente, na Catedral Nacional de Washington, em outubro de 1983, duas semanas
depois que o avião de passageiros da Coreia do Sul fora derrubado; e que em
maio de 1986 testemunhei no Congresso dos EUA, depois do desastre nuclear de Chernobyl;
para nem falar de centenas de entrevistas em centenas de outros veículos, e das
entrevistas “ao vivo”. Sou homem que pode dar aulas a muita gente sobre deixar
“zonas de conforto”.
Mas não
estaria escrevendo à senhora, se a senhora não tivesse resolvido atacar
pessoalmente também minha filha, sua colega de profissão, mais jovem que a
senhora, jornalista de uma rede russa de televisão. Sou muito orgulhoso de
minha filha, não só porque é boa jornalista, mas porque sabe manter
estritamente a distância profissional em relação a mim.
Lembro-lhe,
sobre esse tipo de comportamento, que a senhora está casada com o porta-voz do
Departamento de Estado. Como ficou sua credibilidade durante o noivado?
Não se dê o
trabalho de responder. Sua resposta não me interessa.
Vitali Churkin.
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