2/3/2014, [*] Pawel Kuczyński, ClubOrlov, Grã-Bretanha
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Ilustração: Pawel Kuczyński |
Atualização, 3/3/2014, 12h:
- O governo de Kiev anunciou mobilização geral do exército: apenas 1-1,5% dos alistados apresentaram-se.
- Uma dúzia de prefeituras, das principais cidades – praticamente todas a sudeste da linha que vai de Carcóvia a Odessa – hastearam a bandeira tricolor da Rússia.
- A nave-madrinha da Marinha da Ucrânia está navegando com bandeira da Rússia.
- O recém-nomeado comandante da Marinha da Ucrânia desertou para o lado russo, na Crimeia, poucas horas depois de nomeado.
- A maioria das unidades militares na Crimeia passaram-se voluntariamente para o lado russo, sem que um único tiro tivesse sido disparado.
- Tropas ucranianas de Kirov receberam ordem de marchar para a Crimeia, mas recusaram-se a cumprir ordens (ilegais) do governo de Kiev.
- Ao longo das últimas duas semanas de fevereiro, 143 mil cidadãos ucranianos pediram asilo na Rússia.
Há muito
tempo, tive um ótimo professor de História, que teve impacto profundo sobre o
modo como eu via o mundo. “Tudo é sempre sobre as datas” – ele nos ensinou. –
“Cuidem de não esquecer as datas, e terão a chave da História”.
Sabem como
é: as datas são importantes porque a maioria dos eventos históricos são, de
fato, aniversários. Há aquela frase banal: a história não se repete – a
história rima; mas muito mais próximo da verdade é que a história tem ritmo,
que se baseia largamente em múltiplos do ciclo anual.
Considerem,
por exemplo, a bomba na Maratona de Boston, que aconteceu dia 19/4/2013. Acho
que fui o único a perceber que a imposição sem precedentes de lei marcial em
grandes partes da cidade de Boston – ostensivamente justificada porque haveria à
solta dois jovens chechenos que se supunha que estivessem armados – aconteceu
no Patriot's Day [Dia do Patriota].
Ilustração: Pawel Kuczyński |
Esse dia é
feriado estadual em Massachusetts e importante aniversário da Revolução
Americana, que comemora as Batalhas
de Lexington e de Concord, as
primeiras batalhas da guerra de Independência dos EUA, que aconteceram dia
19/4/1775. Que brilhante escolha de data: ignora a Constituição e assinala um
precedente, quando os militares ocuparam uma imensa área urbana em território
dos EUA, amparados no mais ridículo dos pretextos! Historiadores futuros verão
essas duas datas como marcos: o dia em que começaram e o dia em que acabaram
238 anos de história da democracia constitucional nos EUA.
Dia
23/2/2014, em Kiev, aconteceu um golpe de estado, quando militantes neonazistas
cercaram e tomaram o Parlamento e obrigaram os membros eleitos do Parlamento,
sob ameaça de armas, a substituir o governo eleito, por figuras da oposição
apoiadas e promovidas por agentes da União Europeia e do Departamento de Estado
dos EUA. Representantes do partido do governo derrubado – o Partido das Regiões
– foram forçados a renunciar, também sob ameaça de armas.
O pretexto
para o golpe de Estado foi o assassinato de manifestantes por atiradores
uniformizados, os quais foram apresentados como “milícias” representantes do
governo derrubado à força. O presidente derrubado, que está hoje na Rússia, foi
acusado de assassinato em massa, e o novo governo “exigiu” sua extradição
(demanda ridícula, porque a Constituição russa proíbe a extradição).
Fato é que
há sérias questões sobre essa interpretação dos eventos: as Forças Especiais
sequer portavam rifles e nunca receberam ordens para atirar contra os
manifestantes; vários policiais dessas Forças Especiais (polícia antitumulto)
também foram mortos; os assassinatos foram executados de tal modo, que muito
mais serviram para incitar mais tumultos que para dispersar os protestos (houve
tiros contra mulheres, pessoas que passavam e socorristas que atendiam os
feridos.
Os assassinatos
foram imediatamente seguidos de campanha de propaganda gerenciada por
profissionais, que incluía uma designação-slogan sedutora – “Heaven’s Hundred”
(“Небесная сотня”) [“Os Cem do Paraíso”] – completada com vigílias com
velas, limpeza rápida dos locais, deposição de coroas de flores na cena do
crime e por aí vai.
Ilustração: Pawel Kuczyński |
Desgraçadamente,
essa expressão tem antecedentes sórdidos nos “Black Hundred” (“Чёрная сотня”) [Os Cem Negros] que foi o nome de uma coalizão
de antissemitas e nacionalistas de ultra-direita, nos anos de 1905. É
ilustrativo de uma tendência, nos autores da campanha de propaganda, que se viu
também na escolha das “fitas brancas” [2] – símbolo usado na 2ª Guerra
Mundial por colaboradores dos nazistas e auxiliares da Wehrmacht [forças
armadas unificadas da Alemanha, de 1935 a 1945] – que apareceram também,
desembarcadas do exterior, nas demonstrações antigoverno que houve em Moscou em
dezembro de 2011. Todas essas demonstrações foram noticiadas como se fossem
realizadas por ONGs ocidentais. Mas o mais provável é que a mesma organização
de propaganda esteja por trás dos eventos em Moscou em 2011 e também em Kiev em
2014. Nada mais razoável que pressupor que essa máquina de propaganda esteja
recheada de fascistas – o que explicaria que, nos dois casos, aparecem os
mesmos símbolos e a mesma terminologia fascista.
Consideremos
agora o mesmo dia, 23 de fevereiro, mas há exatos 81 anos.
Dia
23/2/1933, alguém pôs fogo no prédio do Reichstag [Parlamento] em Berlim
(os comunistas foram acusados de ter provocado o incêndio, mas nada jamais se
provou; o evento ainda é visto por muitos como operação clandestina de
provocação). Dia seguinte, Hitler usou o incêndio como pretexto para assumir
poderes de emergência e para expulsar os comunistas do governo, o que deu aos
nacionais-socialistas a maioria.
23/2/1933 é
data lembrada como ponto de virada definitivo, no crescimento do fascismo na
Europa, que definiu o curso na direção da IIª Guerra Mundial, na qual morreram
milhões.
Obviamente,
não se trata de replay, mais, isso sim, de um eco remoto. É resultado de
uma longa sequência de eventos. Deixando de lado o passado sombrio que fez
nascer organizações como “Os Cem Negros” e seus artífices de pogroms, o maior
problema é que o oeste da Ucrânia (leste da Polônia, antes da IIª Guerra
Mundial) jamais foi adequadamente desnazificada (em alemão, o termo técnico para esse
processo é Entnazifizierung). Depois, veio o fatídico erro de Khrushchev
(ucraniano), que deu a Crimeia russa à Ucrânia, gesto paralelo ao de Stálin
(georgiano), que deu a Abecázia à Geórgia.
Em seguida
vieram os anos de descaso, depois do colapso da URSS, durante os quais a
Ucrânia, jamais perfeitamente capaz de se autogovernar, atingiu níveis
absolutamente espantosos de miséria e de corrupção, e ganhou fama pelo
principal item da sua pauta de exportações: prostitutas jovens.
Na
sequência, veio a “revolução laranja”, na qual Yushchenko, que é casado com uma
neoconservadora norte-americana que trabalhou no governo Reagan, foi posto no
governo, na sequência de campanha orquestrada pelos EUA. Ele, e sua parceira
Yulia Timoshenko, continuaram a orgia de corrupção, até que foram tirados do
poder (pelo voto) e substituídos por outro presidente igualmente corrupto, mas,
também, extraordinariamente obtuso, Viktor Yanukovich – o qual, afinal foi
derrubado do governo no aniversário de 81 anos do Incêndio do Reichstag.
E agora a
situação na Ucrânia é, em termos rápidos, a seguinte:
O novo
governo ucraniano, nascido, como nasceu, de uma relação incestuosa entre uma
ucraniana neonazista skinhead e sua cria (ou terá sido de uma agente do
Departamento de Estado dos EUA?) não tem qualquer legitimidade.
Nas
províncias falantes de russo no leste, as populações locais já estão ocupando
os prédios do governo ucraniano e pedindo ajuda à Rússia – que responde
rapidamente, movendo tropas para a Crimeia, província tradicionalmente russa e
fornecendo passaportes russos a quem os peça. (Interessante: a Rússia está
fornecendo passaportes russos aos policiais ucranianos membros das forças
antitumulto, todos tentando deixar a Ucrânia. Bem visivelmente, os russos não
acreditam que as versões de “assassinatos em massa” em Kiev possam algum dia
ser comprovadas).
Ilustração: Pawel Kuczyński |
Tendo
perdido 26,6 milhões de vidas em combate contra os fascistas durante a IIª
Guerra Mundial, absolutamente não está no DNA político da Rússia admitir
governos fascistas bem ali, no coração do continente eslavo. Nem uma nova
Rússia ressurgente, cujas equipes esportivas aparecem em primeiro lugar no
quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos em Sochi – superando o velho recorde
soviético de medalhas – se deixará ficar, relaxada e indiferente, a um levante
fascista na Ucrânia.
Por isso
tudo, dia 1/3/2014, o Parlamento russo aprovou o pedido de autorização,
encaminhado por Putin, para usar forças armadas russas na Ucrânia. Agora, nesse
exato momento, no oeste da Ucrânia, há gente ocupada demolindo os monumentos
que celebram as vitórias russas na IIª Guerra Mundial; e celebrando
colaboradores nazistas como heróis nacionais. Meu palpite, contudo, é que, com
os eventos que se vão desenrolando, o oeste da Ucrânia, afinal, com 70 anos de
atraso, será desnazificado.
Entendo que
muitos leitores nos EUA considerarão chocante o que aqui escrevo. Mas é preciso
entender também que estão submetidos à mesma campanha de propaganda imunda que
foi ativada em 2011, quando dos eventos em Moscou; e agora, novamente, quando
dos eventos em Kiev.
O pessoal
que comanda essa propaganda não é notavelmente letrado, mas há dois livros que,
parece, eles consideram literatura seminal e que seguem cegamente, como vade-me-cum
de tendência da moda: 1984, de George Orwell; e Admirável Mundo Novo,
de Aldous Huxley. Tudo o que fazem tende a ser uma mistura do que aí se lê, em
matéria de controle das mentes. Especificamente, abraçaram o conceito, de 1984,
dos “dois minutos de ódio” – um ritual diário, durante o qual a população é
treinada para desviar suas emoções negativas, dirigindo-as, não contra os
inimigos óbvios existentes, mas contra algum inimigo externo, possivelmente não
existente.
Assim
acontece de os cidadãos norte-americanos, domados e encilhados por seus
temerários, corrompidos presidentes, deputados e senadores – e,
correspondentemente, andando em passo acelerado rumo à bancarrota – estão sendo
sistematicamente condicionados e treinados para odiar Vladimir Putin. (No
quesito presidentes corrompidos, Bush ganha com larga margem, com os mais de um
trilhão de dólares roubados mediante os “resgates” de bancos e a chamada “reconstrução
do Iraque”; Obama vem bem atrás, tendo rapinado só o “estímulo ao consumo”; mas
pode rapidamente passar à frente de Bush, graças ao massivo esquema de
corrupção conhecido como “Obamacare” e outros golpes variados, de menor monta).
Quanto a
Putin, é visto na Rússia como o mais competente líder russo desde Pedro, O
Grande. Goza de maior popularidade entre os seus, do que Bush e Obama jamais
terão, nem que se passe a “pesquisar” índices somados de popularidade de
governos ao longo de quase vinte anos. E Putin é estadista respeitado em todo o
mundo, o mesmo mundo, por falar dele, que, ano passado, considerava os EUA como a maior ameaça
à paz mundial.
Vladimir Putin por Maurício Porto |
A primeira
grande iniciativa de Putin – a ditadura da lei – rapidamente transformou
a Rússia sem-lei, em estado respeitador de leis (embora ainda um pouco
conservador, no que tenha a ver com destinos individuais. A segunda grande
ideia de Putin – democracia soberana – tornou a Rússia quase
completamente imunizada contra as tentativas ocidentais de manipulação
política.
Acrescentem-se
aos seus sucessos econômicos (a renda dos russos dobrou várias vezes, enquanto
a renda dos norte-americanos médios e pobres está estagnada) os sucessos da
política externa da Rússia (recentemente, o governo de Putin impediu guerra de
graves proporções contra a Síria e, na sequência, construiu uma reaproximação
entre o ocidente e o Irã), e é fácil começar a entender por que Putin
absolutamente enlouquece de raiva todo o Departamento de Estado, apparatchiks
em geral e os neoliberais neoconservadores dos EUA. Essa ira, além de má
conselheira, é contagiosa. Daí que tantos jornalistas e comentaristas deixem-se
a tal ponto enrolar nos mesmos sentimentos contra Putin, que já descuidam até
do próprio trabalho de informar a
opinião pública. Até alguns russos em geral satisfatoriamente
inteligentes conseguiram deixar-se prender na mesma armadilha.
Se, desta
vez, Putin conseguir alcançar a paz na Ucrânia, talvez aqueles todos morram de
apoplexia. Não farão falta. O mundo festejará.
Para
terminar, tudo continua a indicar que, à parte o incêndio do Rechstag, o
atual estado de coisas na Ucrânia é, diretamente, resultado de erros do
ocidente: a Ucrânia foi empurrada para uma escolha, entre assinar um acordo
imprestável com a União Europeia e integrar-se a uma união aduaneira com
Moscou. Ambas, Washington e Bruxelas, além de praticamente toda a grande
imprensa-empresa ocidental, absolutamente ignorara a sugestão de Putin, de que
os lados negociassem alguma solução de compromisso, para impedir a bancarrota
da Ucrânia – a qual, hoje, já é, pode-se dizer, fato consumado.
Por causa
da intransigência do ocidente, o governo da Ucrânia ficou encurralado entre a
União Europeia e Moscou, perdeu consistência no processo, o que forneceu aos
fascistas uma abertura conveniente.
À luz de
tudo isso, há quem pergunte: o povo, em Washington e em Bruxelas está, mesmo,
assim tão decidido a apoiar fascistas, ou a coisa é novidade para eles? Entendo
que a resposta não faz diferença alguma. Washington e Bruxelas têm a tarefa de
destruir países e destroem. Já destruíram o Iraque, a Líbia e a Síria, mas são
peixes pequenos, e a besta quer mais. Adorariam ter destruído o Irã, mas o Irã
é osso mais duro de roer. Então, agora, puseram os olhos em presas maiores: a
Venezuela e a Ucrânia.
A razão
pela qual têm de continuar essa sua empreitada de destruição está em que a
destruição de riqueza, inevitável, agora que o mundo está entrando em fase de
carência de recursos críticos, pode seguir seu curso em outros lugares que não
sejam o coração da riqueza econômica do ocidente, nos EUA e no Norte da Europa.
Pouco significa para eles que tenham de se aliar à al-Qaeda na Líbia e na
Síria, ou a fascistas na Ucrânia; para eles não faz diferença alguma.
Há também
quem duvide de que os atiradores mascarados da Ucrânia sejam realmente
fascistas. Ah, sim, são. São skinheads, gostam de suásticas e seus
líderes odeiam judeus e vivem a citar Goebbels... mas serão realmente fascistas?
(É
claro que são). Essas dúvidas “de consciência” sempre que se trata de
denunciar fascistas são, de fato, muito tocantes (não para mim).
Ilustração: Pawel Kuczyński |
Se você
acha interessante esse tema, John Michael Greer apareceu recentemente com um tratado
de 3.200 palavras sobre o assunto, com continuação igualmente
alentada. Detém-se na
definição de fascismo, e sua tese, em resumo, é que o fascismo salta em cena,
como moça despida de dentro de um bolo, sempre que o centro político fracassa
no serviço de preservar a própria coesão.
Se você preferir
algo mais curto, minha tese é que o fascismo pode ser pragmaticamente
identificado com estupidez militarizada, e, enquanto muitos países já
estão imunes a essa estupidez militarizada, outros ainda não chegaram lá –
países pobres, socialmente fragmentados, países desgraçados, que tenham passado
fascista ainda não resolvido, e que, por tudo isso, ficam expostos à
manipulação inescrupulosa por agentes políticos externos – como a pobre
Ucrânia.
Atualização:
Consideradas algumas respostas que recebi, vejo que as pessoas simplesmente não
fazem ideia do que seja ter fascistas no poder. Talvez entendam melhor, com
imagens. No vídeo a seguir um dos líderes do novo governo de Kiev “fala” com um
advogado, Procurador-Geral da Ucrânia, diante das câmeras. Não é preciso
entender ucraniano para saber o que acontece ali. Assistam:
Notas dos tradutores
[1]
Pode-se ler a postagem em alemão em: “Reichtstagsbrand
in Kiew”
[2] Sobre isso, em
clave metafórica, há A Fita Branca,
filme de Michael Haenecke, de 2010. Trailer legendado a seguir:
______________________
[*] Pawel
Kuczynski nasceu em 1976 na Polônia. Graduou-se na Academia de Belas Artes
de Poznan, com especialização em arte gráfica. Já ganhou mais de 100 prêmios
nacionais e internacionais graças as suas caricaturas e ilustrações críticas.
Suas obras questionam a condição humana, governos, mídia e a lógica capitalista
- sem, no entanto, usar uma palavra. Seus instrumentos − lápis e aquarela −
servem para a realização de uma crítica social e ironia. Para ver seus
trabalhos gráficos acesse seu site pessoal
ou blog Eternity.
Que o oeste da Ucrânia, em especial a Galícia, deve ser desnazificado (ou em outras desbanderizado), isso é inquestionável. Mas acho que isso será inútil se não houver uma desnazificação simultânea dos países bálticos (onde volta e meia ocorrem desfiles de veteranos que lutaram ao lado dos nazistas na guerra) e outros locais da Europa.
ResponderExcluirPrezado Eduardo
ExcluirSugiro que vc reescreva seu comentário. Tem algo geograficamente errado nele.
Castor
Eu li em alguns locais que os neonazistas ucranianos tem relações com redes neonazistas não só do Báltico, como também da Áustria, Alemanha e Suíça. Digamos que esses locais também precisam ser desnazificados. Mas parece que essa praga é que nem bactéria: quanto mais é combatida mais forte fica, e mais pelo menos nos países bálticos as autoridades pouco ou nada fazem para conter essa praga. E ainda sobre a Ucrânia ocidental (em especial a Galícia), gostaria de te contar uma coisa. Até a Primeira Guerra Mundial ela tinha sua população russófila. Só que na época a Galícia se encontrava sob domínio da Áustria-Hungria (parte austríaca do Império. A Áustria ganhou controle sobre a Galícia em 1772, quando houve a primeira partilha da Polônia), e diante da situação de guerra eles deportaram parte da população russófila para os campos de concentração de Talergof e Terezin. O primeiro fica onde hoje é o aeroporto de Graz (a cidade natal do Arnold Schwarzenegger), e o segundo no noroeste da atual República Tcheca. E o resto imigrou para a Rússia. Essas prisões foram os primeiros campos de concentração da história da Europa, antes mesmo dos nazistas. Acho que isso explica o por que da região ser tão germanófila (afinal o nacionalismo ucraniano contou com financiamento alemão) e tão russófoba.
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