Exemplo típico da "elite tomateira" do Brasil |
[*] Laerte Braga
O Brasil tem uma elite bisonha.
Tão bisonha que antes preferia Paris e hoje vai para Miami, refúgio de mafiosos
(exceto tucanos de alta plumagem, esses continuam em Londres e Paris, mais afeitos à máfia de Bilderberg).
O escândalo, no sentido de show, espetáculo deprimente, diante da
decisão do governo de trazer médicos estrangeiros para políticas primárias de
saúde é um exemplo disso.
De repente se descobre que a
maioria não trabalha, muitos não fizeram residência e outros tantos estão
lotados em municípios do interior de um determinado estado e vivem e não
trabalham nas capitais.
A mídia, logo a mídia
conservadora, seis dedos de silicone que era usado para que os pontos fossem
registrados sem a presença dos profissionais.
A reação? Batem o ponto e vão
embora, não trabalham.
É claro que há falta de estrutura,
que inclua um plano de cargos e salários, entre outras coisas, como é cristalino
que os municípios foram penalizados, são penalizados pelos estados e pelo
governo federal, por absoluta falta de recursos e fiscalização.
O que a roubalheira do metrô de
São Paulo não daria para benefícios e criação de uma estrutura de saúde? O que
os desvios de verbas no governo Aécio Neves em Minas, justamente na área de
saúde (a cargo do deputado Marcus Pestana) não significariam para a saúde e o
maior de todos, a criação da CPMF para suprir a saúde de recursos e o rumo que
FHC deu ao dinheiro?
Adib Jatene |
“Precisamos de médicos que cuidem
de gente” é uma frase de Adib Jatene. Foi autor da idéia da CPMF e renunciou ao
Ministério quando percebeu que FHC era um blefe, um sacripanta a serviço do
capital internacional e que o dinheiro não usado na saúde, que fora logrado pelo
presidente da República e pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, hoje principal
executivo do grupo Eike Batista e condutor do golpe da falência
fraudulenta.
Um estudo das Nações Unidas mostra
que os médicos cubanos no Haiti fizeram muito mais pelo país, que toda a
ostentação militar de norte-americanos, brasileiros e quejandos, de olhos na
reconstrução (que nunca acontece). A divisão do butim.
Os problemas do Brasil são
estruturais. Não é como num prédio onde se descobre que há um vazamento numa
determinada sala e o conserto é feito sem que a fonte seja procurada, porque
cada vazamento vai permitir a um cartel de empreiteiras “solucionar” o
problema.
Mudanças estruturais como as
reformas política, agrária, tributária, fiscal (impostos sobre igrejas e grandes
fortunas, por exemplo) e, principalmente JUDICIÁRIA. A busca de tecnologias
nacionais (somos capazes), por falta de investimento desde a educação básica,
fazendo com que em nossas ruas não circule um só carro nacional, mas todos de
montadoras estrangeiras sobre os quais pagamos royalties. Temos uma divida pública
escandalosa. FHC desconstruiu o serviço público para privatizar e terceirizar
setores essenciais do Estado, dentre eles a saúde e a educação.
E governos que administram o caos
de uma constituição remendada, num cipoal de leis, em que os recursos são
mínimos, pois a dívida consome a maior parte da receita do governo
federal.
Pior, não
existe a vontade política de mudar essa situação, exceto nas palavras vazias de
políticos do tempo do império e que atuam em seus estados como imperadores.
“Quando as idéias não têm
organização, morrem, somem” - Che Guevara
Hoje se sabe que os sistemas de
satélites de espionagem podem alterar os resultados de uma eleição nas urnas
eletrônicas, daí a razão e o medo do voto impresso, que impediria a fraude.
Podem até identificar o eleitor.
Bancos, grandes empresas
(formadoras de cartéis em setores essenciais da economia) e latifundiários
(devastadores do Pantanal e da Amazônia) têm o controle do País; submetem o
governo a constrangimentos vergonhosos, somam-se à bancada evangélica – uma das
grandes ameaças à democracia – num jogo proposital de mais de 40 partidos (a
maior parte sem qualquer representividade que não a busca de cargos).
Gilmar "Dantas" Mendes Joaquim "Miami" Barbosa |
Um
Judiciário "preocupado" com a preguiça e outras coisas mais, onde as vozes sérias são
caladas por ministros medíocres, pra dizer o mínimo, como, Helen Gracie, Luiz
Fux, Marco Aurélio, Carmen Lúcia, Dias Tóffoli, e figuras suspeitas como Gilmar
Mendes (ou seria Gilmar Dantas?) e Joaquim “Miami” Barbosa.
A saída está nas ruas. Mas de
forma organizada, bem dirigida e voltada para bandeiras essenciais, básicas e
não pontuais, pois acabam fazendo o jogo dos que subjugaram o Brasil no golpe
militar e para eles pouco interessa o que quer, o que deseja o cidadão
brasileiro.
A classe média envenenada pela
mídia podre, corrompida. E o naufrágio a vista no imenso iceberg que é como uma espécie de barco
dirigido pelos donos, nada natural.
O confronto entre trabalhadores e
elites é inevitável, mas e preciso que seja organizado.
Do contrário vamos ter sempre
pústulas tipo sergiocabrais, aécios, anastasias, alkimins, serras, richas,
efeagacês e outros marginais dirigindo, de fato, o Brasil partir de interesses
externos.
É um confronto que se deseja
pacífico, mas nem sempre será. É a “explosão das ruas” como disse o jornalista
Ricardo Boechat.
Não tem a menor importância, pois
os EUA e os seus interesses apostam num novo Oriente Médio na América do Sul. O
quanto mais cedo iniciarmos a luta real, concreta, sem caráter festivo, mais
cedo conseguiremos nos livrar desse terror que nos vem sendo imposto sem perder
de vista que somos um País continental e apostam na divisão. Fomentam essa
divisão. O único risco real para o poder dessa gente, além da China e da Rússia
é o Brasil, por isso os enormes olhos do grande irmão.
Teoria conspiratória? Quando se
falava em cyber-espionagem diziam o
mesmo...
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[*]
Laerte Braga é jornalista,
trabalhou no Diário Mercantil e no Diário da Tarde de Juiz de Fora, para os
Diários Associados e pela agência Meridional (primeira grande agência de
notícias do Brasil) e também dos Diários e Emissoras Associadas, tendo sido
correspondente do Estado de Minas de Juiz de Fora e Zona da Mata, e também
trabalhou como freelancer para revistas e jornais do Brasil e de
outros países. Eventualmente colabora com a redecastorphoto.
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