quarta-feira, 8 de maio de 2013

Reflexões: “A nomeação de Afif para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária”


Ata da Reunião do Pessoal da Vila Vudu no “Bar do Caixote” 

Bar do Caixote em 2011; antes da reforma


Sobre:

Comentário recebido pela redecastorphoto: Afif  Domingos foi lançado candidato à presidência na famigerada eleição presidencial de 1989, em que acabou sendo “eleito” o inenarrável Fernando Collor.
Surgiu, no começo, com muita fanfarra e mídia, aparentemente bem cotado, trazendo um programa radical na linha do tal neoliberalismo: privatizar tudo, nada de intervenção estatal etc..
Foi o programa afinal seguido por Collor e ainda mais radicalizado por FHC.
Covas, outro tucano, menos afortunado (embora não tenha morrido nada pobre) também veio com o programa de “choque de capitalismo”, quando se candidatou à presidência.
Adriano B.


É. Nada (ou quase nada) pode ser pior que Afif. OK. Já se sabe. Que seja. Que venha.

Estamos sob ataque total!

Por sorte (e não só: também porque assim sopram os ventos históricos), estamos sob ATAQUE TOTAL de uma direita senil, esvaziada, enfraquecida -- mas que ainda tem os jornais e as televisões e continua em firme aliança com uma classe média analfabetizada por décadas de udenismo e, depois, por já vários anos de governos petistas. Direita que não têm (e parece que acham que nem precisam ter!) NENHUM discurso político. Depende completamente da MÍDIA VENAL.

Nesse contexto, o governo Dilma não tem muito o que fazer. Então, que faça as alianças que precise fazer, à direita, claro, porque é mais fácil fazer as alianças à direita, com uma direita oportunista-pragmática, do que à esquerda -- com uma esquerda burra, mal informada, mal estudada, que esqueceu que esquerda sem discurso de esquerda, esquerda liberal conservadora e metida a “crítica” (além de metida a “ética” moralista) é pior que esquerda nenhuma.

A esquerda brasileira, sem partido forte e cevada a “informação” jornalística, caiu totalmente no conto da “ecologia”, do “feminismo”, do “naturismo” [1] e em outros zilhões de “-ismos”, que são o modo “moderno” de tirar da esquerda a sua visão histórica programática comunista integrada, integrante e integradora.

É mais fácil a China capitalista manter-se comunista, do que a esquerda brasileira manter-se comunista. E o PT dá forma partidária a esse “eticismo” fascistizante, que tem de bom-mocismo o que tem de liberal conservador e tolo.

Numa hora dessas, nada nos parece pior que a “crítica” -- seja trabalhista, seja nacionalista, seja a que for (e quase sempre é só uma salada de ideias feitas, sem futuro e sem projeto de poder e de país) -- que, num momento como esse, critica o governo Dilma... em vez de criticar a direita neoliberal fascista.

O momento é grave demais pra que nos possamos dar ao luxo de fazer muitas exigências.

O golpe, no Brasil, só ainda não foi tentado porque o governo Dilma está conseguindo segurar a inflação e manter as conquistas sociais. Então, é hora de defender as conquistas, muito mais do que fazer exigências principistas ao governo Dilma.

Como Lula é mais carismático, parecia mais fácil defender o governo Lula. Mas, de fato, hoje, é mais importante defender o governo Dilma do que foi importante, noutro momento, defender o governo Lula. Se depois de Lula não tivéssemos tido o governo Dilma, técnico e competente (mas tão sem discurso político quanto o lulismo e o petismo), já teríamos perdido hoje TAMBÉM as conquistas do governo Lula. (Essa dificuldade parece ameaçar hoje, também, o governo de Maduro).

Então, não é hora de criticar o governo Dilma.

Estamos entrando numa batalha eleitoral que se travará pelos jornais -- dado que população bem alimentada, com crédito para comprar televisões e celulares e computadores e, afinal uma perspectiva de futuro melhorzinho (mesmo que seja futuro CONSERVADOR, não futuro revolucionário, NÃO VAI ÀS RUAS).

Portanto, Dilma parece estar fazendo tudo certo, se trabalha hoje para fazer vastíssimas alianças, de todos os lados, para ganhar tempo de televisão. É disso, precisamente, que se trata.

O PT e a “esquerda” que acordem!

O trabalho, agora, tem de ser construir UMA FRASE, um argumento de resposta e contestação a cada FRASE, a cada argumento dos jornais. E trabalhar para pô-los na boca do povo.

O denuncismo não é produtivo.

Temos de inventar PROPAGANDA POLÍTICA DE DEMOCRATIZAÇÃO. Agora, até as eleições; só isso interessa.
__________________________

Notas de rodapé:
[1] Dicionário Etimológico Houaiss: Naturismo
substantivo masculino
1 - valorização extrema dos agentes da natureza, esp. como meios terapêuticos
2 - conjunto de ideias que preconizam um retorno à natureza como a melhor maneira de viver (vida ao ar livre, alimentos naturais, nudismo etc.); naturalismo


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.