25/3/2013, The BRICS Post (TBP)
Entrevista traduzida pelo pessoal da Vila Vudu
Entreouvido
na Vila Vudu: O jornalismozinho das
empresas-imprensa brasileiras PROMOVE A IGNORÂNCIA. “Liberdade de expressão”,
pra essas empresas, empresários e empregados, é liberdade para que continuem a
promover a ignorância. Quem precisa disso?!
Opinião da
redecastorphoto: O “jornalismo”
brasileiro das empresas de imprensa (em papel ou mídia eletrônica de massa) é
tão vagabundo, mas tão vagabundo que qualquer pessoa, empresário, executivo ou
mesmo classe social que se baseie nesses meios para tomar decisões de vida,
investimentos, negócios, análises e mesmo em quem votar, terá a probabibilidade
de quase 100% de estar cometendo um erro, certamente grave, por mera
DESINFORMAÇÃO. Sugerimos que nossos leitores NÃO leiam e/ou assistam “jornais”
ou “revistas”. Informe-se nos BLOGS. A probabilidade de terem alguma INFORMAÇÃO
é, também, muito próxima de 100%.
Georgy
Toloraya,
diretor executivo da Comissão Nacional Russa de Pesquisa dos BRICS, conversa com
The BRICS Post sobre o Banco dos BRICS e sobre por que “os BRICS não
devem ser uma aliança de estilo ocidental”. Toloraya é também presidente do
Departamento de Projetos Regionais para Ásia e África da Fundação “Russkiy Mir”.
TBP: O
Banco dos BRICS deve ser uma alternativa às instituições financeiras ocidentais
como o FMI e o Banco Mundial, agora que os clamores por reformas nessas
instituições internacionais deram em nada?
Toloraya: Não
posso dizer que o Banco dos BRICS, quando for constituído, será uma alternativa,
mas será um concorrente das instituições à moda ocidental. O Banco dos BRICS
deve começar como centro político para coordenar políticas macroeconômicas e
estratégias de investimento. Assim sendo, não acho que o projeto possa receber
financiamento do Banco Mundial ou de bancos regionais de desenvolvimento, nem
que essa possibilidade seja cogitada, pelo menos no primeiro estágio. Mas o
banco proposto terá, é claro, de manter cooperação próxima com instituições
financeiras internacionais.
TBP: Onde será a sede do Banco dos BRICS?
Toloraya: Esse é
problema filosófico. Pode-se dizer que deve ter sede num dos países BRICS. Minha
opinião é que Moscou é a localização ideal. Como você sabe, estamos tentando
construir aqui um centro financeiro internacional. Embora Moscou não esteja
exatamente no centro das rotas financeiras internacionais, é a capital mais
próxima de todas as demais capitais dos BRICS, mais próxima de todas, que
qualquer outra. Outra possibilidade é localizar a sede em algum dos tradicionais
centros financeiros mundiais, como Londres ou Genebra.
TBP: O
senhor acha que o tema do Banco dos BRICS será item prioritário na agenda da
reunião de Durban?
Toloraya: É uma
das importantes questões que os BRICS definiram para a pauta, ano passado, num
parágrafo relevante da Declaração de Delhi. Esse ano, a reunião tomará
conhecimento do que foi feito. Entendo que esse processo de criar o Banco de
Desenvolvimento dos BRICS prosseguirá, porque todos os países precisam desse
banco. Mais importante que isso, ele é também um centro de análise e pesquisa,
muito necessário e urgente para aproximar as economias dos cinco países membros.
TBP: Os EUA
ou a União Europeia terão ações do Banco dos BRICS?
Toloraya: Houve
boatos sobre isso. Mas não me parece que, pelo menos inicialmente, os EUA ou
qualquer outro país fora do grupo dos BRICS terá ações do Banco de
Desenvolvimento dos BRICS.
Não
vejo nada de mal em o Banco de Desenvolvimento dos BRICS tomar empréstimos ou
financiamento, ou que negocie com o sistema financeiro internacional, o qual,
como se sabe, é dominado pelos tradicionais centros financeiros mundiais na
Europa e nos EUA.
TBP: Como o senhor vê a Rússia fortalecendo os
BRICS, agora que estará na presidência do G20, como anunciaram o presidente
Putin e o ministro Lavrov (das Relações Exteriores)?
Toloraya: Bem,
você sabe que o G20 é o mais próximo que temos hoje de uma governança global. E
a estratégia dos BRICS é melhorar, ou modernizar, a governança global. Assim
sendo, há, sim, uma sinergia. Acho que os BRICS estão-se entendendo bem dentro
do G20.
TBP: O ministro de Relações Exteriores da África
do Sul disse recentemente que:
A
emergência dos BRICS não está sendo bem recebida por nós todos. Há os que não
veem com bons olhos os BRICS, porque entendem que a existência do grupo ameaça o
status quo e altera o atual equilíbrio internacional de forças.
O
que lhe parece?
Toloraya: Para
começar, o equilíbrio internacional de forças não é estável nem eterno, está
sempre mudando. Vimos, em anos recentes, que esse processo de mudança foi
acelerado. Já não é possível falar em mundo unipolar. E a mais
recente crise financeira expôs, bem claramente, a impotência de um antigo
status de poder, para resolver os problemas.
Assim
sendo, e agora que o mundo já é policêntrico, precisamos de novos mecanismos de
coordenação. O mundo precisa de algum tipo de novo sistema para fixar as novas
regras, as quais, se supõe que serão mais justas que as atuais, que sempre foram
baseadas, até agora, em ações unilaterais. Os
BRICS , portanto, são instrumento muito útil no processo de
construir um sistema novo ou de modernizar o sistema existente. Esse novo
sistema não será violento e não levará a conflitos.
Os
países BRICS, pelo empenho em pautar-se pela lei internacional, considerar o
mecanismo da ONU, os métodos políticos e diplomáticos para resolver problemas –
são a base sobre a qual se deve basear esse sistema novo, ou modernizado. Não me
parece que os BRICS ameacem o atual sistema ou agravem tensões. Ao contrário: os
BRICS possibilitam a transição lisa, pacífica e suave, para um novo estado de
coisas.
TBP: Um especialista russo em governança global
e análise de problemas disse recentemente que o principal problema dos BRICS é
que não há nação líder. Será que os BRICS precisam disso? E quem pode
liderá-los?
Toloraya: Essa é
a principal diferença entre o velho sistema unipolar e o que estamos fazendo:
não estamos tentando criar um novo sistema unipolar de relações internacionais.
Os BRICS por definição não têm, nem devem ter nação líder. A força do grupo está
na unidade entre diferentes. A unidade brota, precisamente, do fato de que os
países do grupo são muito diferentes uns dos outros e assim devem continuar. Por
isso, os BRICS jamais se converterão em alguma espécie de aliança à antiga moda
ocidental, na qual um único líder governa o mundo.
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