terça-feira, 6 de julho de 2010

Sob a mira do "navegador" e da tortura moral de ser cliente Oi

Por Fátima Oliveira, médica – fatimaoliveira@ig.com.br Publicado em: 06.07.2010 em: O Tempo

Desde 11 de junho estou sem acesso à internet e TV a cabo. No dia 13 fiquei sem TV, internet e telefone, que no ano passado emudeceu dias e dias por não-manutenção dos fios na rua, disse o técnico! Sou cliente de uma empresa sem dono, sem prepostos, sem responsáveis e que não se acanha da práxis de causar danos materiais e morais; e a maioria dos funcionários não fornece nomes completos ("é norma da empresa"). Quem não se identifica devidamente não está apto a lidar com o público e se vale da impessoalidade para nos desrespeitar.

Desde 12 de junho registrei mais de 50 protocolos da mesma queixa. Enviaram zilhões de "pulsos" e cinco "equipes técnicas" à minha casa. A primeira, cinco dias após a queixa! Trocou umas pecinhas do modem e desde então a internet volta, religiosamente, de meio-dia às 15h ou 16h e, quando some, as TVs enlouquecem como que por encanto! Nenhuma "pega" os canais e a imagem a que tenho direito. A "equipe técnica" boiou. Ao comunicar, ouvi que a "norma da empresa" era agendar a segunda visita para o dia disponível: 25 de junho! "O defeito é na rua". Resolveriam naquela noite! Papo pra vaca dormir.

"Você não entendeu! O problema do dia 11 não foi solucionado! Entrei na espera da agenda da Oi de 11 a 16, daí a 25! Os técnicos boiaram! Como entrar na fila outra vez?" Suspiros de desdém... "Senhora, é o procedimento. Tem de entrar na disponibilidade da agenda. Não há outro! Ou continuará sem internet! Escolha! Se não tiver quem receba a equipe, pagará R$ 30! Acompanhe. Exija ver a peça nova e a velha!" É desaforo demais. Além de lesada pela Oi, devo fiscalizar sua equipe técnica!

O pior é a Oi autorizar entrar em minha casa gente em quem ela não confia. É um absurdo naturalizado e banalizado por quem deseja instalar um programa espião para vigiar sua clientela ("Navegador", da Phorm), surrupiar e vender os dados obtidos - invasão de privacidade que não podemos permitir! "Cadê seu supervisor?". A resposta padrão: "Não adianta falar com o supervisor; quem passa os problemas sou eu. Ele não atende cliente!". Durante o dia, em geral, está em reunião e à noite em "outra operação". Só falei com um supervisor três vezes e... nada!
Por mais de 20 vezes tentei cancelar o contrato, em vão! Enfim, no dia 29 consegui falar no "cancelamento do contrato". O atendente, "todo ouvidos", se disse incrédulo: "Desconheço cliente Oi que ficou tanto tempo sem internet". Seeeeei! Fiz de conta que acreditei porque insisto em crer no ser humano e em outras operadoras o descaso é similar. Pediu um tempo para consultar a supervisora. Fui convencida de que no dia seguinte tudo seria resolvido, "embora a senhora esteja agendada para o dia 1º". (Ô favorzão!).

Após 19 dias, formularam uma hipótese, a mesma chutada, por telefone, por um atendente na primeira semana: "Deve ser o cabo. É preciso trocá-lo". Os demais diziam ser "intermitência" (com hora marcada?). "Vamos trocar o cabo". Quando? "Espere dois a três dias!" Em 1º de julho, nova visita que, conforme o técnico, foi engano. Ele faria o diagnóstico que, pela nota de serviço, fora realizado no dia anterior. "Aguarde a troca do cabo".

Trocaram o cabo no dia 3 e continuo desplugada! É incompetência técnica demais. A quem queixar, além do bispo? Há alguma autoridade que tenha coragem de dar um basta à atitude contumaz da Oi de tripudiar dos clientes? Os fatos atestam que uma empresa da dimensão da Oi possui igual incapacidade de resolutividade técnica.

surrupiado do Blog Maria Frô da Conceição Ó