2/7/2012, COMUNICADO DO EPP
(EJERCITO DEL PUEBLO PARAGUAYO) [1]
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
A
primeira preocupação, a primeira tarefa de qualquer governo, é assegurar a
tranquilidade dos organismos econômicos, para que o grande capital possa
continuar a fazer negócios. O ordenamento jurídico político do Paraguai são os
andaimes que sustentam o capital transnacional e a oligarquia e seus negócios.
No nosso país, aliaram-se duas
gangues – Frente Guazú (Frente Ampla [2] e
Partido Liberal), que se autodenominaram “Aliança Patriótica para a Mudança”.
Uniram-se para recolher o butim, para saquear o estado paraguaio.
O
que aconteceu na 6ª-feira, 22 de junho, foi o que se pode chamar de assalto com
punhos de renda: uma gangue assaltou outra, aliado roubou o aliado, derrotou-o
com maioria parlamentar e expulsou do poder os que, agora, se dizem traídos. O
objetivo da política criola desde 1870 sempre foi o mesmo: assegurar ao capital
transnacional e à oligarquia local a continuação de seus rendosos negócios. Essa
é a função dos pequenos burgueses da Frente Guazú, que, com seus
discursos socialistas enganaram e destruíram, com subornos, quase todo o
movimento popular no Paraguai.
Não
nos enganemos: a distribuição de esmolas, a que chamam “assistência
condicionada” é política do Fundo Monetário Internacional, como medida de
urgência, ante o rápido empobrecimento dos povos. Consequência disso, são
medidas impostas pelo mesmo Fundo Monetário Internacional, para fingir
sensibilidade ante o sofrimento do povo. Subornam para anestesiar e, assim,
frear a radicalização das populações. Ao mesmo tempo, aumentam a possibilidade
de o capital vender mais, recolhendo também dinheiro do estado.
Mas
um setor do movimento camponês cansou-se de mendigar. Cansou-se de ver suas
reivindicações sempre jogadas na lata de lixo de um ou outro burocrata. Esse
movimento assustou a oligarquia e os cães lambe-botas dos políticos. O que se
viu foi disputa entre o luguismo e outros partidos que o luguismo protege e
defende, ao defender a propriedade privada.
Camponeses acampados antes do Massacre de Curuguaty |
Foram
assassinados 11 camponeses heróis, cansados de desalojamentos e remoções, que
decidiram resistir.
O
povo conhece muito bem o “conto” do governo luguista: que haveria infiltrados.
Não passa de teatro urdido pelo governo agora derrubado, para encobrir seus
crimes.
A
ordem dada às forças da repressão (FOPE - Fuerza de Operaciones de
la Policía
Especializada [3] ,
GEO) é desativar, reprimir e, sendo preciso, afogar em sangue a luta do povo. As
forças da repressão existem para proteger os oligarcas e suas propriedades.
Sempre
dissemos ao povo que o governo Lugo agora derrubado servia como escudo para os
interesses dos ricos, enganando o povo com seus discursos socialistas.
O
Ejercito del Pueblo Paraguayo convoca os setores populares a lutar por seus
verdadeiros interesses de classe. Nenhum governo pró oligarcas será algum dia
legítimo aos olhos do povo. Muito menos o atual governo golpista, do
ultradireitista Federico Franco.
O
sangue derramado de nossos mártires da luta popular de Curuguaty nos fortalece e
obriga nossa ação revolucionária. Nosso único comandante supremo é o povo pobre.
Sigamos
construindo sem pausa as milícias Lopiztas do Ejercito del Pueblo Paraguayo, para
lutar pela única vitória pela qual vale a pena lutar: a felicidade e o bem-estar
do povo faminto do Paraguai.
VIVA
os heróis camponeses de Campo Morombi! VIVA o EPP!
Juramos
vencer. Não nos renderemos.
Fonte:
Radio Ñandutí
Notas dos
tradutores
[2] Leia alguma
informação sobre Frente Guazú
[3] FOPE (Fuerza de Operaciones de
la Policía
Especializada ) “é a unidade de forças
especiais da polícia nacional do Paraguai. São treinados por norteamericanos em
técnicas de patrulha, contraterrorismo e contraguerrilha. Embora sejam unidade
policial, usam armas de assalto (M16 e GALIL fabricado na Colômbia, fuzil de
combate usado por vários exércitos latinoamericanos. Atualmente, combatem o EPP,
grupo guerrilheiro”.
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