18/2/2011,
Global Times, Pequim
Traduzido
pelo pessoal da Viala
Vudu
A
China vetou um projeto de resolução sobre a Síria na Assembleia Geral da ONU, na
5ª-feira, que pressiona para uma “mudança de regime” em
Damasco.
A
coragem do país, de manifestar-se com clareza e de manter-se firme em sua
posição, merece elogios. Mas alguns jornais da mídia ocidental costumam
ridicularizar algumas nações, entre as quais China e Rússia, por suas decisões.
A influência da China está aumentando no mundo. O ocidente bem fará, se reduzir
suas expectativas de que a China se absterá, nas votações em que a China entenda
que se deva posicionar contra o que o ocidente deseja. Agrade ou não ao
ocidente, é importante que dediquem mais séria consideração à China.
A
política serve para defender interesses nacionais no cenário global. As
potências ocidentais têm o privilégio de interpretar interesses e ética conforme
mais lhes interesse, porque exercem óbvio domínio sobre a opinião pública em
seus países. Os 12 países que manifestaram votos diferentes do voto das
potências ocidentais na ONU, foram rotulados de “não éticos”. A China jamais se
deixará enganar por essa hipocrisia.
Na
Assembleia Geral da ONU em novembro, só EUA e Israel votaram contra um projeto
de resolução sobre Cuba. Os EUA posicionaram-se ali muito mais isolados que as
12 nações que votaram contra, na Assembleia Geral da 5ª-feira. Washington agiu
contra a opinião pública global, apesar do monopólio que tem sobre os mais ricos
recursos do mundo e sobre os meios para direcionar o desenvolvimento do
mundo.
A
China deve agir com firmeza, confiante e proativamente, para implementar sua
estratégia diplomática. O voto da China, que manifesta a posição de 1/5 da
população do planeta, tem de ser recebido com o respeito a que faz jus.
É
erro cerrar fileiras cegamente ao lado do ocidente em todas as votações.
Ouvem-se frequentemente chamamentos online para que a China vote de acordo com “valores
universais”. Mas não passam de reflexo de vozes públicas que sempre se
repetem.
Valores
ocidentais que se opõem ao crescimento da China seguidamente se infiltram nos
assuntos globais e, consequentemente, visam a enfraquecer a China de vários
modos. Conforme a China cresce, crescem também as pressões a serem enfrentadas.
E a China parece ser alvo fácil para parte da imprensa ocidental.
O
mal-estar que alguns chineses sentem ao ouvir acusações que o ocidente nos faz
são resultado da falta de confiança. A confiança só cresce quando se analisam os
fatos, de uma perspectiva histórica.
Temos
de esvaziar aquela visão estereotipada da China. A China é hoje o ator mais
disposto a fazer concessões para evitar confrontos. Melhor faria o ocidente se
olhasse a China e visse um país que não cria dificuldades desnecessárias, mas
jamais se furta a enfrentar as dificuldades reais.
Somos
nação pacífica, que há mais de duas décadas não se envolve em conflitos
militares: agudo contraste com países como os EUA e a Grã-Bretanha que, no mesmo
período, se envolveram em numerosas guerras. E agora, supõem que tenham lições
de justiça a nos ensinar. Com certeza, todos percebem a ironia que há nesse
movimento.
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