Dividir nações soberanas & substituí-las por sistemas de administração
global
Traduzido por João Aroldo (sugestão do Chico Villela)
Leia antes:
Parte IV: A Fraqueza do Império é Independência
Imperialismo Clique neste link para aumentar a imagem |
Impérios
necessitam de súditos. Sem súditos não há império. Não há frota, não há
fuzileiros, não há administradores imperiais. Não há trabalhadores para coletar
e enviar os recursos para ser refinados, ninguém para refiná-los nas fábricas e
enviá-los de volta e, certamente, ninguém para comprar os bens manufaturados
quando eles chegarem.
Os impérios
precisam que os súditos sejam preferentemente ignorantes, facilmente
manipulados, doutrinados em uma maneira que os motive a cumprir sua função no
império com confiança. Eles precisam de súditos que acreditem no império e,
mais importante, eles precisam de súditos que sejam desesperadamente dependentes.
Não é coincidência que as nações declarem suas “independências” da Inglaterra
em busca das suas liberdades.
...
Antes das grandes
batalhas da Revolução Americana e da vitória que se seguiu, os Pais Fundadores se
encarregaram de declarar sua independência, não só por escrito, mas também pela
ação. Os Pais Fundadores pararam a importação de produtos ingleses, criaram seu
próprio sistema financeiro, formaram suas próprias milícias e, o mais importante,
formaram seu próprio governo baseado em seus próprios valores, não no interesse
próprio do Rei George.
Esta independência
verdadeiramente mensurável acabou por ser a chave para o seu sucesso, porque
independência é liberdade, e liberdade da tirania é vitória. A batalha que eles
travaram não foi apenas para se libertarem, em vez disso, foi travada para
defender a liberdade do sistema britânico que eles já tinham conseguido.
Em “Naming
Names: Your Real Government”, foi fornecida uma lista dos principais
e mais frequentes interesses corporativos-financeiros e os think-tanks que eles usam para criar, promover, publicar e executar
suas políticas.
O artigo conclui
afirmando:
Essas organizações representam os interesses
coletivos das maiores corporações do mundo. Elas não só possuem exércitos de
acadêmicos da política e pesquisadores para articular suas agendas programas e formar
consenso internamente, mas também usam sua acumulação maciça de influência não
autorizada na mídia, indústria [através de uma rede global de ONGs] e finanças para fabricar um consenso internacional
para uso próprio.
Acreditar que essa oligarquia corporativo-financeira
sujeitaria sua agenda e destino aos caprichos das massas eleitoras é no mínimo ingênuo.
Eles garantiram meticulosamente que não importa quem seja eleito, em qualquer
país, as armas, o petróleo, a riqueza e o poder continuam fluindo perpetuamente
para suas mãos.
Vídeo não disponível: Votar não é uma
opção. Noam Chomsky em 1993 sobre o NED:
É o que você pode esperar de uma campanha democrática
bipartidária - é uma tentativa de impor o que é chamado de democracia, o que
significa o domínio pelos ricos e poderosos, sem interferência da patuléia, mas
dentro de um contexto de procedimentos eleitorais formais.
....
Isso é confirmado
em um discurso de Noam Chomsky em 1993, em que ele afirmava que o trabalho do National Endowment for Democracy, “é uma
tentativa de impor o que é chamado de democracia, o que significa o domínio
pelos ricos e poderosos, sem interferência da patuléia, mas dentro de um
contexto de procedimentos eleitorais formais”.
Claramente ela
está, juntamente com a Open Society e
a vasta rede de administradores de sistema sendo construída por todo o planeta,
trabalhando inconscientemente em conjunto com a OTAN, criando, na trilha de
destruição deixada, as bases homogêneas de um império corporativo-financeiro
global.
Se o mundo é mesmo
governado por interesses corporativo-financeiros, e as eleições são não apenas
inúteis, mas dão uma falsa sensação de segurança à população, o que nós podemos
fazer para declarar nossa independência do império moderno?
Diariamente, por
todo o planeta, bilhões de pessoas inconscientemente pagam para este império,
comprando seus produtos, dando atenção a diversões como TV, rádio, cinemas, e
participando em sistemas, organizações e causas que como “Georgia Trustees”
podem ter começado trabalhando pela reforma prisional, e acabaram fornecendo ao
império mais uma colônia rentável para explorar. Está claro que grandes campanhas,
eleições, manifestações e protestos não são necessários ou mesmo opções viáveis
para desmantelar seus sistemas – ao invés, nossas decisões diárias de boicotar
suas corporações, desligar nossas TVs e rádios, deixar os cinemas vazios e recusar
a reconhecer a legitimidade de instituições e organizações corporativas tanto a
nível nacional como internacional.
Vídeo: O Fab Lab. Transformando
consumidores em produtores com tecnologia de produção, colaboração open source,
e inovação. Também abre as portas para as comunidades trabalharem em conjunto e
resolverem seus próprios problemas, ao invés de esperar que eles sejam resolvidos por políticos desonestos eleitos.
....
Ao invés disso,
achar soluções locais, procurar
a autossuficiência, autodeterminação, e tecnologia
de apoio para fazermos amanhã o que dependemos das corporações hoje.
Podemos começar hoje, simplesmente “votando” localmente com nossas carteiras,
“votando” ler, assistir e ouvir mídia realmente independente ao invés de
Hollywood – ou melhor ainda – criando nosso próprio conteúdo. O mesmo pode ser
dito quanto às notícias. Pare de dar bola para mentirosos profissionais na BBC
que foram pegos em golpes em série envolvendo documentários
comprados, fazendo reportagens tendenciosas, e mentindo deslavadamente
para o público. Há uma mídia alternativa pulsante que já provou os méritos de estar
fazendo mais e melhor, e fazendo pelas pessoas.
Como concluído em “The Real
Revolution”.
"Eles
precisam de nós, nós não precisamos deles. Este é o grande segredo. Nós
conseguimos nossa liberdade assim que nós assumimos nossa responsabilidade pela
comida, água, segurança, o sistema monetário, energia e manufatura; isso é
independência. Independência é liberdade, liberdade é independência. Nós nunca
seremos livres se dependermos das empresas da Fortune 500 para sobrevivermos.
Resolver esses
problemas acontecendo em outros países começa por resolver os problemas nos
nossos próprios quintais. Boicote os globalistas, suspenda seu apoio, enfraqueça
seu sistema, e eles perdem sua capacidade de cometer essas atrocidades. Isso
será uma verdadeira revolução e pode começar hoje. Não queimando cidades e
rebeldes mascarados agitando bandeiras, mas comunidades não mais dependentes e abastecendo
um sistema corrupto que todos nós sabemos que deve acabar.
______________
Nota dos tradutores
[1] É imagem-criação de João Cabral de Melo
Neto, no poema A faca só lâmina: “assim como uma faca / que sem bolso ou
bainha / se transformasse em parte / de vossa anatomia”. Lê-se, na
íntegra, na Revista Bula.. Recolhemos aqui, para traduzir o título
original “Empire’s Double Edged Sword: Global Military + NGOs”.
_________________
[*] Tony Cartalucci é um pesquisador de geopolítica e escritor sediado em Bangkok,
Tailândia. Seu trabalho visa cobrir os eventos mundiais a partir de uma
perspectiva do Sudeste Asiático, bem como promover a auto-suficiência como uma
das chaves para a verdadeira liberdade.
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