10/11/2013, Li Yang, China Daily [de Pequim]
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
“Os riscos do novo projeto de reformas estão em como os reformadores
chineses farão a luta contra grupos de interesses que gozam de privilégios, nos
sistemas de mercado capitalistas atuais e conhecidos” (Zhu Lijia)
Delegados
dos mais altos níveis de decisão da política chinesa estão em Pequim para
reunião de quatro dias, iniciada no sábado, avaliada como reunião histórica do
Partido Comunista Chinês (PCC).
Com os
dirigentes chineses prometendo “agenda ampla”, a 3ª Reunião Plenária da 18ª
Sessão do Comitê Central do Partido Comunista Chinês deve resultar, dia 12/11,
em decisões que cobrem praticamente todos os aspectos da reforma e do
desenvolvimento do país.
Não houve
fanfarra nem cobertura ao vivo pela rede nacional de televisão e os eventos da
reunião serão informados [à imprensa-empresa ocidental].
Mas, dentro
da reunião, as expectativas são altas – de opiniões que se leem nos órgãos
oficiais do PCC, ao que se lê em blogs individuais pela Internet, de “dicas”
distribuídas pelos altos dirigentes, a pesquisas publicadas por centros de
estudo e think tanks chineses de alto nível.
Yu Zhengsheng |
Yu
Zhengsheng, presidente do principal corpo de conselheiros políticos, a Comissão
da Conferência Nacional Consultiva Política do Povo Chinês, disse, em outubro,
que o plano de reformas a ser adotado nesse 3º Pleno será “amplo em escala”,
com “grande significado” e que resultará em um boom para os
setores não estatais da economia chinesa.
“Reformas
de amplo aprofundamento” significa reformas que serão mais sistemáticas,
integradas e coordenadas. O Partido Comunista Chinês trabalhará para acelerar o
desenvolvimento de uma economia socialista de mercado, da democracria, o
desenvolvimento cultural, a harmonia social e o evanço no campo ecológica,
segundo documento
distribuído pelo 18º Comitê Central, dia 29/10.
Devemos deixar que o trabalho, o
conhecimento, a tecnologia, a administração e o capital desenlacem o próprio
dinamismo, que se soltem e espalhem-se todas as fontes de riqueza, e que o povo
usufrua em justo equilíbrio mais frutos do desenvolvimento – diz o
documento.
Os
primeiros dois Plenos do Comitê Central do Partido Comunista Chinês elegem os
novos principais quadros do governo. No terceiro, a nova liderança apresenta
seu plano de trabalho.
Todos os
3ºs Plenos de cada Comitê Central do PCC, desde 1978, tomaram importantes
decisões estratégicas sobre reformas na economia socialista de mercado. Os
resultados alcançados em cada período de reformas têm servido de base para
decisões posteriores, ao longo de 35 anos, para o progresso da China. (...)
Pierre Picquart |
Dado que a
reforma do governo é essencial para a reestruturação da economia e a
modernização da indústria, observadores acreditam que a reforma do próprio
governo chinês chegou a um estágio crucial, dada a influência negativa da crise
global, na economia da nação.
Será também importante melhorar as regras e a
legislação para os negócios, modernizar as ferramentas financeiras e,
gradualmente, promover a conversibilidade do Yuan. A China precisa de regras de
livre comércio, mas sob controle da lei chinesa. As empresas precisam de mais
liberdade de comércio. Mas sob o império da “lei social” – disse
Pierre Picquart, observador da China e professor de geopolítica na Universidade
de Paris 8. (...)
Zhu Lijia,
professor de administração pública na Academia Chinesa de Governo, acredita que
a parte central do plano para a reforma econômica a ser aprovada pelo Pleno,
tratará realmente de “reestruturar as relações políticas e sociais” mediante
uma reformatação da distribuição de rendas e de responsabilidades para os
vários níveis de governo e vários departamentos.
Os riscos
do projeto estão em como os reformadores farão a luta contra grupos de
interesses que “gozam de privilégios, nos sistemas de mercado capitalistas
atuais e conhecidos” – disse Zhu.
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